O artigo de Odilon Wagner (Apresentado em Cultura e Mercado) é lúcido por nos fazer notar o embrião de como estamos sendo manipulados ate mesmo com o uso de algumas verdades como o adensamento de projetos na região sudeste (verdade), mas que traduz a quantidade esmagadora de artistas de todas as regiões que buscam seu lugar ao sol no cenário nacional e se deslocam para o Sudeste do Brasil, se alguém acha isso indevido não deve atacar as leis de incentivo e os programas de fomento ou qualquer iniciativa que não tente fingir ser democráticas (fazendo uma divisão por estado das verbas ou vagas) quando na verdade não trata todos de modo igual e sim os regionaliza de modo equivocado, pois tais regionalismos não atendem a realidade da distribuição populacional... Se as preocupação fosse seria deveriam atacar outras leis; como aquela que fala que artistas de teatro e cinema para ser considerados profissionais são obrigados a abandonarem os locais onde moram e já atuam e se dirigirem aos grandes centros, principalmente na região sudeste onde conseguem obter ou comprarem os carimbos que os considera profissionais; carimbo estes que às vezes são provisórios (ou seja, provisoriamente alguém é considerado profissional depois de pagar uma taxa e um ano depois se desejar ser considerado novamente profissional paga outra taxa ou segue outros ritos da alegada profissionalização) um verdadeiro escândalo, mas por atender certos cartórios culturais ligados a políticos ninguém comenta ou combate tais desvios.
Sem duvida alguma há algo atrás dos ataques constantes a Lei Rouanet... Aqui e ali vemos políticos querendo intervir nas leis de incentivo fiscal (exemplo parte da bancada evangélica de certos clubinhos de políticos querendo os recursos da cultura para seus pastores, fato este muito combatido pelo setor cultural)...
Mas sejamos realistas há sim uma concentração de projetos em certas regiões do Brasil, mas tal acompanha o percentual populacional de tais regiões e poucos se dão conta deste fato. Tomemos por exemplo a região sudeste que atraiu e atraem artistas de todo o Brasil para seus Teatros, empresas de TVs, galerias, museus, teatros de danças, empresas produtores, publico que prestigiam eventos... Verbas estaduais mais elevadas... Mas nada disso é dito ou avaliado por imperar o conceito pseudo democrático da divisão das verbas pelo numero de Estados que muitos desejam... Mas vejamos os resultados práticos disso: Alguns concursos nacionais que disponibilizam a mesma quantidade numérica de verbas (dividida igualmente entre os vários estados) para setores artísticos abrem inscrições e para digamos 10 vagas para cada estado e vemos na região sudeste mais de 600 inscrições concorrendo a 10 vagas , da região norte umas 2 inscrições para 10 vagas (há um remanejamento de verbas ou as verbas que seriam dedicadas a 8 vagas não são pagas e os recursos direcionados a outras coisas ou indivíduos), ou ... Ou seja, a crueldade que esta dita e aparente democracia gera para as artes e cultura é inadmissível e poderia gerar até os desvios das poucas verbas que possuímos para outras atividades, setores ou interesses.
O Brasil é grande e possui projetos, artistas e enfoques culturais fantásticos e detentores de qualidade em todas as regiões, mas a quantidade em cada região é proporcional a densidade populacional... ou seja, se um projeto é de qualidade ele será superior a outro independente da região na qual seja proposto e não há necessidade de protecionismos tolos como alguns pretendem , pois tais imbecis protecionismos gerar anormalidades nas quais o publico consumidor dos projetos culturais fiquem ainda mais desassistidos do que se encontram, quase sendo castigados por viverem em locais onde haja adensamentos populacionais. Isso não atende a democracia, atende sim interesses poliqueiros outros.
Wellington R Costa
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