*MOSTRA TRAZ FILMES DO CINEMA NOVO PORTUGUÊS INÉDITOS NO BRASIL *
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**** Mostra **Os Verdes Anos do Cinema Português,** oferecida pelo Centro
Cultural Banco do Brasil - São Paulo, acontece de 30 de julho a 17 de agosto
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**** Evento apresenta 16 títulos da "Nouvelle Vague" do cinema português, a
maioria deles inéditos no Brasil*
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**** Estão na programação filmes de realizadores como Manoel de Oliveira,
João César Monteiro, Paulo Rocha e António Reis*
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**** Além das exibições, haverá debate gratuito com estudiosos do cinema
português*
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De 30 de julho a 17 agosto, o CCBB - SP (Centro Cultural Banco do Brasil
-rua Álvares Penteado 112 - Centro - São Paulo - SP. Tel. (11) 3113.3651)
realiza a mostra "Os Verdes Anos do Cinema Português". A exibição conta com
16 títulos representativos daquele que ficou conhecido como o Cinema Novo
português. A maioria dessas obras é inédita no Brasil. Os principais
destaques do evento são: "Os Verdes Anos" (1963), de Paulo Rocha,
considerado um dos fundadores do Cinema Novo português, por sua linguagem
inovadora, que rompia os cânones do cinema tradicional. Foi "Os Verdes Anos"
que chamou a atenção da crítica internacional para a existência do cinema
feito por jovens em Portugal. "Acto da Primavera" (1963), de Manoel de
Oliveira, é um dos mais importantes filmes do principal realizador português
de todos os tempos, exibido pouquíssimas vezes no Brasil. "Trás-os-Montes"
(1976), de Margarida Cordeiro e António Reis, que radicaliza ao passear pela
linha tênue entre documentário e ficção, catapultou para reputação
internacional seus realizadores, devido ao sucesso em diversos festivais
pelo mundo. "O Cerco" (1970), de António da Cunha Telles, um dos mais belos
filmes do cinema novo português, causou sensação ao ser exibido em Cannes,
em 1970, e foi, na época de seu lançamento, o filme do cinema novo de maior
sucesso de bilheteria em Portugal. "Veredas" (1978), o segundo
longa-metragem de João César Monteiro, também é inovador em seu linguagem,
sendo a primeira ficção do cinema português a explorar os temas dos contos
tradicionais portugueses.
O cinema novo português tomou o período que vai do início da década de 60
até pouco depois da famosa e decisiva Revolução dos Cravos, em 1974.
Influenciados por movimentos já consagrados do cinema moderno, tais como o
neo-realismo italiano e a *nouvelle vague* francesa, os cineastas
portugueses em atividade nos anos 1960 e 70 abordaram, em sua maioria, uma
Portugal melancólica, defasada e desesperançosa. Apesar de não haver caráter
político-planfetário explícito nas obras, por estas serem submetidas à forte
pressão da censura da ditadura de Salazar, o cinema deste período condensa o
clima e a tensão que percorriam o país na época. Havia algo no ar a
influenciar atitudes e iniciativas da juventude, e o cinema novo português
soube testemunhar esse momento. As obras Cinema Novo português - também
denominado Novo Cinema para distingui-lo do Cinema Novo brasileiro - em sua
maior parte, nunca chegaram ao Brasil, muito embora o potencial para
estabelecer um diálogo com o conjunto cinematográfico que estava sendo
produzido sob a haste do Cinema Novo brasileiro fosse grande. Algumas
características em comum - contextos políticos parecidos (ambos estavam sob
uma ditadura), mesma língua, poderiam ter aproximado essas duas
cinematografias, mas isso não aconteceu. A mostra "Os Verdes Anos do Cinema
Português" traz parte desta filmografia, em exibições em película 35mm e em
DVD, todas com legendas em português.
Além das exibições, o evento traz também com o debate "Na Rota dos
Cinemas-Novos", que pretende discutir a relação entre o cinema novo
português, produzido sob a ditadura salazarista, e os cinemas novos de
países como França, Itália e Brasil. Participará do debate a pesquisadora e
estudiosa do cinema português, Carolin Overhoff Ferreira, organizadora do
livro "O cinema português através de seus filmes" (editora Campo das
Letras). Carolin lecionou cinema e teatro na Universidade de Ciências e Arte
Aplicadas de Hanover, na Universidade Livre de Berlim, na Universidade de
Coimbra e na Universidade Católica Portuguesa no Porto. Atualmente,
dedica-se a um projeto de investigação pós-doc sénior sobre a relação entre
os cinemas nacionais e transnacionais de língua portuguesa e está preparando
uma edição especial sobre Manoel de Oliveira para o periódico inglês
Dekalog. Além de Carolin, participam também Mauro Luiz Rovai, professor
doutor de Sociologia da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), onde
desenvolve projeto sobre a obra de alguns cineastas, entre eles, Manoel de
Oliveira; o crítico Luiz Carlos de Oliveira Junior, editor da revista
virtual de cinema Contracampo; e a curadora da mostra, Liciane Mamede.
A mostra "Os Verdes Anos do Cinema Português" é apresentada e patrocinada
pelo Centro Cultural Banco do Brasil - São Paulo, e conta com o apoio da
Cinemateca Portuguesa, através do empréstimo das cópias de exibição, do
Centro Cultural Português em Brasília (braço cultural da embaixada
portuguesa no Brasil), Instituto Camões de Portugal e Cinemateca Brasileira.
A produção é da Klaxon Cultura Audiovisual e a curadoria é de Liciane
Mamede, redatora do site de críticas cinematográficas Cinequanon.
* *
*Um pouco mais sobre os filmes*
Há controvérsias sobre qual seria a obra fundadora do cinema novo português,
porém grande parte dos estudiosos aponta para o primeiro filme de Paulo
Rocha, "Os Verdes Anos", filmado em 1963. A maioria dos historiadores do
cinema portuguesa concorda que a obra de Paulo Rocha marcou realmente a
ruptura com o passado. O filme, vencedor do prêmio Vela de Prata no Festival
de Locarno em 1964, narra a história de amor frustrado entre Júlio e Ilda,
dois jovens vindos do interior. Quando Júlio, que tenta a sua sorte como
sapateiro, conhece Ilda, uma jovem empregada doméstica, esta recusa o seu
pedido de casamento. Júlio, incapaz de lidar com a rejeição por se sentir
desamparado na cidade moderna, reage de forma radical desesperada. "Os
Verdes Anos" será exibido em sua versão original, com cópia 35mm emprestada
pela Cinemateca Portuguesa.
"O Cerco", outro dos destaques da mostra e um dos mais belos filmes do
cinema novo português, foi dirigido em 1971 por Antônio da Cunha Telles. O
filme conta a história de Marta, um garota burguesa que decide deixar o
marido arrogante para tentar ganhar a vida por seus próprios meios. Quando
começa a enfrentar uma situação financeira precária, Marta começa a se
envolver com tipos não muito corretos. Ingênua, mas ao mesmo tempo à frente
em seu comportamento, a personagem principal deste filme é um retrato
angustiante de uma juventude que não tem muitos caminhos a seguir. Este foi,
na época de seu lançamento, o filme do cinema novo de maior sucesso de
bilheteria em Portugal.
"Acto da Primavera", de 1963, é obra-prima absoluta de um cineasta já
conhecido pelo público brasileiro, Manoel de Oliveira. Exibida pouquíssimas
vezes no Brasil, a obra mostra a encenação popular de uma peça de um autor
do século XVI, Francisco Vaz de Guimarães, como ela era anualmente encenada
pelos habitantes do vilarejo da Curalha, em Trás-os-Montes. "Acto da
Primavera", segundo o crítico de cinema Ruy Gardner, "não estabelece seus
critérios de fabulação nem exatamente no terreno do cinema de ficção e
tampouco no cinema documentário, embora possa ser considerado ao mesmo tempo
como ambos".
Outra exibição imperdível é a do filme "Trás-os-Montes", de
Margarida Cordeiro e António dos Reis, filmado em 1976. O filme, que também
passeia pela linha tênue que divide a ficção e o documentário, retrata
personagens típicos do nordeste montanhoso de Portugal, envoltos em um
ambiente rural majestoso, documentando seus hábitos seculares. A obra
catapultou para reputação internacional seus realizadores, devido ao sucesso
em diversos festivais pelo mundo, e nunca foi exibido no Brasil. A cópia que
será exibida é uma cópia ampliada para 35mm, que existe somente na
Cinemateca Portuguesa.
*Programação*
*30 de julho, quarta-feira*
17h
*O Recado*, José Fonseca e Costa
DVD, 110min
19h
*Sofia e a Educação Sexual*, Eduardo Geada
35 mm, 101min
*31 de julho, quinta feira*
17h
*Dom Roberto*, Ernesto de Souza
DVD, 102 min
19h
*Perdido por cem*, António Pedro Vasconcelos
35mm, 105 min
*1º de agosto, sexta feira*
17h
*O Mal-amado*, Fernando Matos Silva
DVD, 100 min
19h
*Almada Negreiros*, António de Macedo
35 mm, 23 min
*Domingo à tarde*, António de Macedo
35mm, 90 min
*2 de agosto, sábado*
19h
*Acto da Primavera*, Manoel de Oliveira
35 mm, 94 min
* *
19h
*Verdes Anos*, Paulo Rocha
35mm, 91 min
*3 de agosto, domingo*
17h
*Belarmino*, Fernando Lopes
35 mm, 80 min
19h
*Trás os montes*, Margarida Cordeiro e António Reis
35 mm, 108 min
*6 de agosto, quarta-feira*
17h
*O Cerco*, António Cunha Telles
DVD, 115min
19h
Debate: Na Rota dos Cinemas-Novos
Com Carolin Overhoff, Mauro Rovai, Luiz Carlos de Oliveira Jr. e Liciane
Mamede
* *
*7 de agosto, quinta feira*
17h
*A Promessa*, António de Macedo
DVD, 94 min
19h
*Belarmino*, Fernando Lopes
35 mm, 80 min
*8 de agosto, sexta-feira*
17h
*Dom Roberto*, Ernesto de Souza
DVD, 102 min
19h
*Uma Abelha na Chuva*, Fernando Lopes
35 mm, 75 min
* *
*9 de agosto, sábado*
17h
*Veredas*, João César Monteiro
35 mm, 120 min
19h
*Trás os montes*, Margarida Cordeiro e António Reis
35 mm, 108 min
*10 de agosto, domingo*
17h
*O Cerco*, António Cunha Telles
DVD, 115min
* *
* *
19h
*Acto da Primavera*, Manoel de Oliveira
35 mm, 94 min
*13 de agosto, quarta-feira*
17h
*O Mal-amado*, Fernando Matos Silva
DVD, 100 min
19h
*Perdido por cem*, António Pedro Vasconcelos
35mm, 105 min
* *
*14 de agosto, quinta-feira*
17h
*O Recado*, José Fonseca e Costa
DVD, 110min
19h
*Almada Negreiros*, António de Macedo
35 mm, 23 min
*Domingo à tarde*, António de Macedo
35mm, 90 min
*15 de agosto, sexta-feira*
17h
*A Promessa*, António de Macedo
DVD, 94 min
19h
*Sofia e a Educação Sexual*, Eduardo Geada
35 mm, 101min
*16 de agosto, sábado*
19h
*Verdes Anos*, Paulo Rocha
35mm, 91 min
19h
*Perdido por cem*, António Pedro Vasconcelos
35mm, 105 min
* *
* *
*17 de agosto, domingo*
17h
*O Cerco*, António Cunha Telles
DVD, 115min
19h
*Uma Abelha na Chuva*, Fernando Lopes
35 mm, 75 min
Classificação indicativa dos filmes: 16 anos
*Centro Cultural Banco do Brasil *
Rua Álvares Penteado, 112 - Centro - São Paulo
Informações: (11) 3113-3651 / 3113-3652
Aceita cartões de crédito Visa ou Mastercard, cheque ou dinheiro
Horário de funcionamento da bilheteria: das 10h às 20h
Ingressos antecipados: www.ingressorapido.com / (11) 2163-2000
Clientes do Banco do Brasil pagam meia-entrada apresentando o cartão do
Banco na bilheteria.
Acesso e facilidades para pessoas com deficiência física // Ar-condicionado
// Loja // Café Cafezal e Bistrô (wireless)
Opções de estacionamentos particulares nas ruas Boa Vista, Senador Feijó e
Libero Badaró. Confirmar preços, dias e horários de funcionamento.
Sugestão: Estacionamento Jockey Club - Rua Boa Vista, 280. Horários: de 2ª a
6ª feira, das 07h às 23h. Aos sábados, das 07h às 18h. Não abre aos
domingos.
Cinema (70 lugares): R$ 4,00 e R$ 2,00 (meia-entrada). Filmes em DVD têm
entrada gratuita, com retirada de senhas a partir das 10h.
*Atendimento à imprensa:*
Márcia Vaz - marciavaz3@gmail.com - 11 9252.3192
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Assessoria de Imprensa CCBB:
Camila Val (responsável) - (11) 3113-3623 - camila.val@bb.com.br
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