Sabemos que há relevantes artistas populares, mas temos hoje separa o joio do trigo há muitos indivíduos, instituições e grupos alegando serem culturas populares sem se-lo de fato... O critério de investir em quem cria é a morte de tais grupos pois nada criam... Eu ainda prefiro ver o dinheiro seguindo para de uma Cia de opera de tal porte do que acabar em ONGs gerenciadas por políticos ou seus familiares... Há muita coisa errada que tenta se revestir de cultura popular sem se-lo de fato... A ampliação do conceito Cultura Popular, gerou a ação de aproveitadores que nada criam e sabem os meios de alcançar as verbas... O filtro da criação seja artística ou artesanal exclui de imediato uma significativa matilha de aproveitadores.
A concentração é inerente a realidade geográfica do Brasil, Artistas plásticos vêem ao sudeste ou ficam no litoral do nordeste pois lá se concentram os museus, as galerias, as lojas que vendem matérias para a produção artística; músicos vão onde existe locais para espetáculo, concentração de publico, empresas gravadoras; atores estão onde podem obter o registro que lhes permita trabalhar, onde há mais teatro, empresas que façam novelas, filmes... Esta realidade faz com que haja uma concentração de projetos em tais locais, mudarem isso só com investimentos que modifiquem esta estruturação de distribuição geográfica... Tentar mudar isso com cotas regionais é gerar o espaço que aproveitadores criem projetos sem artistas, com baixa quantidade de publico, atendendo certamente interesses de alguns políticos... Claro que há significativas exceções que são merecedoras de serem avaliadas...
Acredito que esta na hora de aceitarmos a realidade do adensamento populacional, artístico e cultural em certas regiões geográficas e pararmos de reclamar quanto a alegados centralismos na região sudeste... Pois no sudeste tem mais projetos inscritos, mais artistas e mais publico que em outras regiões e isso é um fato que não da para ser mudado com artificialismos que gerariam sim a orfandade de muitos artistas criadores e do publico... Quem tenha duvida disso consulte os resultados detalhados do censo populacional. Sim os números falam por si e traduzem uma realidade geográfica inegável...
Outro aspecto é focarmos pro exemplo verbas dadas ao Circo de Solei ou a esta Cia de Opera... E já vi pessoas falando dos gastos de recursos dados a Bienal para a vinda de artistas do exterior expor no Brasil... Devemos criticar sim se os ingressos não sejam a valores populares ou gratuitos para obras subsidiadas e não criticarmos por seu volume de recursos... Pois se fossemos reclamar de volume de recursos deveríamos criticar os filmes que são dos produtos culturais dos mais caros e muitas vezes sequer atendem um publico significativo. Não podemos nutrir uma quase xenofobia cultural ou monetária, devemos sempre nos lembrar dos conceitos antropofágicos do modernismo e consumirmos o que de bom seja tal considerado arte elitista, do exterior, etc... Subsidiar uma Cia de opera me soa mais coerente do que ver tal recurso acabar na Fundação Sarney, onde segundo os noticiários eles não fizeram o projeto, torrarem as verbas em outras coisas e o MINC teve que os obrigar a devolver o dinheiro... Mais escandaloso são algumas pretensões evangélicas , que tentam alegar que seus templos são manifestações culturais no sentido de incorporar as verbas da cultura nos dízimos que vão para os bolsos dos "bispos"... E continuam fazendo pressão neste sentido nos bastidores , o que é perigoso pois ampliaram a base da sustentação política que podem dar ao governo atual...
Já que falamos em verbas façamos uns cálculos, 12 milhões: da para fazer duas ou 3 montagens de operas, 1/4 de um filme, 1 festa de cultura popular de grande porte, 5 eventos de cultura popular de pequeno ou médio porte, 30 shows musicais de artistas de primeira linha, 80 shows musicais de artistas de iniciantes e medianos,10 montagens teatrais de grande porte, 171 montagens teatrais medianas e pequenas, 4 exposições de arte de grande porte, 250 exposições de artes coletivas, individuais e salões muito bem organizados...
Ao avaliarmos tal realidade econômica sobre a produção artística e cultural notamos que o ponto de critica seria contra os filmes e não contra as operas, quantos filmes que recebem milhões e milhões são feitos e no fim das contas atendem a um publico ínfimo, ou terminam pirateados... Isso é muitos são tão ruins quem nem os piratas gastam mídias para copiá-los... Mas ninguém menciona isso... Se notarmos as artes plásticas e as festas populares de grande porte é as que atendem um maior publico e geram maior renda direta a artistas , a técnicos e assemelhados que fazem parte de suas estruturas de articulação... Mas não vejo ninguém levantando a bandeira de tais artes... A bandeira dos filmes é ruidosa e sempre gritam todos por mais verbas... Afinal os agentes que fazem o lobby a tal arte são mais celebridades que nas demais artes.
Ao criticarmos temos que ver o cenário real tanto nos aspectos geográficos como na real distribuição entre todas as artes, publico atendido, custo beneficio, etc.
Tudo isso torna a mudança de foco alegadamente dado as artes populares para artistas e todos os que fazem e criam arte uma opção saneadora de muitos vícios e defeitos que eram incorporados as boas intenções dos gestores culturais anteriores, tendo-se em mente que dentro da cultura popular existe um significativo leque de artistas e artesãos criando , focando-se quem faz a arte e não mais os atravessadores soa ser uma política cultural adequado ao atual cenário. E deixemos de lado estas equivocadas bandeiras de proporcionalidade distribuição numérica de verbas e foquemos a real proporcionalidade geográfica descortinada pelo novo censo populacional... não devemos trafegar com ilusões numéricas de igualitarismo dividindo-se a verba pelo numero de estados, pois nem todos tem o mesmo adensamento populacional.
de Wellington R Costa
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