DARK ROOM
NO TEATRO FÁBRICA SÃO PAULO
25 de agosto a 1º outubro
Espetáculo traz os locais de sexo sem compromisso como pano de fundo para relações amorosas
Amor sem compromisso e às escuras. Este é o mote da peça Dark Room, do Grupo Teatro de Auto-Ajuda, e que debate a semelhança entre esses espaços reservados em casas noturnas GLS para práticas sexuais e as relações amorosas contemporâneas.
Como se estivessem em um desses quartos – escuros e onde os freqüentadores se escolhem pelos sentidos, três casais permanecem de olhos fechados durante todo o tempo e, na presença de um estranho, comportam-se absolutamente de maneira natural. Segundo o diretor, Rafael Truffaut, a montagem “é uma metáfora a essas relações em que não conseguimos (ou não queremos) enxergar a pessoa amada como ela verdadeiramente é. As personagens buscam um gesto de afeto, um carinho, alguém que os acolha e os retire do local, mas, justamente por estarem cegos, seus escolhidos não são bem aquilo que esperavam”.
É dentro desta realidade que circundam as três histórias da peça. Há o rapaz que responde a um anúncio de relacionamento da internet e marca de se encontrar com a anunciante na casa.O que era para ser casual, ganha um caráter afetivo, abalando as regras impostas pela mulher. Há também Doris Day, que se apaixona por Rock Hudson, sem enxergar o obstáculo para a relação: o fato de ele ser gay. E, por último, Lótus, a transex dona da boate e única a permanecer de olhos abertos. Ela assiste e interfere na vida dos freqüentadores da casa até a chegada de um misterioso homem.
Se a história traz a atmosfera paradoxal de um dark room, que mistura êxtase e frustração, não poderia deixar de carregar na trilha sonora. O espetáculo é regido por Smiths, Madonna, Moby e David Bowie. As músicas surgem sem intervalos, alterando o ritmo e o ambiente das ações como numa pista de dança. Na primeira fase de criação do espetáculo, concebido a partir de um processo colaborativo, um trecho foi apresentado no Festival Nacional CURTA TEATRO do SESI,
Novos Talentos
O Teatro de Auto-Ajuda surgiu em 2002 no curso de Artes Cênicas da Universidade de São Paulo. Seu objetivo é trabalhar questões pessoais dos seus integrantes como material para criação de narrativas que, justamente por essa pessoalidade, dialoguem com o público. As encenações da companhia discutem o desejo do amor, o questionamento das atitudes passionais, a busca por enxergar o ser amado sem quaisquer projeções de necessidades afetivas. Tudo isto num universo de referências contemporâneas: o cinema, a música e a arte pop; a dança-teatro; a semiologia (em especial o trabalho de Roland Barthes); a retomada dos mitos; a psicanálise; a moda e o universo urbano.
Suas últimas produções: Amor: Urgência Emocional (espetáculo de dança-teatro) e Quando meu Príncipe chegar... (baseado em textos do autor francês Jean Cocteau) tiveram temporadas bem-sucedidas no Teatro Laboratório da ECA-USP e no Studio das Artes (São Paulo). Amor: Urgência Emocional participou do Festival de Teatro de Santo Agostinho,
Neste novo trabalho, propõe-se ao grupo investigar três aspectos distintos do fazer teatral: dramaturgia, interpretação e encenação. Dark Room foi criado por um processo colaborativo: o grupo partiu de um tema – a necessidade do amor como a transcendência de um cotidiano marcado pela banalização dos problemas pessoais e pelo narcisismo – e de um conjunto de referências literárias e cinematográficas propostas pelo diretor e comuns aos membros do grupo. Entre as referências está a obra literária de Caio Fernando Abreu (como catalisador de diálogos e ações), o Mito da Caverna de Platão (referência arquetípica) e filmes como Dolls, de Takeshi Kitano.
As cenas foram escritas a partir de improvisações, em que todos os atores se revezaram fazendo todas as personagens. Criadas as três histórias e definido o personagem de cada um, buscou-se refinar as interpretações e consolidar a autonomia das narrativas. Na última fase, de criação da encenação, o diretor optou por um palco limpo, com movimentação geometricamente precisa, trilha sonora contínua e atores constantemente com os olhos fechados (com exceção de Lótus). Teve início então um novo treinamento, baseado em percepção corporal e limpeza de movimento, para que os atores possam realizar com segurança suas cenas, ainda quem de olhos fechados.
Em suma, a pesquisa do pressupõe a total doação do ator, na medida em que tudo parte da sua pessoalidade. A pesquisa recai sobre uma forma específica deste trabalhar – não se trata de um estilo de atuação, mas de um modo de se relacionar com o trabalho. Assim, embora o objetivo declarado do grupo seja estrear um espetáculo, a experimentação refere-se ao próprio processo de criação, consiste também em realimentar suas bases e consolidar-se.
FICHA TÉCNICA
DIREÇÃO E CENOGRAFIA -Rafael Truffaut
ELENCO - Camilo Schaden, Fernanda Gama, Priscilla Carbone, Rafael Truffaut, Vanessa Ouros, Vitor Freire
DRAMATURGIA -Teatro de Auto-Ajuda
ILUMINAÇÃO - Gustavo Viggiano
FIGURINOS - Amanda Siqueira
TRILHA SONORA -Teatro de Auto-Ajuda
FOTOS - Gabriela Itocazo
SERVIÇO:
Dark Room
Do Grupo Teatro de Auto-Ajuda
De 25 de agosto a 01 de Outubro
Sextas e sábados as 21h30
domingos as 20h30
duração: 60
indicação: 14 anos
Ingresso: R$ 20,00 (R$ 10,00 meia-entrada para estudantes, idosos).
Teatro Fábrica São Paulo - Sala 2
80 lugares
Rua da Consolação 1623
Estacionamento conveniado R$8,00
Reservas e informações: Tel.: 3255-5922 ou pelo site www.fabricasaopaulo.com.br
Assessoria de Imprensa: Julianna Santos
(11) 32140339/91002540
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