Camargo Guarnieri: dia 3/8, CCSP realiza apresentação no Teatro Municipal para gravação de DVD e CD de três concertos inéditos de Guarnieri

Projeto Camargo Guarnieri e a Missão de Pesquisas Folclóricas da Discoteca Oneyda Alvarenga do CCSP é contemplado com o patrocínio Petrobras

 

No dia 3 de agosto, será apresentado um concerto no Teatro Municipal para gravação de DVD, CD e CD-Rom

com os três concertos inéditos para violino e orquestra de Guarnieri

 

O projeto Camargo Guarnieri e a Missão de Pesquisas Folclóricas - Três Concertos para Violino e Orquestra da Discoteca Oneyda Alvarenga do Centro Cultural São Paulo foi comtemplado no Edital Petrobras Cultural 2007 - Memória das Artes, para a realização da gravação de um DVD e um CD-áudio com os três concertos inéditos para violino e orquestra de Guarnieri, um CD-Rom com as partituras completas dos concertos em  finale, remasterizações históricas do compositor ao piano e suas partituras transcritas dos fonogramas das melodias populares da Missão de Pesquisas Folclóricas (MPF). O projeto foi aprovado na Lei Rouanet do MinC, em janeiro de 2008, cujo valor de incentivo foi de R$ 355.123,00. Francisco Coelho, curador de música do CCSP, é o coordenador do projeto.

 

O concerto da gravação será realizado no Teatro Municipal, no dia 3 de agosto, domingo, às 11h (a gravação será feita ao vivo com a presença do público), com a Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo (OSM), sob a regência do maestro Lutero Rodrigues e participação do solista de violino Luiz Filipe. Esta é a primeira gravação 68 anos depois de composta.

 

Para complementar os trabalhos, entre os dias 28 de julho e 2 agosto outras gravações serão realizadas no Teatro Municipal, sem público. Em dezembro de 2008 será feito o lançamento comercial dos produtos culturais deste projeto que são três mídias em uma caixa, contendo DVD (com os concertos, making of, documentário sobre Guarnieri), CD-Rom (com partituras eruditas, partituras populares da MPF, remasterizações de gravações históricas de Guarnieri como intérprete e a navegação multimídia pelo acervo digitalizado da MPF) e um CD-Áudio com os concertos do DVD. A tiragem de 3000 unidades será destinada à distribuição gratuita nacional e internacional para instituições públicas e privadas de acervo musical e distribuição comercial em lojas ao custo incentivado de R$30,00.

 

As filmagens ficarão a cargo do cineasta Carlos Mendes, autor do documentário A odisséia musical de Gilberto Mendes, e fotografia de Odorico Mendes. A direção artística musical da filmagem ficará a cargo do Maestro assistente da OSM, Rodrigo de Carvalho. As gravações de áudio ficarão a cargo da Cia do Gato com a direção artística de gravação áudio de Marcos Scheffel e do maestro assistente da OSB, Marcos Arakaki.

 

Com o patrocínio da Petrobras, a Discoteca Oneyda Alvarenga já realizou, em 2004,  a informatização do seu acervo de música brasileira com a digitalização de 15.000 discos de 78 rpm de música brasileira e a informatização de 12.000 partituras brasileiras. Em 2006, editou a coleção Música Brasileira Contemporânea com catálogos de obras, edições de partituras inéditas e gravações das partituras em CDs-áudio de cinco dos mais renomados compositores brasilieros da atualidades, Almeida Prado, Edino Krieger, Edmundo Villani-Côrtes, Gilberto Mendes e Rodolfo Coelho de Souza, que contou com a participação de artistas como Rosana Lamosa, Fernando Portari, Céline Imbert, Gilberto Tinetti, Eduardo Monteiro, entre outros.

 

O objetivo deste novo projeto é divulgar a obra do compositor Camargo Guarnieri (1907-1993) por meio de sua ação como pesquisador de música popular e como compositor de música erudita, revelando a relação de tais atributos presentes em sua obra musical, além de focar a figura e a produção musical de Guarnieri no contexto da política cultural de Mário de Andrade, como a sua contribuição na criação da Orquestra Sinfônica Municipal (OSM), sua atuação como regente e como pesquisador de música de raiz, especificamente na transcrição para o pentagrama musical, entre 1944-54, dos fonogramas coletados pela Missão de Pesquisas Folclóricas (MPF), no Norte e no Nordeste do Brasil, em 1938, acervo da atual Discoteca Oneyda Alvarenga do CCSP.

 

Missão de Pesquisas Folclóricas

Ver http://www.centrocultural.sp.gov.br/missao_p.htm

 

Guarnieri popular

Essas músicas foram transcritas, entre 1944-54, para a partitura a partir da audição apurada de Guarnieri dos discos de 78 rpm a pedido da própria Oneyda Alvarenga, na época diretora da Discoteca Pública Municipal, que hoje leva o seu nome. Garantida a preservação do material pelas gravações em áudio restava a edição das partituras manuscritas feitas por Guarnieri.

As partituras das melodias populares estarão em um CD-Rom contendo facsímiles originais e edição por programa específico de informática musical finale e, ainda, a gravação dos fonogramas (ver e ouvir). Uma navegação multimídia abrirá links de acesso a outros documentos correlatos às melodias populares, documentos estes que foram coletados no mesmo dia das melodias, ou as fotos dos cantadores, ou ainda objetos folclóricos. Será uma espécie de um itinerário virtual pelos documentos digitalizados do acervo da MPF cujo eixo é a música grafada por Guarnieri - recurso possível hoje, mas inimaginável na época de sua coleta e confecção.

 

Guarnieri intérprete

O CD-Rom conterá também as gravações realizadas por Guarnieri em 1937 e em  1944 pela Discoteca Pública Municipal, hoje Discoteca Oneyda Alvarenga do CCSP. São raridades que não foram até hoje remasterizadas. Essas gravações apresentam a única versão integral da série de canções para voz e piano de Guarnieri intitulada As treze canções de amor (grav. 1944), pela soprano Cristina Maristany e pelo próprio compositor ao piano. Além dessas obras da mais alta importância para a música brasileira serão destacadas ainda duas peças corais de Guarnieri com versos de Manuel Bandeira Irene no céu e Nas ondas da praia (grav. 1937) pelo Coral Paulistano do Theatro Municipal de São Paulo tendo Guarnieri como regente.

 

Guarnieri erudito

No viés erudito deste projeto há o suporte gráfico, pela edição inédita das partituras dos concertos, e o suporte sonoro, pela gravação inédita dessas partituras.

Suporte Gráfico:

Serão editadas em específico programa de informática, finale, as partituras manuscritas inéditas de seus 3 Concertos para Violino e Orquestra, dos quais um deles, o Concerto n . º 1, estava inacessível pela inexistência das partes instrumentais. Todas as partituras dos três concertos (solista, grade do maestro, partes cavadas ou partes instrumentais de cada instrumento da orquestra, redução orquestral para piano) estarão disponíveis no CD-Rom para serem impressas para a livre execução das obras em qualquer lugar do mundo.

Este gesto dos herdeiros de Guarnieri de liberar as obras renunciando o aluguel das partituras por uma editora comercial para a sua execução vai ao encontro da acessibilidade tão desejada nestes tempos atuais.

 

A digitalização das partituras originais, manuscritos autógrafos de 1940, 1951 e 1953 e a revisão musical, ficaram a cargo do maestro Lutero Rodrigues, profundo conhecedor da obra de Guarnieri e grande regente de obras brasileiras, tendo já realizado diversos trabalhos similares de edição de partituras para a Academia Brasileira de Música.

 

As Obras para Violino e Orquestra, de Camargo Guarnieri

por Lutero Rodrigues

Das três obras existentes, o Choro, com maior freqüência, e o Concerto nº 2 têm sido tocados. O Concerto nº 1, ao contrário, não é tocado há cerca de 60 anos! Composto em 1940, foi a primeira obra sinfônica de maior porte composta por Guarnieri, após seu retorno ao Brasil, vindo de um período de estudos em Paris que foi interrompido pela 2ª Guerra Mundial. O Concerto foi estreado pela violinista Eunice de Conte, a quem fora dedicado, em 1942, no Rio de Janeiro, e no ano seguinte, em São Paulo. Pouco depois, Guarnieri recebeu a feliz notícia que o Concerto ganhara o primeiro prêmio, em um concurso de composição nos EUA, destinado a compositores latino-americanos, promovido pela Pan American Union. Guarnieri foi receber o prêmio, iniciando uma série bem sucedida de viagens àquele país, onde teve outras obras premiadas, na década de 40, afirmando-se como compositor.

As críticas da época não foram muito favoráveis ao Concerto. Os críticos mais conservadores ficaram horrorizados com a inclusão, em uma obra do gênero, de instrumentos de percussão de origem popular, como cuíca, reco-reco e chocalho. Outros disseram que a orquestra era muito grande, que não se podia ouvir o solista. Na verdade, sua orquestra é bem maior que aquela dos concertos tradicionais. A prova de que as críticas foram ouvidas vem nas obras seguintes: Guarnieri reduziu sensivelmente a orquestra do Choro e continuou a fazê-lo, no Concerto nº 2. Não é apenas a orquestra que é grande, no Concerto nº 1, mas também suas dimensões.

O Choro para Violino e Orquestra foi composto em 1951, durante um período conturbado da vida de Guarnieri, logo após ter lançado sua Carta aberta aos músicos e críticos do Brasil, na qual radicalizava sua posição em defesa do Nacionalismo musical brasileiro; talvez tenha sido esta a razão para dar à obra o nome de Choro. Em 1953, Guarnieri compôs o Concerto nº 2 para Violino e Orquestra, retornando à denominação tradicional porque a obra seria destinada a um concurso internacional, é o que parece.

Algumas características musicais são comuns aos três concertos: em seus primeiros movimentos, os temas são desenvolvidos como em uma seqüência de variações, mas sem rigidez formal; as dissonâncias são freqüentes e a harmonia só tem direção tonal em alguns pontos, sobretudo nas cadências, sendo sua função, na maior parte do tempo, dar "cores" à música; há um predomínio da textura contrapontística, muito cara ao compositor; é freqüente o uso de temas modais, com características semelhantes à música popular de certas regiões brasileiras, como o Nordeste; alguns temas são acompanhados por uma "ambiência" musical da orquestra, geralmente rítmica, com ou sem instrumentos de percussão, que ajuda a caracterizá-los, podendo mesmo vir antes dos próprios temas.

Concerto nº 1. Todos os seus temas são derivados do tema do 1º movimento que inicia a obra. Este movimento é monotemático, pela mesma origem dos temas, mas tem um segundo tema bem definido, derivado do primeiro. Em seus comentários, Guarnieri deu, ao tema gerador, a origem "ameríndia". O 2º movimento é monotemático. O 3º movimento tem a forma "Sonata", com dois temas: o primeiro, de caráter nordestino e o segundo, vindo da música caipira do interior do Estado, em terças paralelas. Não há interrupção entre os movimentos da obra.   

Choro. A orquestra expõe o tema, na forma de entradas imitativas que se sucedem, até a entrada do solista. O movimento é monotemático como seu correspondente do Concerto nº 1, ou seja, o tema é desenvolvido pelo solista, como se fossem variações e mais tarde, surge uma variação que atua como segundo tema. Depois dele, há uma verdadeira cadência para o instrumento solista, com acompanhamento orquestral, vindo em seguida a re-exposição. O 2º movimento é monotemático e o 3º é bi-temático, ambos de cores nordestinas. Como a obra anterior, não há interrupção entre seus movimentos.

Concerto nº 2. Como uma surpresa, a obra começa com uma grande e difícil cadência do Violino solo, onde já se ouvem alguns de seus futuros temas. Desta vez, o 1º movimento é realmente monotemático. O 2º movimento é também monotemático, mas há uma frase melódica (Clarinete solo) que antecede o tema e sempre o acompanha. O 3º movimento é novamente bi-temático; seu segundo tema tem caráter nordestino, enfatizado pela percussão que o acompanha. Há interrupção entre os movimentos da obra.

 

Programa de Concerto

 

Concerto nº 1 para violino e orquestra (1940) 19'30

Heróico

Com grande alegria

Muito alegre e ritmado

Intervalo 25'

Concerto nº 2 para violino e orquestra (1953) 22'

Allegro energico

Triste

Allegro giocoso

 

Pausa para troca de microfones 10'

 

Choro para violino e orquestra (1951) 16'

Andante

Calmo

Allegro ritmado

 

Curiosidades

 

O Concerto n. º 1 composto em 1940, recebeu o primeiro prêmio no concurso Edwin A. Fleischer Music Collection, Filadélfia, EUA, em 1942. Guarnieri recebe o prêmio e fica por seis meses nos EUA, onde teve a oportunidade de reger sua obra Abertura Concertante à frente da Boston Symphony Orchestra. Em 1943, teve o privilégio de ouvir no Museu de Arte Moderna de Nova York, a sua Sonata n .º 1 para violoncelo e piano ser executada por dois músicos que se destacariam, Joseph Schuster (cello-spala da Filarmônica de Berlim) e o desconhecido pianista Leonard Bernstein, que sete meses após se tornaria mundialmente famoso como a mais eletrizante revelação da regência orquestral ao substituir em última hora o célebre regente Bruno Walter, que adoecera. Uma grande amizade a partir desse recital surgiu entre Guarnieri e os protagonistas daquele evento, tanto que Guarnieri dedicou a Schuster a sua peça ponteio e dança (1946, vc e pf) e a Bernstein a sua Sinfonia n. º 4 "Brasília" (1963).

Cuíca e violino - A inclusão inédita do instrumento dos morros, a cuíca, ao lado do violino solo, instrumento nobre de reis e arcebispos se dá, na obra de Guarnieri, 27 anos antes do surgimento do Tropicalismo.

 

Melodias populares da Missão de Pesquisas Folclóricas (MPF) - Mário de Andrade em 1927 e 1929 fez viagens pelo Brasil registrando em seu diário suas impressões sobre a cultura brasileira que via. Em publicação póstuma os diários receberam o nome de "Turista Aprendiz". Mário assume, em 1935, a direção do Departamento de Cultura da Prefeitura da Cidade de São Paulo, órgão equivalente hoje à Secretaria Municipal de Cultura. Criou a Discoteca Pública Municipal, hoje Discoteca Oneyda Alvarenga, nome em homenagem àquela que foi a sua primeira diretora por 33 anos e grande organizadora do maior acervo musical do Estado. Idealizou uma expedição, que durou quatro meses, pelo Norte e Nordeste do Brasil para gravar as músicas das nossas festas e cantorias populares. Com uma equipe de apenas quatro pessoas - arquiteto Luís Saia, musicólogo Martin Braunwieser, técnico de gravação Benedito Pacheco e ajudante de gravação Antonio Ladeira - foram coletadas 1299 músicas gravadas em discos de cera, discos que em 1941 Oneyda industralizou em discos de 78 rpm. Em 2002, com o apoio da Fundação Vitae, esses discos foram digitalizados e em 2006 uma amostra foi editada em 6 CDs pelo selo SESC-SP em parceria com a Discoteca Oneyda Alvarenga.

Camargo Guarnieri, que Mário de Andrade enviou à Bahia para o II Congresso Afro-Brasileiro em 1937, era cotado para integrar a equipe da MPF em 1938, mas como ele recebera uma bolsa de estudos para estudar em Paris, foi substituído pelo austríaco Martin Braunwieser. Com a eclosão da II Guerra Mundial, Guarnieri retorna ao Brasil e em 1944 é contratado por Oneyda Alvarenga para ouvir os discos e grafar no pentagrama musical as melodias populares coletadas pela MPF.

 

A curiosidade é que Guarnieri ensinava aos seus alunos de composição, entre eles Almeida Prado, Osvaldo Lacerda, a técnica do contraponto a partir dessas melodias populares, pois o contraponto, sendo apenas uma técnica musical, pode ser exercitado a partir de qualquer melodia. O seu compromisso com a música brasileira, que gerou tanta polêmica no Século XX, estava nas pequenas coisas que fazia.

 

Sobre a Discoteca Oneyda Alvarenga

A Discoteca Oneyda Alvarenga (D.O.A ) do Centro Cultural São Paulo foi criada em 1935 como Discoteca Pública Municipal por Mário de Andrade à frente do Departamento de Cultura da cidade de São Paulo, hoje Secretaria Municipal de Cultura, para servir de apoio ao projeto de criação de uma Rádio Escola, para o ensino à distância que, na verdade, não chegou a ter continuidade em futuras gestões administrativas, ao contrário da Discoteca que teve o seu acervo ampliado ao longo, de hoje, 73 anos de existência. A partir de 1987 a Discoteca passou a receber o nome da folclorista Oneyda Alvarenga em homenagem àquela que foi a sua primeira diretora (1935-1969), tendo realizado nessa função diversas pesquisas e trabalhos registrados em publicações. O precioso acervo da D.O.A é resultado da política cultural idealizada e iniciada pelo próprio Mário de Andrade que visava integrar o saber erudito com o popular, e preservar o patrimônio da memória popular por intermédio de registros escritos e sonoros. Mário de Andrade sempre foi um ardoroso defensor da música popular brasileira vendo nela a mais forte manifestação cultural do nosso país. Em seus livros sobre música, ou na ação objetiva que imprimiu ao Departamento de Cultura, sua preocupação foi conhecer, preservar e divulgar essas manifestações. Este foi o conceito central dos diversos projetos - os conjuntos documentais e o acervo fonográfico - da D.O.A; sua concretização é talvez a mais palpável materialização daquilo que Mário de Andrade e os demais intelectuais do Departamento de Cultura sonhavam. É largamente utilizada como fonte de referência para músicos e estudiosos e seu acervo de partituras é considerado o maior do Estado de São Paulo e o segundo do país. Atualmente a D.O.A está organizada em três setores com os seguintes acervos: Acervo Histórico · Missão de Pesquisas Folclóricas de 1938 (objetos etnográficos, discos, documentação em papel, filmes, fotografias e publicações) · Sociedade de Etnografia e Folclore · 132 Monografias sobre folclore · Discoteca Pública Municipal - documentação administrativa sobre atividades da Discoteca no período de 1935 a 1982 Setor de Registros Sonoros · Acervo de discos de 78 rpm com cerca de 50.000 exemplares catalogados, dos quais 15.000 são de música brasileira, em sua maioria, de música popular. · Acervo de 24.743 discos 33 rpm títulos catalogados · Acervo de 1100 CDs Setor de Partituras · Acervo Impresso: 50.000 partituras de todos os gêneros, das quais 15.000 títulos são de música brasileira popular e erudita. · Acervo de 1400 títulos de periódicos e hemeroteca especializada · Acervo de 11 mil livros sobre vários aspectos da música. A Discoteca foi contemplada no Concurso Música 2002 da Petrobras. Foram digitalizados 30.000 músicas do período de 1902 a 1964, raridades até então inacessíveis que serão disponibilizadas, em MP3, em rede interna para consulta local a partir da base de dados ou por CDs diretamente nas cabinas acústicas. A criação de um banco de dados de 12.000 partituras brasileiras e o escaneamento de 3.000 partituras raras com a possibilidade de consulta por via digital. Com esses novos implementos a Discoteca Oneyda Alvarenga passa a ser padrão de referência no universo das instituições de acervo de música brasileira. Em 2004 recebeu novo patrocínio da Petrobras para a recriação do selo fonográfico Discoteca Oneyda Alvarenga (2006) iniciando uma linha de gravação de músicas inéditas em CDs e edição de partituras inéditas, além da publicação de catálogos de obras de renomados compositores da atualidade: Almeida Prado, Edino Krieger, Edmundo Villani-Côrtesl, Gilberto Mendes e Rodolfo Coelho de Souza. Atende gratuitamente cerca 3000/consulentes/mês em música na linha erudita, popular e folclórica.

Biografias:

 

Luiz Filipe - Violino Solo

Luiz Filipe tem se destacado na Europa como um divulgador da música brasileira para violino. Gravou, em 2006, na Alemanha, um CD com obras do compositor brasileiro Edmundo Villani-Côrtes para a coleção Música Contemporânea Brasileira, em projeto patrocinado pela Petrobras. Suas apresentações incluíram recitais em várias cidades francesas, inclusive no Museu do Louvre, em Paris, na programação do Ano Brasil-França, em que foram tocadas obras de Villa-Lobos e Almeida Prado.

Em 2007 apresentou recitais dedicados ao centenário de Camargo Guarnieri em Hamburgo, Roma e na Embaixada do Brasil em Berlim.

Residente na Alemanha há sete anos, onde atua como solista com diversas orquestras, Luiz Filipe vem recebendo um crescente reconhecimento também no Brasil, tendo atuado como solista com orquestras brasileiras, entre elas, a Orquestra Sinfônica da USP, a Orquestra Sinfônica Brasileira, a Orquestra Experimental de Repertório, a Orquestra da Rádio e TV Cultura, a Orquestra de Ribeirão Preto, a Orquestra de Câmara do Teatro São Pedro, em Porto Alegre. Estudou no Brasil com a violinista Elisa Fukuda. Na Europa foi aluno de Ulf Wallin, Zakhar Bron e Guy Braunstein, spalla da Filarmônica de Berlim

Graduou-se em violino performance pela UdK-Berlin, Universidade de Artes de Berlim, na classe de Axiel Gerhardt. No biênio 2007-2008 Luiz Filipe atuou como academista da Filarmônica de Berlim, com a qual foi o solista do Concerto para dois violinos de Bach sob a direção do célebre regente de música antiga Reinhard Göbel.

Premiado em diversos concursos no Brasil transferiu-se para a Europa aos 16 anos de idade, com bolsa de estudos oferecida pela Secretaria de Estado da Cultura-SP e posteriormente pela Fundação Vitae. Recebeu vários prêmios como o de melhor intérprete de Mozart no Concurso Henry Marteau, na Alemanha, no 37.º Concurso Tibor Varga, na ocasião com T. Varga presidente do júri e o 1.º lugar no Concurso Gerhard-Taschner de Berlim. É constantemente convidado como artista a participar de Festivais, entre eles o Festival de Bonn e o Festival de Música Mallorca, na Espanha (2004 e 2006).

Luiz Filipe toca num violino Lorenzo Storioni de 1774 oferecido pela Deutche Stiftung Musikleben de Hamburgo.

 

Lutero Rodrigues - Maestro revisor de partituras

Tendo tido contato com a música desde a infância, estudou violino e mais tarde, piano, concluindo o Curso de Regência na USP, em 1980. Até então, havia atuado como regente coral, à frente de vários grupos, destacando-se o Madrigal Klaus-Dieter Wolff, que recebeu o prêmio de Melhor Coral do Ano de 1980, outorgado pela Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA). Nos três anos seguintes, continuou seus estudos na Alemanha, na Escola Superior de Música de Detmold, sob a orientação de Martin Stephani. Durante este período, estudou também com Sergiu Celibidache.

De volta ao Brasil, em 1984, desenvolveu intenso trabalho voltado à formação de músicos, atuando como regente da Orquestra Sinfônica Jovem do Conservatório de Tatuí (1985-1987) e Orquestra Sinfônica Juvenil do Litoral (1984-1991). Durante 12 anos (1986-1998), foi regente da Orquestra de Câmara da Cidade de Curitiba, com a qual realizou várias turnês nacionais e internacionais (México e Dinamarca). Na temporada de 1992, foi também Regente Titular e Diretor Artístico da Orquestra Sinfônica da Paraíba.

Inúmeras vezes coordenou e dirigiu eventos, cursos e festivais de música, destacando-se o Festival de Inverno de Campos do Jordão, do qual foi Diretor Artístico durante quatro anos (1987 a 1990) e as Oficinas de Música de Curitiba.

De 1996 a 2003, foi Regente Titular e Diretor Artístico da Orquestra de Câmara Theatro São Pedro, de Porto Alegre. De 1998 a 2005, foi Regente da Sinfonia Cultura - Orquestra Sinfônica da Rádio e TV Cultura - da qual tornou-se também, a partir de 1999, seu Coordenador Musical. Com esta orquestra que, durante a sua existência, foi aquela que maior número de composições brasileiras executou, em todo o país, realizou centenas de gravações radiofônicas e dezenas de gravações para a televisão, além de várias gravações de trilhas de cinema, vinhetas e acompanhamentos de grupos de ballet. Como Regente Convidado, já dirigiu as principais orquestras brasileiras e atuou também no exterior: Alemanha, Costa Rica, México, Espanha e Dinamarca.

Tendo regido um amplo repertório internacional (cerca de 45 sinfonias), dedicou-se cada vez mais, nos últimos 20 anos, à pesquisa, divulgação e interpretação do repertório brasileiro. Como a maioria absoluta da nossa produção musical permanece manuscrita e quase sempre em precárias condições de conservação, passou a realizar, sistematicamente, a revisão e correção dos manuscritos, preparando-os para serem executados ou editados. Inúmeras foram as obras orquestrais brasileiras do passado, remoto ou recente, que receberam este tratamento. Com o mesmo cuidado, dedicou-se também à execução de obras brasileiras de autores contemporâneos, estimulando a produção de jovens compositores e prestando-se a colaborar com os mesmos na solução dos eventuais problemas advindos da execução musical.

Somando-se toda a sua atividade como regente, já dirigiu cerca de 500 obras, da autoria de 130 compositores brasileiros, 100 delas em estréia mundial. Ao final de 2002, foi eleito membro da Academia Brasileira de Música, da qual passou a ocupar a cadeira nº. 36.

 

Carlos Mendes - Cineasta

Em 1985, muda seu foco para o cinema e passa a trabalhar na Chroma Filmes, empresa voltada principalmente ao mercado publicitário, como segundo assistente de direção. Em 1989 passa a atuar como diretor cinematográfico em produções publicitárias.

Carlos Mendes foi premiado em festivais internacionais publicitários: 3 leões no Festival de Cannes, 2 estátuas de prata no Clio Awards, 7 vezes premiado no Festival Internacional de Publicidade de Nova Iorque. Dirigiu o filme publicitário Baby, para o cliente Partnership for a drug-free America, que foi veiculado em 14 países. Dirigiu uma campanha para o Abrigo para Idosos Bezerra de Menezes (Shelter for the Elderly), sendo um dos únicos cinco finalistas mundiais na área de filmes e o único da América Latina, no prestigioso United Nations Awards, prêmio oferecido pela ONU. Dirigiu o video-clipe para Djavan (finalista no primeiro MTV AWARD Brasil); e Edson Cordeiro (veiculado mundialmente e premiado no Festival de Nova Iorque).

Em 2002 passa a trabalhar como diretor cinematográfico e produtor da Berço Esplêndido Produções Cinematográficas Ltda.

De 2003 a 2005 realizou as filmagens do documentário A Odisséia Musical de Gilberto Mendes, participando como roteirista, produtor, diretor e editor. O trabalho foi selecionado pelos seguintes festivais de cinema: · Festival Internacional de Cinema do Rio de Janeiro, Mostra competitiva da 29ª Mostra BR de Cinema de São Paulo, Festival de Cinéma des 3 Amériques, em Québec, Canadá, Festival de Málaga, em Málaga, na Espanha. Em 2006, o documentário é lançado em cinema.

Ainda em 2003 escreve, em meio às filmagens do documentário, juntamente com Paulo Guarnieri e Hérika de Assis, o roteiro da peça de teatro O Mistério de Gioconda, sob a direção de Bibi Ferreira. Em 2005 venceu os três principais prêmios (melhor vídeo clipe, melhor direção e melhor roteiro) de uma competição da TV Cultura/SP, com a música Seresteiro a Perigo, interpretada por Edu Franco e Banda Grito do Ipiranga.

 

Orquestra Sinfônica Municipal

Ficha técnica:

 

Regente Titular

José Maria Florêncio

Regente Assistente

Rodrigo de Carvalho

REGENTE CONVIDADO PARA ESTE CONCERTO

lUTERO rODRIGUES

 

Primeiros-violinos

Pablo de León (spalla), Martin Tuksa (spalla), Adriano Mello, Amanda Lima, Ênio Antunes, Fabian Figueiredo, Fábio Brucoli, Fábio Chamma, Fernando Travassos, Flávio Geraldini, Graziela Rodrigues, Heitor Fujinami, John Spindler, Juan Carlos Rossi, Maria Fernanda Krug, Rafael Bion Loro, Silvio Balaz

Segundos-violinos

Andréa Campos, Laércio Diniz, Alex Ximenes, André Luccas, Angelo Monte, Eliane Oliveira, Evelyn Carmo, Liliana Chiriac, Maurício Takeda, Nadilson Gama, Otávio Nicolai, Oxana Dragos, Ricardo Bem-Haja, Sara Szilagyi, Ugo Kageyama

Violas

Alexandre de León, Renato Bandel, Abrahão Saraiva, Adriana Pace, Adriana Schincariol, Akira Terazaki, Antonio Carlos de Mello, Gianni Visoná, Giovanni Paolo Momo, Marcos Fukuda, Roberta Marcinkowski, Silvio Catto, Tânia Campos Kier

Violoncelos

Mauro Brucoli, Raïff Dantas Barreto, Angelique Camargo, Cristina Manescu, Flávia de Castro, Gilberto Massambani, Irai De Paula Souza, Joel de Souza, Ricardo Fukuda, Teresa Catto

Contrabaixos

César Vidal, Rubens de Donno, Ivan Decloedt, Mauro Domenech, Miguel Dombrowski, Ricardo Busatto, Sérgio Nicolai, Valerie Albright, Walter Müller

Flautas

Carmen Garcia, Cassia Carrascoza, Cristina Poles, Marcelo Barboza, Marco Cancello

Oboés

Alexandre Ficarelli, Rodrigo Nagamori, Giane Martins, Marcos Mincov, Roberto de Araújo

Clarinetes

Otinilo Pacheco, Luis Afonso Montanha, Domingos Elias, Eduardo Pecci, Marta Vidigal

Fagotes

Ronaldo Pacheco, Fabio Cury, Marcelo Toni, Marcos Fokin, Sérgio Gonçalves

Trompas

Mário Rocha, André Ficarelli, Angelino Bozzini, Daniel Misiuk, David Misiuk, Deusenil Santos, Rogério Martinez, Vagner Rebouças

Trompetes

Paul Mitchell, Fernando Guimarães, Breno Fleury, Eduardo Madeira, Sylvia Brasileiro

Trombones

Roney Stella, Gilberto Gianelli, Hugo Ksenhuk, Luiz da Cruz, Marim Meira

Tuba

Gian Marco de Aquino

Tímpanos

Nestor Gomes

Percussão

Magno Bissoli, Marcelo de Camargo, Osmar da Cunha, Paschoal Roma, Reinaldo Calegari

Harpa

Angelica Viana

Piano

Cecília Moita

 

SERVIÇO:

Concerto de gravação

Dia: 3 de agosto de 2008, domingo

Horário: às 11h

Local: Teatro Municipal de São Paulo

Praça Ramos de Azevedo s/nº - Estação Metrô Anhangabaú

Telefone: 3397-0300
Bilheteria: 3222-8698

Ingressos:

Setor 1 - R$ 15,00

Setor 2 - R$ 12,00

Setor 3 - R$ 10,00

 

Secretaria Municipal de Cultura

Av. São João, 473 - 10º andar

Secretário de Cultura: Carlos Augusto Calil

Centro Cultural São Paulo

www.centrocultural.sp.gov.br

Diretor: Martin Grossmann.

Rua Vergueiro, 1000 - estação Vergueiro do Metrô

 

Contatos para a imprensa:

Francisco Coelho - curador de música do CCSP, coordenador do projeto

11-3383-3444 ou 11-9272-1506 ou 11-4169-8891

e-mail: fccoelho1@uol.com.br e fccoelho@prefeitura.sp.gov.br

Luiz Filipe

00 XX 49 30 7022-16 02 / celular 00 XX 49 176 2047-21 69

e-mail: luizfilipede@yahoo.com.br

Lutero Rodrigues

11-5062-3514

e-mail: luterodrigues@yahoo.com.br

Carlos Mendes

(11) 2574-08 62 e 9918-16 60

e-mail: cemendes@uol.com.br

 


PREFEITURA DA CIDADE DE SÃO PAULO

SECRETARIA DE CULTURA

CENTRO CULTURAL SÃO PAULO

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