JORNAL VIRTUAL DAS ARTES
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abertura: 14 de junho
O Centro Cultural São Paulo apresenta, no Piso Flávio de Carvalho, de 14 de
junho e 27 de julho, a exposição CONTRATEXTOS, mostra que exibe os trabalhos
dos colombianos Óscar Muñoz, José Alejandro Restrepo, Miguel Ángel Rojas e
Fernell Franco. Sob a curadoria de María A. Iovino, Contratextos reúne 26
obras entre fotografias, vídeos e videoinstalações - produções que
desenvolvem uma reflexão sobre questões como a representação, o tempo, o
contexto, a história, a memória e a cidade.
Os quatro artistas, que já expuseram em instituições de renome, como o MoMA,
de Nova York, a Tate Gallery, de Londres, e a Bienal de Veneza, utilizam
diferentes linguagens, suportes e estratégias expressivas para pensar o
valor e o sentido da fotografia hoje. Em seus trabalhos, o caráter
documental atribuído ao meio fotográfico é constantemente confrontado à sua
capacidade crítica de produzir discursos e sugerir leituras sobre a
realidade.
Uma das obras de destaque é o Projeto para um memorial (2005), de Oscar
Muñoz, uma videoinstalação composta por cinco projeções que exibem retratos
realizados com água sobre uma superfície de cimento - traços que
inevitavelmente desaparecem com a ação do sol e do ar. Outro exemplo é a
Série Via Láctea (1980), de Miguel Ángel Rojas, um conjunto de 700 reduções
fotográficas que apresentam imagens de atividades clandestinas. Em forma de
pequenos círculos, as fotografias lembram olhos mágicos. Já José Alejandro
Restrepo apresenta o vídeo Viacrucis (2004), que utiliza imagens de
noticiários veiculadas em diferentes épocas, realizando um comentário sobre
o modo como a imagem televisiva é articulada. Vale citar ainda as três
séries fotográficas de Fernell Franco - Amarrados, Prostitutas e Retratos de
Cidade -, que lançam diferentes olhares sobre a cidade, a partir de uma
forte influência do cinema.
Esta é a terceira montagem de Contratextos no Brasil. Anteriormente, a
mostra esteve no Rio de Janeiro e em Brasília.
ENTREVISTAS:
Maria A. Iovino - curadora
Assessoria de imprensa CCSP
Fone: 3383.3463 - imprensaccsp@prefeitura.sp.gov.br
FOTOS:
Galeria de imprensa:
http://www.centrocultural.sp.gov.br/imprensa/contratexto.htm
CONTRATEXTOS
Uma reflexão a partir da arte contemporânea da Colômbia sobre a
representação, o tempo, o contexto, a história, a cidade, a fotografia, o
vídeo e o desenho.
Ao reunir a produção dos artistas colombianos José Alejandro Restrepo, Óscar
Muñoz, Miguel Ángel Rojas e Fernell Franco, esta exposição expressa as
contradições desenvolvidas em suas obras, tanto com relação aos meios que as
estruturam (fundamentalmente fotográficos), quanto em relação aos códigos
discursivos ligados a táticas de comunicação que fazem uso da imagem
fotográfica e midiática.
Cada uma das obras aqui presentes desenvolve uma aproximação particular à
fotografia e às significações próprias da imagem, que altera os códigos de
sua interpretação, inaugurando possibilidades de criação que ressignificam a
semântica do meio em geral.
Essas aproximações traduzem um olhar crítico para as problemáticas do
contexto e da construção da memória, no plano individual e coletivo,
conduzindo a descobertas relacionadas a noções como a circularidade do
tempo, o finito e o eterno, aspectos aqui expressos com grande agudeza e de
diferentes formas, de acordo com a construção de cada artista.
María A. Iovino
curadora
SOBRE OS ARTISTAS:
Óscar Muñoz nasceu em Popayán, na Colômbia, em 1951, vive e trabalha na
cidade de Cali, no mesmo país. Estudou artes na Escola Departamental de
Belas Artes de Cali, tendo integrado exposições em instituições de renome,
como a Bienal de Veneza, o Museu de Arte Moderna de Buenos Aires, a Galeria
Nacional de Praga, a Apex Art, em Nova York, dentre outras.
Óscar Muñoz (Popayán, Colômbia, 1951)
O trabalho de Óscar Muñoz, além de atravessar lúcida e poeticamente as
circunstâncias do meio ao qual pertence, produz uma ressemantização de meios
de expressão visual - a fotografia, o desenho, a gravura, a instalação, a
escultura e o vídeo -, que só pôde ter lugar no híbrido e complexo processo
que se cumpriu na história da arte da América Latina. Através de sua obra, o
artista engendrou uma amálgama atípica de recursos visuais, na qual a
compreensão do tempo e da realidade se percebe transcendente e, portanto,
referencial.
Fernell Franco (1942-2006) nasceu na cidade de Cali. Integrou exposições em
instituições de destaque, como a Bienal de Veneza, o MoMA, de Nova York, o
Museu de Arte Moderna de Buenos Aires e o de Bogotá e o Museu do Louvre, em
Paris. Sua obra é caracterizada pela utilização de procedimentos clássicos
da fotografia, sendo a cidade seu tema central.
O trabalho de Fernell Franco, apesar de manter muitos dos procedimentos da
fotografia clássica, principalmente a forte presença cênica, revela
inquietudes de refinamento abstrato, especialmente em relação à compreensão
do tempo através da luz e da sombra e à carga simbólica que reconhece nos
fatos e objetos que enfoca.
O tema central da obra de Franco é a cidade, tratada pelo artista com um
olhar claramente marcado pelo cinema, principalmente o cinema popular
mexicano, o neo-realismo italiano, o cinema negro norte-americano e o
realismo de Glauber Rocha. Nessas fontes, nutre seu interesse pelo drama e
pela edição, assim como pela expressão do lugar e do contexto. A essas
influências aliam-se a experiência pessoal do artista, um dos muitos que
deixaram o campo rumo à cidade em decorrência da violência rural dos anos
cinqüenta na Colômbia, bem como a sua vivência cotidiana em uma cidade em
pleno desenvolvimento de uma contraditória e explosiva modernidade.
José Alejandro Restrepo nasceu em Bogotá, na Colômbia, em 1959, vive e
trabalha na mesma cidade. O artista estudou Belas Artes na Universidade
Nacional da Colômbia, em Bogotá, e na École de Beaux Arts, em Toulouse, na
França. Sua obra é caracterizada pela produção em vídeo, destacando-se as
videoinstalações. Dentre as instituições onde já expôs, vale citar a Bienal
de Veneza, o Museu de Arte Moderna de Bogotá, o Centro de Arte Contemporânea
de Glasgow, o Museu de Arte Contemporânea de Montreal e o Museu do Louvre,
em Paris.
A obra de José Alejandro Restrepo inaugura uma forma poética em que se
enfrentam, de um ponto de vista crítico, o acontecer do tempo histórico e o
do real e na qual a memória se compreende a partir da dinâmica do "eterno
presente". A inabarcável multiplicidade de circunstancias e acontecimentos
presentes em sua obra acarreta a perda de qualquer noção de centro.
As mais recentes investigações desenvolvidas pelo artista tornam visível, em
um lúcido cruzamento de materiais, tomados das mais diversas fontes, a
amplitude reflexiva com que Restrepo aborda seus problemas interpretativos e
criativos. Estas obras evidenciam que na produção do artista não existe a
possibilidade de estabelecer fronteiras históricas, temporais, contextuais,
formais e, inclusive, temáticas. Impossibilidade que se faz legível em uma
vastíssima e desigual engrenagem de acontecimentos que dá lógica a cada
evento e que lhe nega qualquer literalidade representativa.
Miguel Ángel Rojas nasceu em Bogotá, na Colômbia, em 1946, vive e trabalha
na mesma cidade. Estudou Belas Artes na Universidade Nacional da Colômbia e
Arquitetura na Universidade Javeriana, ambas em Bogotá. Seu trabalho é
caracterizado por uma fusão entre a fotografia, a gravura, o desenho e a
instalação. Dentre as instituições onde expôs, destacam-se o Museu Nacional
da Colômbia, o Museu de Arte Moderna de Buenos Aires, o Whitney Museum of
American Art e a Bienal de Havana.
Miguel Ángel Rojas é um dos artistas que melhor representa a simbiose entre
fotografia, gravura, desenho e instalação que se desenvolveu com descobertas
significativas na Colômbia, especialmente desde a década de setenta. Naquele
momento, o desenho e a fotografia eram os meios que melhor expressavam os
interesses realistas então preponderantes na arte latino-americana.
Apesar do forte acento autobiográfico de sua obra, Miguel Ángel Rojas
consegue expressar problemáticas concernentes aos relatos históricos e à
configuração de centros de poder. Abordando das mais simples às mais
complexas temáticas pessoais, este artista revela as dinâmicas da
representação que legitimam a exclusão, assim como as fissuras pelas quais
se infiltram e se impõem realidades contrárias às narrativas oficiais,
modificando-as a partir da marginalidade.
SERVIÇO:
Exposição Contratextos
Centro Cultural São Paulo - Piso Flávio de Carvalho
Abertura: 14 de junho, sábado, às 15h
Período: 14 de junho a 27 de julho de 2008
Horário: de terça a sexta, das 10h às 20h, sábados, domingos e feriados, das
10h às 18h
Entrada franca
Rua Vergueiro, 1000 - Paraíso
Informações ao público: 3383.3402
www.centrocultura.sp.gov.br
..PREFEITURA DA CIDADE DE SÃO PAULO
SECRETARIA DE CULTURA
CENTRO CULTURAL SÃO PAULO
Rua Vergueiro, 1000 - Paraíso - CEP 01504-000 - São Paulo - SP
www.centrocultural.sp.gov.br
Atendimento ao público: (11) 3383-3402
E-mail: imprensaccsp@prefeitura.sp.gov.br
Galeria de fotos: www.centrocultural.sp.gov.br/imprensa
Atendimento à imprensa: (11) 3383-3463/3464
Emi Sakai
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