boletim famaliá 28

 

1 - IRMANDADE HOMENS PRETOS. São Paulo/SP

 

2 - 7o Encontro Nacional de Capoeira Angola. Piracicaba/SP

 

3 - XII CONGRESSO BRASILEIRO DE FOLCLORE. Natal/RN

 

4 - Morreu MESTRE JUCA DO BALAIO. Fortaleza/CE

 

5 - Ministério do Trabalho lança mapa da economia solidária no Brasil.

 

6 - Conselho de Populações Tradicionais denuncia situação de comunidades na região da BR-319. AM

 

7 - Regina Casé leva para a Globo a arte das periferias.

 

8 - Kaingang – índios no urbano... um novo horizonte. Porto Alegre/RS

 

9 - Abertas as inscrições para o Programa Internacional de Bolsas de Pós-Graduação da Fundação Ford

 

10 - CAPOEIRA NA EDUCAÇÃO FORMAL.

 

11 - Mussuca recebe certificação de comunidade quilombola. Laranjeiras/SE

 

12 - “Teia” recebe 50 mil para ver diversidade cultural brasileira na Bienal.

 

13 - Mostra UM OLHAR INDÍGENA. Centro Cultural Brasil-Espanha. Brasília/DF

 

14 - De passagem pelo Rio de Janeiro, a Caravana Laborarte. Rio de Janeiro/RJ

 

15 - Artigo do escritor Braulio Tavares

 

16 - Tupinikins e Guaranis resistem a Aracruz e a violência do governo. ES

 

17 - Comunidades negras reconhecidas. TO

 

18 - II Mostra de Literatura Afro-Brasileira. Belo Horizonte/MG

 

19 - Governo define metas para atender quilombolas do Estado. PE

 

20 - Concurso nacional escolheu projeto de reurbanização da Rocinha. Rio de Janeiro/RJ

 

21 - Compre todas as edições da revista RAIZ.

 

 

 

Nesta Edição

1 - IRMANDADE HOMENS PRETOS

Especial

A partir dos eixos ANCESTRALIDADE, IDENTIDADE E CIDADANIA, as atividades valorizam os 100 anos da Igreja do Rosário do Largo Paissandu, retratam um histórico da Irmandade dos Homens Pretos e abordam a construção da afirmação e a luta pela conquista de direitos do Negro na sociedade brasileira.

Congada

Dança em homenagem aos Reis Congos, inventada, ainda em Portugal, pelos escravos que se reuniam em torno da Irmandade do Rosário, e que tem, até hoje, grande expressão no Brasil, incorporando a musicalidade africana à cultura ibérica. Com Grupo Cambaiá. Informações e inscrições na Central de Atendimento. Na Sala 1 - 3º Andar. Grátis

De 06/04 a 27/04. Quintas, das 16h às 17h30.

Carmo

Dança Afro-brasileira

Dança étnica desenvolvida por meio de pesquisa e do resgate cultural da dança de orixás, fora do espaço sagrado, valorizando as matrizes corporais dos movimentos. 20 vagas. Informações e inscrições na Central de Atendimento. Sala 1 - 3º andar. R$ 37,00; R$ 30,00 (usuário matriculado). R$ 18,50 (trabalhador no comércio e serviços matriculado e dependentes).

De 07/04 a 26/05. Sextas, das 18h às 19h30.

Carmo

Ancestralidade e Arte: Salve Cidadania

Exposição e ambientação que valoriza os 100 anos da Igreja do Rosário do Largo Paissandu, um resgate da história da Irmandade dos Homens Pretos e a importância dessa na construção social e cidadã da cidade de São Paulo. Grátis

De 18/04 a 20/05. Segunda a sexta, das 9h às 19h.

Carmo

Cortejo de Maracatu

A representação da coroação dos Reis Negros com o Teatro Popular Solano Trindade, família que mantém viva essa tradição popular. Saída da Igreja do Rosário do Largo Paissandu, cortejo pelas vias centrais e concentração na Praça Poupatempo-Sé. Grátis

18/04. Terça, às 13h.

Carmo

Culinária Afro-brasileira

Bate papo com Ricardo Maranhão no qual o historiador e professor das Faculdades Anhembi Morumbi, área de Gastronomia, aborda a influência da cultura africana na culinária brasileira. Restaurante - Salão 1. Grátis

18/04. Terça, às 18h.

Carmo

Mãe África

Histórias desta terra que mora em nosso coração, permeiam nosso corpo e encanta nossa alma. Com Tininha Calazans. Biblioteca e Área de Convivência.

Grátis

18/04. Terça, às 13h30 e 17h.

Carmo

Cortejo de Congada

O grupo Congada de São Benedito de São Bernardo do Campo homenageia a Santa Nossa Senhora do Rosário e conduz pelas ruas da cidade de São Paulo a imagem exposta na exposição Ancestralidade e Arte: Salve Cidadania de volta à Igreja. Dia 19/05, sexta-feira, às 13h. Grátis.

Palestra

Irmandades Homens Pretos

Bate-papo sobre as Irmandades Negras com Antônia Aparecida Quintão, Maria Lúcia Montes e representantes das Irmandades Homens Pretos e Pastorais Afro da Cidade de São Paulo. Dia 12/05, sexta-feira, às 16h. Auditório. Grátis.

Show

Osvaldinho da Cuíca e Cordão Ziriguidum

Um show que reproduz a entrega do título do Cidadão-Samba àqueles que muito contribuíram para a construção da cidadania e afirmação dos direitos dos negros na sociedade brasileira. Com Osvaldinho da Cuíca, Cordão Ziriguidum e componentes da Embaixada do Samba Paulista. Dia 12/05, sexta-feira, às 19h. R$ 4,00; R$ 3,50 (usuário matriculado). R$ 2,00 (trabalhador no comércio e serviços matriculado e dependentes, aposentados e estudantes com carteirinha). Salão Copa 1.

 

2 - 7o Encontro Nacional de Capoeira Angola. Piracicaba/SP

É com grande satisfação que a Escola de Capoeira Raiz de Angola, em nome de Mestre Zequinha, vem comunicar aos ilustres companheiros a realização do 7º Encontro Nacional de Capoeira Angola, a ser realizado em Piracicaba, estado de São Paulo, no dia 09 de setembro de 2006. Estamos organizando toda a programação do evento e logo será divulgada para a comunidade. Mais notícias é só entrar em contato com a escola no seu site www.raizdeangola.com.br ou diretamente com o Mestre Zequinha nos treinos e rodas no Calq-Piracicaba ou pelo telefone do mestre. Desde já agradecemos.

ESCOLA DE CAPOEIRA RAIZ DE ANGOLA

Fundada em 12/07/1996

MESTRE ZEQUINHA

Rua Cristo Redentor, 384 - Vila Rezende

CEP. 13405-200 - Piracicaba.SP

Tel. (19) 3402 9617

www.raizdeangola.com.br

email. capoeiraraizdeangola@yahoo.com.br

 

3 - XII CONGRESSO BRASILEIRO DE FOLCLORE

(a ser realizado em homenagem a Câmara Cascudo)

Natal – Rio Grande do Norte

de 01 a 04 de agosto de 2006

PROGRAMAÇÃO DO CONGRESSO

01/08 - 20:00h - Cerimônia de abertura

- Homenagem póstuma a Rose-Marie Reis Agrifoglio

01/08 – 20:30 - Conferência 01 – Luís da Câmara Cascudo: um brasileiro feliz.

Conferencista Prof. Dr. Diógenes da Cunha Lima

Presidência da mesa: Dra. Anna Maria Cascudo Barreto

02/08 - 08:00 às 12:00 h - Reuniões dos grupos de trabalho

09:00 às 12:00 h - Oficinas

02/08 - 14:00h - Conferência 02 – Folclore e turismo

Conferencista: Clerton Martins (Universidade de Fortaleza – Comissão Cearense de Folclore). Debatedores: Luiz Antônio Barreto (Comissão Sergipana de Folclore). Olimpio Bonald Neto (Universidade Católica de Pernambuco)

02/08 – 16:00 – Mesa-redonda 01 – Culinária, folclore e turismo

Expositores: Bariani Ortêncio (Comissão Goiana de Folclore), Maria Letícia Cavalcanti (Comissão Pernambucana de Folclore)

- Mesa-redonda 02 – Estudos cascudianos

Expositores: Ático Vilas Boas da Motta (Comissão Baiana de Folclore), Maria Thereza Lemos de Arruda Camargo (Comissão Paulista de Folclore), Vicente Serejo (Comissão Norte-riograndense de Folclore),

03/08 - 08:00 às 12:00 h - Reuniões dos grupos de trabalho

09:00 às 12:00 h - Oficinas

03/08 - 14:00 h - Conferência 03 – Turismo e religiosidade popular

Conferencista: Mundicarmo Ferretti (Comissão Maranhense de Folclore). Debatedores: Angélica Hoeffler (Universidade de São Paulo) e Sandro Guimarães Sales (Universidade Federal de Pernambuco)

03/08 - 16:00 h - Mesa - redonda 03 – Artesanato e turismo

Expositores: Beatriz Dantas (Universidade Federal de Sergipe), Ângela Savastano (Museu do Folclore de São José dos Campos) e Dorian Gray Caldas (Comissão Norte-riograndense de Folclore)

- Mesa - redonda 04 – Parafolclore e turismo

Expositores: Aglaé D´Ávila Fontes (Universidade Federal de Sergipe), Terezinha Heiman (Universidade de Blumenau), Maria de Lourdes Macena (Comissão Cearense de Folclore).

0408 - 08:00 às 12:00 h - Reuniões dos grupos de trabalho

09:00 às 12:00 h - Oficinas

04/08 - 14:00h - Conferência 04 – Tradição oral, registro e recriação.

Conferencista: Bráulio do Nascimento (Comissão Nacional de Folclore). Debatedores: Gilmar de Carvalho (Universidade Federal do Ceará) e Beliza Áurea Mello (Universidade Federal da Paraíba).

03/08 - 16:00h – Mesa-redonda 05 – Ocorrências folclóricas lúdico-religiosas

Expositores: Ulisses Passarelli (Comissão Mineira de Folclore), Roberto Benjamin (Universidade Federal Rural de Pernambuco), Osvaldo Meira Trigueiro (Universidade Federal da Paraíba)

- Mesa - redonda 06– Lúdica e turismo

Expositores: Altimar de Alencar Pimentel (Comissão Paraibana de Folclore), Dione Pena Zanatta (Comissão Gaúcha de Folclore), Delzimar Coutinho (Comissão Fluminense de Folclore).

04/08 - 14:00h – Mesa-redonda 07 – Heranças européias na tradição brasileira.

Participantes: Ria Lemaire (Universidade de Poitiers – França), Arnaldo Saraiva (Universidade do Porto – Portugal), Julie Cavignac (Universidade Federal do Rio Grande do Norte – Brasil)

04/08 – 16:00 - Conferência 04 – Turismo, diversidade cultural e desenvolvimento sustentável

Conferencista: Antônio Hohlfeldt (Pontifícia Universidade Católica de Porto Alegre)

04/08 - 17:30h - Reunião plenária da Comissão Nacional de Folclore

 - Moções / - Próximo seminário: escolha da sede / - Próximo congresso: escolha da sede

04/08 - 18:00h - Encerramento

 

GRUPOS DE TRABALHO (Local: CEFET-NATAL)

Público-alvo: PRÉ-INSCRITOS

Dias 02 a 04 de agosto – das 09:00 às 12:00 horas

GT 01 - Religião e cultura popular. religcong12@hotmail.com

GT 02 - Música e cultura popular.  mcpcong12@hotmail.com

GT 03 - Dança e cultura popular.  dancpcong12@hotmail.com

GT 04 - Culinária e medicina popular. culmedcong12@hotmail.com

GT 05 - Artesanato e festas populares. artfescong12@hotmail.com

GT 06 - Folclore e turismo.  folturcong12@hotmail.com

GT 07 - Cultura popular e Comunicação. cpcomcong12@hotmail.com

GT 08 - Folclore nas práticas pedagógicas. folppcong12@hotmail.com

GT 09 - Oralidade e transmissão do saber. oraltscong12@hotmail.com

GT 10 - Patrimônio imaterial. patrimcong12@hotmail.com

 

APRESENTAÇÃO DE COMUNICAÇÕES EM GRUPOS DE TRABALHO

Os coordenadores dos grupos de trabalho receberão – exclusivamente em correspondência eletrônica - os resumos das comunicações, que deverão obedecer aos seguintes elementos e características, respectivamente, para a apreciação e seleção:

Título do trabalho

Autor(es)

Telefone, fax e endereços eletrônicos dos apresentadores

Instituição de origem

Instituição onde foi desenvolvido o trabalho

O resumo deve ser apresentado numa página do tamanho A4, fonte Times New Roman, tamanho 12, espaço entre linhas 1,5.

Os resumos, selecionados ou não, não serão devolvidos. Os autores dos resumos que forem selecionados serão notificados e os seus trabalhos constarão da pauta de apresentação do grupo de trabalho.

Prazos:

Para apresentação de resumos: até 15 de junho de 2006 (destinados aos coordenadores dos grupos de trabalho, devendo a remessa ser feita através de correspondência eletrônica).

Para aprovação ou recusa: até o dia 30 de junho de 2006 os autores dos resumos aprovados receberão diretamente do coordenador do grupo de trabalho comunicação dando conta da aprovação.

Para apresentação de trabalhos completos: até o dia 15 de julho de 2006 os trabalhos completos deverão ser enviados, por correspondência eletrônica, para a Coordenação Científica do Congresso, no endereço eletrônico congresso12folclore@yahoo.com.br, com cópia aos coordenadores dos grupos de trabalho.

Estrutura do trabalho

O trabalho deve ser apresentado na forma de "comunicação científica", incluindo bibliografia e apresentar, no início:

título,

nome do autor,

instituição a que pertence

resumo de até 10 linhas

três palavras-chave.

O corpo do texto deve conter

- introdução,

- fundamentação teórica ou descrição da pesquisa,

- metodologia,

- análise dos resultados,

- conclusões

- bibliografia (sobrenome, nome (do autor) título do livro/artigo (nome do periódico), local da edição, nome da editora, ano, páginas); não serão aceitos trabalhos com os nomes dos autores abreviados.

Dimensão: entre 10 a 15 páginas, tamanho A4, corpo 12, tipo Times New Roman, entrelinha 1,5, justificado, em Word, com recuo de parágrafo de 1 cm.

O negrito só deverá ser usado para títulos e entretítulos (em nenhuma outra hipótese será admitido). O itálico só deverá ser usado para ressaltar citações e palavras em língua estrangeira (em nenhuma outra hipótese será admitido). No caso das citações, o recuo do parágrafo (para 2 cm) deverá ser utilizado quando a citação exceder três linhas. Será exigida rigorosa observância das regras gramaticais de uso das minúsculas e maiúsculas (exclusivamente nas aberturas de parágrafos e no início dos nomes próprios).

A apresentação de comunicações aos grupos de trabalho importa na autorização para a sua publicação, a critério da Comissão Nacional de Folclore, nos Anais do XII Congresso Brasileiro de Folclore, sem que caiba ao autor qualquer remuneração a título de direito autoral.

 

AS OFICINAS (local: CEFET (RN)

Público-alvo: estudantes e profissionais

Dias 02 a 04 de agosto – das 9:00 às 12:00 horas

Oficina 01 Teatro de bonecos: aplicação do Folclore na educação especial.

Ministrante: Augusto Barreto

Oficina 02 Cinema e vídeo na cultura popular.

Ministrante: Buca Dantas

Oficina 03 Folclore e turismo cultural.

Ministrantes: Clerton Martins e Severino Lucena Filho

Oficina 04 Xilogravura.

Ministrantes: Aucides Sales e Marcelo Soares

Oficina 05 Dança:.

Ministrantes: Eleonora Gabriel

 

CURSO DE ATUALIZAÇÃO EM CULTURA FOLCLÓRICA

Local: Centro Federal de Educação Tecnológica de Natal

Público-alvo: professores e alunos de terceiro - grau

01/08 – (terça-feira

08:00h - Abertura

- Deífilo Gurgel / Paula Simon Ribeiro

09:00h - Aula 01

A Carta do Folclore Brasileiro

- Cáscia Frade - (Universidade Estadual do Rio de Janeiro)

10:00h - Aula 02

Cultura afro-brasileira do Rio Grande do Norte

- Luiz Assunção (Universidade Federal do Rio Grande do Norte)

11:00h - Aula 03

Danças do folclore do Rio Grande do Norte

- Severino Vicente (Comissão Norte-riograndense de Folclore)

14:00 - Aula 04

Catolicismo popular: rezadeiras

- Gutemberg Costa (Comissão Norte-riograndense de Folclore)

15:00 - Aula 05 

 

Turismo religioso no Rio Grande do Norte

- Antonio Marques (Comissão Norte-riograndense de Folclore)

16:00 - Aula 06

Cantorias no Rio Grande do Norte

- José Lucas de Barros (Comissão Norte-riograndense de Folclore)

0208 – (quarta-feira)

09:00h - Aula 07

Literatura popular na Região Sul

Ivo Pensato (Comissão Gaúcha de Folclore)

10:00h - Aula 08

Turismo e grupos parafolclóricos

- Terezinha Heiman (Universidade de Blumenau)

11:00h - Aula 09

Cultura popular na fronteira Oeste

- Marlei Sigrist - (Universidade Federal do Mato Grosso do Sul)

14:00 - Aula 10

Folguedos e danças do Leste

- Eliomar Mazoco - (Comissão Espírito-santense de Folclore)

15:00 - Aula 11 

 

Folias de reis

- Affonso Furtado da Silva - (Comissão Fluminense de Folclore)

16:00 - Aula 12

Folguedos e danças do Nordeste I

- Ranilson França (Comissão Alagoana de Folclore) e Verônica Maria Ribeiro - (Universidade Federal do Piauí)

03/08– (quinta-feira)

9:00 - Aula 13

Folguedos e danças da Região Sul

- Reginaldo Gil Braga - (Universidade Federal do Rio Grande do Sul)

10:00 - Aula 14

Cordel: resistência heróica

- Neuma Fechine Borges - (Comissão Paraibana de Folclore) Rosilene Melo (Universidade Federal da Paraíba)

11:00 - Aula 15

 

Folguedos e danças do Nordeste II

- Maria Michol Carvalho - (Comissão Maranhense de Folclore)

14:00 - Aula 16

Projeção do Folclore em danças e folguedos I

- Toninho Macedo - (Comissão Paulista de Folclore)

15:00h - Aula 17

Religiosidade popular: cultos e folguedos

Afonso Aguiar Filho (Comissão Pernambucana de Folclore)

16:00h - Aula 18

Medicina popular

- Iaperi Araújo - (Universidade Federal do Rio Grande do Norte – Comissão Norte-riograndense de Folclore)

04/08– (sexta-feira)

09:00 - Aula 19

Folclore infantil

- Neusa Bonna Secchi (Comissão Gaúcha de Folclore)

10:00 - Aula 20

O ensino com o folclore

- Cirinéia do Amaral (Comissão Pernambucana de Folclore)

11:00 - Aula 21

 

Projeção do Folclore em danças e folguedos II

- Aglaé D´Ávila Fontes - (Universidade Federal de Sergipe)

14:00 - Aula 22

Literatura popular: o conto

- Doralice Alcoforado (Comissão Baiana de Folclore - Universidade Federal da Bahia)

15:00h - Aula 23

Lendas e mitos: ocorrências urbanas

- Rúbia Lóssio (Fundação Joaquim Nabuco)

16:00h - Aula 24

Artesanato: influência do colonizador europeu

- Lélia Pereira da Silva Nunes (Comissão Catarinense de Folclore)

 

4 - Morreu MESTRE JUCA DO BALAIO. Fortaleza/CE

Olá amigos.

É com grande pesar que transmito os informes abaixo:

Morreu na madrugada de hoje o NOSSO MESTRE JUCA DO BALAIO.

Velório de 10 às 14:30 - na sede do Maracatu

14:30 às 16 h. Theatro José de Alencar

17 hs. Enterro no São João Batista

Para outras informações contatar com Pingo de Fortaleza / Marcos ou Luci: 8857.8251

Tieta: 3226.1189

Comissão Cearense de Folclore

Lourdes Macena

 

5 - Ministério do Trabalho lança mapa da economia solidária no Brasil

Agencia Brasil

07/04

Adriana Franzin

Da Agência Brasil

Brasília - O Ministério do Trabalho e Emprego lançará amanhã (8) o Atlas da Economia Solidária.

O mapa mostra que, no Brasil, há quase 15 mil empreendimentos e cerca de 1,5 milhão de pessoas envolvidas com atividades coletivas e autogestonárias de produção, distribuição, consumo, poupança e crédito. A maior parte dessas empresas de cooperação solidária está localizada na região Nordeste.

O Atlas, resultado de uma pesquisa feita pelo ministério, por intermédio da Secretaria Nacional de Informações em Economia Solidária, será divulgado na I Mostra de Cultura Popular e Economia Solidária, em São Paulo, e servirá de base de dados para o Sistema Nacional de Informações em Economia Solidária (Sies).

Segundo o ministério, um dos principais objetivos da iniciativa é fornecer informações às três esferas de governo para que sejam implementadas políticas públicas que atendam às demandas do setor.

 

Atlas da Economia Solidária reúne dados sobre o setor e pode servir de base para políticas

Agencia Brasil

08/04

Paulo Montoia e Ana Paula Marra

Repórteres da Agência Brasil

São Paulo – O Ministro do Trabalho, Luiz Marinho, lançou hoje (8), em São Paulo, o Atlas da Economia Solidária.

O documento servirá de base de dados para a elaboração do Sistema Nacional de Informações em Economia Solidária (Sies).

Conforme mostra o mapa, atualmente no Brasil há quase 15 mil empreendimentos solidários e cerca de 1,5 milhão de pessoas no setor. A maior parte desses empreendimentos localiza-se nos estados do Nordeste.

O diretor tesoureiro da Central de Cooperativas e Empreendimentos Solidários, a Unisol-Brasil, Arildo Mota Lopes, destacou, em entrevista à Agência Brasil, a importância do levantamento para "munir os governos" (federal, estadual e municipal) de informações que possibilitem a criação de políticas públicas que atendam às demandas do setor, por localização geográfica e pelas necessidades regionais.

"Esse mapeamento é importante para consolidar os empreendimentos de economia solidária", pontuou Lopes.

O lançamento do Atlas da Economia Solidária ocorreu durante a 1ª Mostra de Cultura Popular e Economia Solidária. O documento foi elaborado por meio de pesquisa feita pelo Ministério do Trabalho em parceria com a Secretaria Nacional de Economia Solidária (Senaes) em 2.274 municípios (41% das cidades brasileiras).

A Economia Solidária é compreendida como o conjunto de atividades econômicas (produção, distribuição, consumo, poupança e crédito) organizadas e realizadas por trabalhadores sob a forma coletiva e autogestionária. Nesse conjunto de atividades e formas de organização destacam-se quatro importantes características: cooperação, autogestão, viabilidade econômica e solidariedade.

 

Secretário diz que levantamento começou em 2004 e promoveu "estratégia de organização solidária"

Agencia Brasil

08/04

Paulo Montoia

Repórter da Agência Brasil

São Paulo – O Atlas da Economia Solidária, lançado hoje pelo ministro do Trabalho, Luiz Marinho, pode servir de base para políticas públicas para o setor, confirma o secretário-adjunto da Secretaria Nacional de Economia Solidária (Senaes), Fabio Sanchez.

Em entrevista à Agência Brasil, ele explica o processo de organização dos dados, que começou em 2004, e por que ele pode servir de base para as ações do Estado.

Agência Brasil – Quanto tempo levou para fazer o Atlas e por que realizá-lo?

Fabio Sanchez – O mapeamento começou em 2004. A gente construiu um grupo de trabalho para fazê-lo com alguns objetivos. Primeiramente, que ele subsidiasse as políticas públicas, que definisse que marcos jurídicos são mais necessários para esses empreendimentos, que ele auxilie na construção das políticas para o segmento. O segundo foi para, de fato, conhecermos a economia solidária no Brasil, mostrá-la e dar visibilidade. Um terceiro objetivo era uma estratégia de articular os empreendimentos, a possibilidade de construção de cadeias produtivas entre eles, de subsidiar o escoamento da produção deles.

Abr – O senhor poderia dar um exemplo dessa "estratégia de articulação"?

Sanchez – Através do mapeamento, conseguimos, por exemplo, construir uma cadeia produtiva do algodão ecológico, que reúne produtores no Ceará, empresas recuperadas em São Paulo e a produção de roupas (camisetas, calças) na região Sul do Brasil. Então, o mapeamento possibilita articular em termos políticos – formativos – que esses empreendimentos troquem conhecimento, experiências, que se organizem em fóruns de desenvolvimento de economia solidária, ou seja, uma estratégia também de organização.

ABr – Como foi feito o mapeamento?

Sanchez – A gente teve duas fases do mapeamento. Uma primeira foi o cadastramento dos empreendimentos. Ou eles se autocadastravam ou a gente pesquisava para fazer isso. A segunda fase foi de ir a campo, de visitar todos esses empreendimentos. Visitamos mais de 14 mil empreendimentos. Nessa segunda fase, haviam 700 pesquisadores espalhados pelo Brasil inteiro – em cerca de 200 entidades envolvidas. Em cada estado teve uma equipe gestora do mapeamento, que visitava as cooperativas para fazer um censo.

 

Economia solidária é uma resposta da sociedade ao processo da globalização, diz secretário

Agencia Brasil

08/04

Paulo Montoia

Repórter da Agência Brasil

São Paulo – Em entrevista à Agência Brasil, o secretário-adjunto da Secretaria Nacional de Economia Solidária (Senaes), Fabio Sanchez, afirma que 70% dos empreendimentos solidários surgiram nos últimos dez anos.

"Economia solidária é uma resposta da sociedade ao processo da globalização", diz ele. Ele trata desses assuntos no segundo trecho da entrevista que concedeu à Agência Brasil sobre o Atlas da Economia Solidária, lançado hoje em São Paulo.

ABr – Quais informações novas esse trabalho revelou?

Sanchez – Que o número de cooperativas rurais é alto, por exemplo. Foi algo que surpreendeu de certa maneira, que mais da metade dos empreendimentos de economia solidária estão no campo. Outro dado que também nos surpreendeu é que a maior parte está formalizada como associações, depois vêm os grupos informais e as cooperativas propriamente ditas, cerca de 11%. A formalização como cooperativas é a menor parte.

ABr – Vocês tinham na Senaes alguma tese prévia ou expectativa sobre o panorama do setor?

Sanchez – Sim, de que era algo crescente, de que é um fenômeno recente e o mapeamento confirma a nossa hipótese: 70% dos empreendimentos foram criados nos últimos dez anos. Esse período corresponde à crise do desemprego, abertura dos mercados, o que mostra que a economia solidária é uma resposta da sociedade ao processo da globalização.

ABr – Qual é o painel que surge a partir do levantamento final, e o que ele suscita de concreto?

Sanchez – Primeiro, do crescimento nos últimos anos da economia solidária. Surpreendeu-nos o volume de trabalhadores envolvidos neles, maior que 1,5 milhão.O que é bastante significativo é que há todos os segmentos de atividades econômicas, desde o metalúrgico, artesanato, culinária, agricultura familiar e são bastante diversos no seu interior. Notamos que embora [os empreendimentos] sejam uma resposta à exclusão social e ao desemprego, eles ainda são bastante frágeis do ponto de vista econômico. Ainda necessitam de instrumentos como crédito. A grande maioria, 60%, fala que eles necessitam é de políticas de comercialização. Os três gargalos são comercialização, crédito e assessoria técnica.

 

6 - Conselho de Populações Tradicionais denuncia situação de comunidades na região da BR-319

Agencia Brasil

07/04

Thaís Brianezi

Repórter da Agência Brasil

Manaus – O coordenador estadual do Conselho Nacional de Populações Tradicionais (CNPT) do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Leonardo Pacheco, denunciou que as populações do Rio Ituxi e do Médio Purus estão sofrendo com a grilagem de terras e o desmatamento, ao longo da Rodovia Manaus – Porto Velho (BR-319).

Ele participou do debate sobre aproveitamento sócio-econômica e ambiental dos 15,4 milhões de hectares que ficam ao longo da BR-319.

Desde 2000 e 2002, respectivamente, foi iniciado – a pedido dos moradores – o processo de criação de duas reservas extrativistas nessas áreas. "Já fizemos visitas técnicas e estudos. Neste ano, com verba do Arpa [programa Áreas Protegidas da Amazônia] esperamos acelerar essa criação", afirmou Pacheco. "E não são pessoas que vivem próximo à estrada, não. Na beira dos rios você também tem grilagem, tem trabalho degradante."

De acordo com Carvalho, em junho devem ocorrer consultas públicas para que a sociedade local opine sobre a destinação das terras públicas na área sob limitação administrativa. "Ainda não sabemos quantas serão, porque há muitos municípios [22, ao todo] na área", ponderou. "Mas estamos iniciando esse debate técnico, com as instituições públicas. E vamos também começar um diálogo com os movimentos sociais e as organizações não-governamentais.

 

7 - Regina Casé leva para a Globo a arte das periferias

Agência Estado

08/04

A atriz Regina Casé sempre gostou dos circuitos fora da moda. E adora mostrar na televisão o que está aí, na cara de todo mundo, e ninguém presta atenção. O programa Central da Periferia, que estréia neste sábado na Rede Globo, após o Caldeirão do Hulk, é mais uma dessas experiências, que começaram com o Brasil legal e que levaram Regina a tornar-se cada vez mais apresentadora e repórter. Desta vez, ela mostra a arte dos arrabaldes das metrópoles, manifestações que só serão percebidas pelos meios de comunicação daqui a algum tempo. É uma delícia ir com ela aos morros (mesmo os que ficam nas planícies) e ver gente simples, que trabalha desde criança, mata dois leões por dia para viver dignamente e ainda acha tempo e ânimo para fazer arte, divertir platéias e ser feliz. Num momento em que falcões e infratores parecem onipresentes nos meios de comunicações, Regina Casé aponta o que a periferia tem de bom e honesto.

No primeiro programa, sobre a periferia do Recife, ela foi à casa dos artistas para mostrar como vivem e promoveu um show que durou dois dias, um para ensaio e outro à vera. "Não estou descobrindo nada, pois essas pessoas já fazem sucesso nos lugares onde vivem", explica Regina, que se aliou nessa empreitada a Guel Arraes (que abrigou o programa em seu núcleo de criação) e Hermano Vianna, antropólogo irmão de Herbert e parceiro da atriz de longa data, que também se dedica, na vida acadêmica e nos meios de comunicação, às manifestações culturais que estão emergindo, geralmente nas periferias ou nos bairros pobres. "Tudo o que a gente conhece como cultura brasileira, tudo o que nos identifica vem daí. A feijoada, o carnaval, o samba, o funk e os dois Ronaldinhos do futebol, todos são crias da periferia. Por isso, fui lá para ver o que acontece neste momento."

Neste primeiro programa, ela apresenta Dedesso, jovem cantor de música romântica que não tem medo de ser chamado de brega. Vai à casa de seus pais, que contam como sempre trouxeram o menino sob vigilância e confessam o orgulho de vê-lo vitorioso. Tem também Zé Brown, líder do grupo Faces do Subúrbio, que faz um rap irado e panfletário, e Michelle Melo, que se define como a Madonna do Agreste. Nos próximos programas, ela vai a São Paulo e recebe, entre outros, Jair Rodrigues e a família. Depois, vai para Belém do Pará e, por fim, volta ao Rio.

Serviço: Central da Periferia. Estréia neste sábado, às 16h50. Globo.

 

8 - Kaingang – Índios no urbano... um novo horizonte

CICLO DE DOCUMENTÁRIOS

de 11 a 16 de abril, na sala de cinema P.F.Gastal

na Usina do Gasômetro, em Porto Alegre/RS

entrada Franca

terça (11 abril)

20:30 hs filmes do programa 01

quarta (12 abril)

19:30 hs explanação dos índios Kaingang e dos antropólogos Dra. Ana Elisa Freitas e Dr. Sérgio Baptista

filmes do programa 02 (menos o  Ritual Kiki)

e depois momento para conversa do público com os explanadores

quinta (13 de abril)

20:30 hs filmes do programa  01

sexta (14 de abril)

20:30 hs filmes do programa 02

sábado (15 de abril)

20:30 hs filmes do programa 01

domingo (16 de abril)

20:30 hs filmes do programa 02

 

Programa 01

A herança dos “tronco velho”

30 min. Cor. Brasil, 1999

Direção: Ana Luiza Carvalho da Rocha e Rogério Rosa

Este documentário, baseado num parecer antropológico, jurídico e histórico da terra indígena Borboleta/ RS/ Brasil (1998), apresenta a luta pela terra dos povos indígenas do sul do Brasil a partir da herança dos seus antepassados – os “tronco velho” – presente na sua narrativa biográfica.

 

"Mrür Jykre - a cultura do cipó"

42 min. Cor. Brasil

Roteiro e direção: Ana Elisa de Castro Freitas

Para além do espaço construído da cidade, em Porto Alegre vicejam florestas e campos povoados por diversas formas de vida. É desde estas florestas que os Kaingang pensam a cidade, nos convidando a uma viagem pelo universo dos cipós que sustentam seu viver no urbano. Neste percurso, entretanto, são intimados a enfrentar o avanço da cidade sobre as matas e a ingressar na luta em defesa da terra de seus ancestrais.

 

Programa 02

Dia de Mudança

19 min. Cor. Brasil, 2003

Roteiro e direção: Ana Elisa de Castro Freitas

Dia de Mudança retrata um dia na vida de uma família Kaingang no espaço urbano. As imagens e sons se articulam revelando o cotidiano de homens, mulheres e crianças, na construção das casas, no preparo dos alimentos, nas brincadeiras, no riso. Partindo da matéria de suas memórias, os Kaingang nos convidam a refletir sobre as mudanças e continuidades, as permanências e inovações que definem os contornos do viver indígena no urbano.

Dualismo kaingang em perspectiva: dinâmica da construção da imagem

15 min. Cor. Brasil, 2005

Imagens e edição: Alexandre Aquino, Flávio Gobbi, Luiz Fagundes, Luiz Gustavo Pradella.

Coordenação: Sergio Baptista da Silva

Co-edição e tradução: Zaqueu Jópri Claudino

Núcleo das Sociedades Indígenas e Tradicionais – NIT/ UFRGS

Em meio à diversidade étnica do Puxirum de Artes e Saberes, espaço indígena do V FSM, em 2005 na cidade de Porto Alegre, comunidades kaingang (Jê Meridionais) participantes destacaram-se, não só através de sua presença política ativa, mas também por meio de seus costumes, suas danças e cantos, seus adornos e pinturas corporais que, assim como outros elementos, constituem-se na visão dualista, cerne da cosmologia e da organização social tradicional kaingang. Construído a partir do registro sistemático do Puxirum pela equipe do Núcleo de Antropologia das Sociedades Indígenas e Tradicionais da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, este filma tem em seu foco o processo dinâmico pelo qual se deu a construção da manifestação étnica kaingang no contexto diferenciado proporcionado pelo V FSM.

 

Irai, terra kaingang

15 min. Cor.  Brasil, 1994

Direção: Rogério Rosa

Em Irai, norte do RS, 300 Kaingang viviam em apenas um hectare de terra. Em agosto de 1992, eles autodemarcaram os 280 hectares que lhes pertenciam, q estava em disputa entre a prefeitura e os grupos ecológicos da região.

 

Ritual Kiki

31 min. Cor.  Brasil, 1995

Direção: Rogério Rosa

Celebração ritual do Kiki entre os Kaingang do Posto indígena Chapecó, em Santa Catarina, maio de 1994.

 

9 - Abertas as inscrições para o Programa Internacional de Bolsas de Pós-Graduação da Fundação Ford

Quarta-Feira, 12 de abril de 2006

JC e-mail 2994, de 11 de Abril de 2006.

Estão abertas, até o dia 22 de maio, as inscrições para o Programa Internacional de Bolsas de Pós-Graduação da Fundação Ford. A coordenação no Brasil do programa é da Fundação Carlos Chagas

A iniciativa conta com US$ 280 milhões, durante dez anos, e tem o objetivo de manter os investimentos no ensino superior pela Fundação Ford.

De acordo com texto de divulgação do programa, para assegurar a diversidade de origem dos bolsistas, são priorizados os candidatos de grupos que, sistematicamente, têm tido acesso restrito ao ensino superior.

No Brasil, o programa, além de estar atento à igualdade de gênero, destina-se, prioritariamente, a pessoas negras ou indígenas, ou originárias das regiões Norte, Nordeste ou Centro-Oeste, ou provenientes de famílias que tiveram poucas oportunidades econômicas ou educacionais.

As candidaturas serão avaliadas por uma comissão de seleção brasileira, composta de especialistas dos diversos campos do conhecimento e intervenção, apoiada por assessores ad hoc brasileiros. A comissão de seleção fará a indicação para o ingresso do candidato no Programa Internacional de Bolsas de Pós-Graduação. A decisão definitiva será tomada pela Secretaria Técnica do Programa, com sede em Nova Iorque.

Estão previstas seleções anuais no Brasil até o ano de 2008. Já foram realizadas quatro seleções no Brasil, desde 2002, tendo sido concedido o total de 170 bolsas. A Seleção Brasil 2006 prevê a concessão de 40 bolsas com duração máxima de 24 meses para mestrado e de 36 meses para doutorado.

Veja mais informações no site http://www.programabolsa.org.br

(Gestão C&T, 474)

 

10 - CAPOEIRA NA EDUCAÇÃO FORMAL

Mestre Zulu

Em 11 de agosto de 1972 iniciei o ensino de capoeira no Colégio Agrícola de Brasília como atividade extra-classe autorizada pela direção daquela unidade.

Senti a necessidade de sistematizar os procedimentos de: ensino-aprendizagem; intercâmbios com outras unidades de capoeira; interação com a escola e com o meio acadêmico; convivência com as artes marciais, as lutas, a educação física e com a dança. À medida que eu acumulava experiências sentia também um desejo cada vez maior de criar, recriar, redimensionar, formular, selecionar, produzir, estudar, discutir, e também ouvir, e muito, os meus alunos.

Uma das primeiras iniciativas minhas para introdução da capoeira no ensino fundamental e médio foi uma carta aberta, dirigida ao Ministério da Educação, datada de julho de 1972. Nessa carta sugeria algumas providências a serem tomadas nas esferas federal, estadual e municipal para introdução da capoeira na educação pública com indicações de algumas responsabilidades para cada uma das esferas.

Inúmeras e variadas foram as minhas iniciativas na busca de alternativas para ampliar e sedimentar o projeto da capoeira na educação formal e mais especificamente nas escolas públicas do Distrito Federal.

No mês de julho de 1979, a Secretária de Educação do Distrito Federal, Professora Eurides Brito, ao visitar o Colégio Agrícola de Brasília, foi convidada a assistir a uma apresentação de capoeira realizada pelos alunos do Colégio. Naquela ocasião eu tive a oportunidade de expor pessoalmente o conteúdo do meu projeto à Senhora Secretária, que prometeu empenhar-se na implantação da capoeira nas escolas públicas do DF.

Apresentamos à Secretaria de Educação e Cultura do Distrito Federal um projeto integrado de capoeira e ginástica brasileira. Durante o segundo semestre de 1981, fiz algumas alterações naquele projeto a fim de atender às exigências e às disponibilidades daquela Secretaria.

No decorrer do mês de janeiro de 1982, após receber as modificações exigidas, o “Projeto Ginástica Brasileira e Capoeira” tramitou por algumas seções, da Fundação Educacional, obtendo parecer favorável, e definição de implantação experimental do referido projeto. Criou-se, a partir daí, um núcleo experimental de capoeira e ginástica brasileira que atenderia aos alunos a partir da 5ª série do ensino fundamental até a 3ª série do ensino médio.

Dentre tantos apresentei outro projeto em outubro de 1987, intitulado: “Currículos e Programas: Expansão da Capoeira na Rede Oficial de Ensino”. Esse projeto integrou o Plano Quadrienal de Educação da Fundação Educacional e apresentava novos encaminhamentos e orientações que objetivavam a expansão e o desenvolvimento da capoeira na rede pública a partir de três modalidades curriculares: a primeira modalidade consistia no desenvolvimento de atividades de capoeira como opção no conteúdo programático de Educação Física de 5ª e 6ª séries, pelos professores das respectivas séries; a segunda modalidade destinava-se ao atendimento de alunos a partir da 5ª série nos Centros de Aprendizagem de Capoeira, cujo ensino seria dado exclusivamente por docentes de capoeira; a terceira modalidade destinava-se ao atendimento de alunos classificados nas competições dos Jogos Escolares do DF, para integrarem a seleção escolar de capoeira.

O projeto previa a implantação e a implementação dos Centros de Aprendizagem de Capoeira (CAC) e a realização de cursos de capacitação para professores, ele continha ainda outras metas específicas do programa, tais como seminários, debates, publicação de caderno técnico, reciclagem de mestres e contramestres de capoeira, implementação de um núcleo de estudos e treinamentos especiais.

A iniciativa de inclusão da capoeira no currículo oficial do ensino fundamental e médio rendeu vários desdobramentos, dentre eles a inclusão na capoeira como modalidade de competição nos Jogos Escolares Brasileiros. Em 1985 por iniciativa do Distrito Federal, foi aprovada pelos Diretores de Educação Física das Secretarias Estaduais de Educação, reunidos na SEED-MEC, a inclusão da capoeira nos JEB's.

A primeira participação da capoeira como modalidade de competição nos Jogos Escolares Brasileiros, deu-se ainda em 1985, dividida em duas etapas: uma regional, em julho; e outra nacional, em dezembro.

A “Capoeira na Educação Formal” deve ser tratada sob a perspectiva: da pesquisa; da produção e disseminação do conhecimento; e da valorização do saber popular.

Ao me referir à Capoeira na Educação estou falando do ensino sistematizado, formal, público oficial, fundamental e médio. Assim sendo, a inclusão da capoeira no ensino escolar deve ser uma atividade gerenciada e supervisionada pelo serviço público de ensino, desprovida de ingerências, gestões ou reproduções de Grupos de Capoeira no âmbito educacional.

As modalidades de ensino de capoeira devem ser, no mínimo duas. A primeira eu a denominei de Atividade Curricular Programática, pelo fato de ser integrante do conteúdo programático de Educação Física, de alguma série do ensino fundamental e o seu ministrante ser o próprio professor de Educação Física, devidamente instrumentalizado. A segunda modalidade eu a denominei de Atividade Curricular Complementar, oferecida em centros de ensino ou de treinamento, aberto ao atendimento de alunos, de um certo número de estabelecimentos de ensino, observados algumas indicações: idade mínima de 7 anos; o aluno fazer opção pela atividade; a partir da 7ª série o aluno optante pela capoeira será liberado das aulas de educação física, ficando a cargo do docente de capoeira, a freqüência, acompanhamento, e as avaliações  dos alunos, a serem encaminhadas às escolas de origem. Na Atividade Curricular Complementar as aulas têm duração de uma hora e meia, três vezes por semana.

Uma terceira modalidade de ensino é a Atividade Curricular Suplementar, oferecida em um único centro para ensino e treinamento da Seleção Escolar de Capoeira, centro este sob a responsabilidade de um docente de capoeira, um mestre preferencialmente.

No Ensino Superior a capoeira deve ser oferecida como: curso de extensão; disciplina obrigatória no curso de Educação Física; disciplina optativa para outros cursos universitários; curso seqüencial com abrangência em áreas como: biologia, medicina, educação física, pedagogia, história, etc.; curso de pós-graduação, ao nível de especialização.

Gostaria ainda de fazer algumas considerações sobre a “Capoeira na Educação Formal”: entendo que não devemos nos arvorar com a sanção da Lei 10.639, que estabelece a obrigatoriedade do ensino da história e da cultura afro-brasileira nos currículos dos ensinos fundamental e médio, e querer fazer a inclusão da capoeira na educação como uma disciplina curricular, como soube de já haver iniciativas nesse sentido; o serviço público de ensino deverá ser atuante na formação e qualificação continuada dos profissionais que desenvolvem essa atividade na educação; o professor de educação física atua como ministrante de capoeira dentro do conteúdo programático da sua disciplina; o docente de capoeira atua como ministrante de capoeira dentro das atividades curriculares complementares e suplementares; o ensino escolar da capoeira terá de fazer parte da postura político-pedagógica da escola, atendendo as demandas da comunidade escolar e não a interesses de grupos específicos de capoeira; entendo ainda, que o poder público tem o dever de formular e implementar políticas públicas assegurando a todos o acesso à capoeira e também a outras manifestações da nossa cultura popular.

zuluideario@yawl.com.br

 

11 - Mussuca recebe certificação de comunidade quilombola

Data: 11/04/2006

Depois de Mucambo e Porto da Folha, chegou a vez de Mussuca, em Sergipe, receber a certificação de auto-reconhecimento como comunidade remanescente de quilombo pela Fundação Cultural Palmares. O comunicado oficial foi feito durante visita do governo federal na localidade.

Localizada no município de Laranjeiras, Mussuca fica a 20 quilômetros do centro e possui, aproximadamente, mil famílias, totalizando uma população  de 2.400 pessoas. Com a certificação, Mussuca é automaticamente incluída no programa Brasil Quilombola, que prevê uma série de projetos como regularização fundiária, infra-estrutura e serviços, desenvolvimento econômico e social e controle e participação social.

Apenas as comunidades reconhecidas podem ser atendidas e receber os benefícios oferecidos pelos convênios com ministérios do Governo Federal tendo disponíveis as ações e serviços nas áreas de educação e saúde. Com a certificação,as comunidades quilombolas também têm a terra  desapropriada pelo Incra passando a ser os donos.

O acompanhamento na saúde das comunidades é oferecido através dos projetos do ministério da saúde ( chamadas nutricionais, avaliação de peso em bebes, redução de morbilidade e mortalidade precoce) e financiamento de projetos de melhorias sanitárias domiciliares (MDS) e abastecimento de água através da Funasa (Fundação Nacional de Saúde). Esse ano Funasa beneficiará cerca de 650 pessoas das comunidades quilombolas do estado de Sergipe com 37 MDS, 69 pias de cozinha,34 tanques de lavar roupa e 68 filtros cerâmicos. Um investimento de R$ 141.598,97 já aprovado e com obras previstas para esse semestre. O Coordenador Regional da Funasa em Sergipe, Hélio Sobral Leite, diz que a coordenação será realizada uma ação educativa na área de saneamento e saúde através do Programa de educação em saúde e mobilização social (PESMS) da Fundação. "O objetivo do trabalho é preparar a comunidade para receber e utilizar o sistema de abastecimento de água". Enfatizou.

Fonte: Correio de Sergipe - http://www.correiodesergipe.com/lernoticia.php?noticia=13850

 

12 - “Teia” recebe 50 mil para ver diversidade cultural brasileira na Bienal

Portal do PT -10/04/2006

Cinqüenta mil pessoas passaram pelas catracas do Pavilhão da Bienal, no Parque do Ibirapuera, durante a Teia – Rede de Cultura do Brasil. O evento ocorrido entre quarta (5) e domingo (9) superou as expectativas, de acordo com avaliação do secretário de Programas e Projetos do Ministério da Cultura, Célio Turino. Cerca de três mil pessoas de todo o país apresentaram atividades e projetos culturais. No Sesc Vila Mariana, também na capital paulista, ocorreram os debates culturais. Leia abaixo entrevista de Turino ao Portal do PT.

De norte a sul, a Teia Cultural reuniu desde os pequenos grupos de moradores que se juntaram em seus bairros para organizar teatro de rua, grupos de dança, ou qualquer outra ação cultural,até as organizações que já têm destaque no Brasil, como o Projeto Axé, por exemplo, que já rompeu fronteiras com seu reconhecido trabalho de arte-educação.

Os grupos de contadores de histórias, hip-hop, samba, coco de umbigada e maracatu, cirandeiros, repentistas, indígenas e remanescentes quilombolas, entre outros, trocaram experiências e potencializaram suas ações a partir da Teia, na Bienal. Foi possível ter o primeiro mapeamento nacional das ações do país que unem cultura e cidadania.

Desenvolvido pelo Ministério da Cultura (MinC), Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e pelo SESC-SP, com patrocínio da Petrobras, a Teia conta com o apoio do Sebrae, do Instituto Paulo Freire, do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e do Museu Afro-Brasil.

Leia a entrevista ao Portal do PT,avaliando o evento ocorrido em São Paulo e, leia também:Governo federal mostra diversidade cultural brasileira em São Paulo

Qual a repercussão que o evento teve?

São três mil participantes diretos integrando a economia solidária, avançando no processo de reflexão e apresentação de seus trabalhos. A teia está conseguindo atender aos objetivos de integrar cultura com economia solidária e cidadania. Os participantes do Brasil todo estão conseguindo participar das diversas ações da teia, desde a apresentação de seus trabalhos por meio das mostras artísticas, passando pelo debate conceitual e encontros reflexivos, que estão ocorrendo no Sesc Vila Mariana). O público de são Paulo também está participando das atividades da Bienal. Isto permite um encontro também com uma política de governo e uma prática que nunca antes foi desenvolvida. Uma ação do governo fazendo um processo de reverência, de entrelaçamento e contato com a sociedade, que se apresenta como protagonista.

Por que foi escolhida São Paulo para a realização deste encontro?

O programa, a pedido do presidente Lula, tem atendido aqueles setores que nunca receberam atendimento e apoio do governo. E assim nós fizemos com a implementação dos Pontos de Cultura. Desde2004, nós fomos instalando Pontos de Cultura em áreas remotas que tradicionalmente não recebiam recursos do governo. Assim, chegamos às aldeias indígenas, aos quilombos, às favelas, às periferias das grandes cidades... A idéia é fazer com que a periferia, tanto geográfica, quanto cultural, social, -a periferia pode ser até um grupo de arte de vanguarda de uma universidade, que não está no mercadão cultural – que ocupassem um espaço privilegiado e consagrado para as artes, como é o prédio da Bienal,em São Paulo e o Parque do Ibirapuera. Por isso a realização em São Paulo. Existem muitos grupos de São Paulo, mas que nunca tiveram acesso a um espaço como esse.

Há grupos fortes de outros Estados que se destacam?

O forte são os grupos de outros Estados! Tem grupo de Roraima, veio o Maracatu Estrela de Aliança inteiro, os índios do Xingu, o Cariri Xocó de Alagoas, folia de reis, entre outras manifestações.

Evento abre um circuito maior para estas produções culturais?

Ele dá um sentido a essa estruturação da rede dos Pontos de Cultura de uma forma mais ampla, que começam a se perceber enquanto um movimento. Uma coisa é o Ponto desenvolver sua atuação na sua localidade apenas. Outra é ele perceber a similaridade, a proximidade que um rap pode ter com um repente, com um coco de umbigada. Assim, há todo um processo de renovação de conceitos, um processo de renovação estética, que vai se estabelecendo a partir da Teia.

O que mudou com os Pontos de Cultura,que eram comunidades que já existiam e produziam?

Primeiro, o apoio do governo, que é de até R$ 185 mil, divididos em cinco parcelas semestrais. Isso permite que o Ponto que, às vezes, faz seu trabalho com muito sacrifício, consiga desenvolvê-lo com mais condições e estrutura. Possa pagar um bolsista, um professor, um oficineiro, comprar um equipamento de cultura digital, ter um pequeno equipamento de gravação de CD, uma câmera de vídeo digital. Isso alavanca o protagonismo das comunidades.

Você conhece algum case que demonstre este avanço?

Tem um depoimento da Beth de Oxum, do Ponto de Cultura “Terreiro Côco de Umbigada”, que é também um terreiro de candomblé em Olinda. Ela sempre foi perseguida pela polícia, como toda a cultura e religiões dos afrodescendentes o longo da história. Da última vez, a política chegou para fechar a atividade dela – a sambada -, e ela mostrou a logomarca do governo federal, do programa Cultura Viva. Ela disse: “O que vocês estão fazendo aqui? Nós somos um Ponto de Cultura, estamos fazendo parte de um programa do governo federal”. Ela deu esse depoimento ontem, e concluiu dizendo que, pela primeira vez, sentiu na prática o que é empoderamento, que é o que está sendo possibilitado pelo governo Lula. “Eu me senti empoderada. E a polícia de Pernambuco que sempre chegou para nos reprimir e baixar a porrada, agora teve que se curvar e respeitar uma cultura que fazemos há mais de cem anos, a cultura de nossos avós, a zabumba, de 150 anos que tem sido respeitada e cultuada.”

As inscrições de atividades e o público satisfizeram as expectativas?

Atendeu plenamente e até superou.Temos como participantes ativos três mil pessoas, mais o público. Só no prédio da Bienal tivemos 50 mil passagens na catraca.

Qual o próximo passo?

É consolidar a rede e a sustentabilidade dos Pontos de Cultura, agora entrelaçando com um programa de economia solidária. Assim, vamos buscando novas ações que garantam o processo de consolidação da autonomia, do protagonismo e do empoderamento destas comunidades. A previsão é que a Teia seja um evento bienal.

Existe a perspectiva de instalação demais Pontos?

Nós temos 200 Pontos de Cultura que estão para ser conveniados e só não foram porque o Congresso Nacional, por ação da Oposição, ainda não votou o orçamento de 2006. Isto tem inviabilizado uma série de ações do governo, de forma deliberada. Já temos 450 pontos conveniados.

 

13 - Vídeo nas Aldeias e o Centro Cultural Brasil España de Brasília convidam

19 de abril no Centro Cultural Brasil Espanha de Brasília

(às 19 horas, 707/709 Sul, lote D - tel: 3443-9916 )

Debate sobre Políticas Públicas de apoio a projetos culturais indígenas

com a presença de:

Márcia Sant'Anna (IPHAN), Sérgio Duarte Mamberti (Secretário da Identidade a da Diversidade cultural do MINC),Célio Turino (Secretário de Programas e projetos Culturais do MINC) e lideranças indígenas

e para o lançamento do vídeo

IAUARETÊ

Cachoeira das Onças

Um vídeo sobre o pedido de registro da cachoeira de IAUARETÊ como local sagrado dos povos do Rio Negro

Na Mostra

UM OLHAR INDÍGENA

Entrada franca para todas as sessões e programação completa pelo site www.objetosim.com.br ou www.videonasaldeias.org.br

 

14 - De passagem pelo Rio de Janeiro, a Caravana Laborarte. Rio de Janeiro/RJ

(Movimento Vivo da Cultura Maranhense)

vai realizar oficinas de TAMBOR DE CRIOULA

e CACURIÁ DE DONA TETÉ

Local: Teatro Cacilda Becker, RJ

Dias: 28 e 29 de abril, às 14 horas

Inscrições pelo e-mail rosabalaio@uol.com.br c/c festinterslz@elo.com.br

VAGAS LIMITADAS

 

15 - Artigo do escritor Braulio Tavares

“Intrépidos Mortais, oh quantos Mundos

até agora escondidos e ignorados,

ireis pisar afoitos e jucundos,

pelos etéreos Campos azulados!

Não fraquejeis, Espíritos profundos,

e, na pasmosa Máquina elevados,

ide incensar entre os sidéreos lumes

o Congresso imortal dos altos Numes.”

(Bocage, “Elogio Poético à Admirável Intrepidez com que, em Domingo 24 de agosto de 1794, Subiu o Capitão Lunardi no Balão Aerostático”, 1794)

Caros(as) amigos(as):

Enquanto o Brasil, devagar, devagarinho, vai pro Espaço, cá estou eu a catar letras todo dia, como se disto dependesse a sorte do Universo e o equilíbrio do Sistema Solar.  Depende.

O resultado sai todo dia no “Jornal da Paraíba” (http://jornaldaparaiba.globo.com/braulio.html).

abs a todos, obrigado pela atenção, boa leitura

BT

931) Ariano Suassuna e Caetano Veloso (11.3.2006)

Braulio Tavares

No Carnaval de Recife, vi, no show de Antonio Nóbrega, uma cena que me deixou matutando.  Na lateral do enorme palco, sentados lado a lado em cadeiras fornecidas pela produção, assistiam o show Ariano Suassuna e Caetano Veloso.  Ariano, um dos homenageados oficiais do carnaval (juntamente com o grande Claudionor Germano); Caetano, visitando o carnaval de Pernambuco pelo segundo ano consecutivo. 

No final, Nóbrega chamou Ariano ao palco para cantarem juntos “Madeira do Rosarinho”; depois, chamou Caetano.  Juntos, os três cantaram o grande frevo-de-bloco “Evocação no. 1”, aquele que todo nordestino sabe de cor: “Felinto, Pedro Salgado, Guilherme, Fenelon, cadê teus blocos famosos?...”  E uma multidão incalculável (eu pelo menos não consegui calcular), que se espalhava pelo largo do Marco Zero e pelas ruas que convergem para lá, aplaudiu a presença conjunta do criador do Movimento Armorial e do criador do Tropicalismo.

Isto significa que algum dos dois, ou ambos, estariam abrindo mão de suas idéias, de suas posições?  Duvido.  O Brasil inteiro sabe o que pensam os dois.  Seus seguidores muitas vezes se engalfinham metaforicamente, e têm uma tendência a ver o lado oposto de forma redutora, caricatural e empobrecida.  Eu, que me vejo eqüidistante aos dois, tenho consciência do quanto eles estão afastados, e do quanto se parecem.  Ariano e Caetano são dois brasileiros raros: têm uma fé ilimitada no Brasil, na sua força, na sua possibilidade de um destino glorioso.  O “Brasil” de cada um reflete, é claro, a origem de cada um.  Ariano pertence à estirpe ascética e rija dos  sertanejos, Caetano pertence à cultura hedonista e malemolente dos mulatos litorâneos.  Ariano é um defensor da Tradição, do eixo vertical de uma acumulação cultural de séculos; Caetano é um buscador insaciável da Novidade, do florescer contemporâneo de mil novas formas de sentir e de pensar.  Os interesses dos dois são tão afastados que ambos se tornam indispensáveis. Sem um dos dois, o Brasil seria caolho.

O que os une é essa paixão pelo Brasil e essa fé no Brasil (paixão e fé que invejo, porque as sei superiores às que sinto).  Vendo-os a cantar juntos, vejo-os unidos também pela lembrança de Felinto, de Pedro Salgado, dos velhos blocos de rua, do carnaval como fonte permanente e inesgotável da alegria e da criatividade do povo, e das belas canções que celebram nossa gente e nossa cultura.  Não porque estas sejam ou pretendam ser superiores à gente ou à cultura de outras regiões; mas porque são nossas, e um povo que não gosta de si próprio e não vê valor em si próprio não pode esperar respeito da parte de seu-ninguém.

Caetano está com 63 anos, Ariano com 78; suas carreiras têm sido divergentes, mas o espírito que as anima é o mesmo.  Quando daqui a 100 ou 200 anos os compositores fizerem novas “evocações”, seus nomes aparecerão lado a lado, como os de Felinto, Pedro Salgado, Guilherme ou Fenelon.   O futuro lhes agradece.

 

16 - Tupinikins e Guaranis resistem a Aracruz e a violência do governo. ES

Jornal A Nova Democracia

Este jornal não é órgão de nenhum partido político Ano

IV. nº 29, abril de 2006

Para onde vai a Aracruz e o desgoverno

Alexandre Amaral

Ao sul do rio Piraquê-açu, fora das áreas indígenas

homologadas ou mesmo reivindicadas, que estão ao norte do rio, entre as imensas plantações de eucalipto, um deserto verde, encontram-se pa-lhoças em meio a pequenos rodos de milho e mandioca: são famílias tupinikins, que resistem, com suas próprias forças, à invasão de uma transnacional.

Cacique Tupinikim Jaguaretê foi ferido à bala na invasão da Polícia Federal à aldeia.

O drama dos tupinikins e guaranis já foi tratado por AND, na edição de n°27. A eclosão da resistência dos povos originários -, seja no Espírito Santo, no Mato Grosso, em Minas Gerais, na Bahia e no Maranhão, bem como a violência que a administração FMI-PT e o judiciário em particular imprimem contra esses povos -, a serviço do latifúndio, e a necessidade de ouvir os índios, faz AND voltar à questão da luta dos tupinikins e guaranis pela reconquista de seu território, invadido e destruído pela Aracruz Celulose.

A transnacional invade

Os tupinikins, outrora ocupantes de extensa faixa do litoral, foram paulatinamente confinados no litoral do Espírito Santo, nas cercanias da Capital até o Rio Doce. Restaram apenas as aldeias do Município de Aracruz, ao norte do Rio Piraquêaçu, até Comboios. A partir de 1960 chegam os guaranis, em busca da Terra sem mal 1, e foram acolhidos como irmãos pelos tupinikins. São 2.500 índios, em 4 aldeias tupinikins e 3 guaranis.

A disputa pelo território teve início em 1960, na resistência contra a invasão da Aracruz. Em 1998 houve a primeira rebelião, quando a gerência FMI-PSDB, grupo Cardoso, usou um aparato de guerra para confinar os índios e seqüestrar os caciques, levando-os a Brasília, onde impôs um acordo espúrio, quando foram homologados 7.000 ha. de terras, e estabelecido um pagamento mensal da Aracruz aos índios, por conta do corte do eucalipto nessa área.

Assim, a Aracruz 2, além de criminosamente ocupar o território indígena e destruir os meios de sobrevivência - parte deles em recursos naturais -, ainda escravizou os índios, fazendo-os fornecedores de matéria prima para a produção de celulose, agora única forma de garantir sua existência.

Em 2005, os índios, mais organizados, iniciaram outra rebelião, quando realizaram eles próprios a demarcação de suas terras. Apesar de o território indígena ancestral ser muito maior, englobando a área onde se localiza a fábrica da Aracruz, construída sobre uma aldeia, a reivindicação se limitou a aproximadamente uns insignificantes 11.000 ha. - se considerado o confesso megafúndio da Aracruz (261 mil ha., somente de plantio de eucalipto: www.aracruz.com.br)

Quem o Estado protege

Cacique Jaguaretê durante a entrevista.

No dia 20 de janeiro, a pretexto de cumprir liminar concedida pelo juiz federal de Linhares, Rogério Moreira Alves, a tropa de choque da Policia Federal, com a conivência e autorização do Ministério da Justiça e da FUNAI - no dia anterior o presidente da FUNAI, Mécio Pereira Gomes, afirmava que "os índios têm terra demais" -, sem prévio aviso, fez uma operação de guerra, agredindo os nativos com bombas de efeito moral, cassetetes, "balas de borracha" e ameaça de tiros de metralhadoras, inclusive com uso de um helicóptero.

Mesmo deixando 9 feridos entre os índios, as tropas fascistas saíram desmoralizadas - em face da rápida mobilização dos índios, que fizeram uma manifestação em frente à fábrica e de lá apenas saíram quando a gerência FMI-PT prometeu homologar as terras indígenas -, não antes de, ao verem suas casas sendo demolidas pelos tratores da Aracruz, com inteira justiça, num ato simbólico, quebrarem os vidros das viaturas.

Gerência engorda Aracruz

A cumplicidade do desgoverno oportunista do PT com a Aracruz não se expressa apenas no apoio armado. No dia 1º de fevereiro último, no jornal A Gazeta, aliás "carinhosamente" apelidado pelos estudantes que apóiam os índios como "capacho da Aracruz", publicou uma ata de reunião do conselho de administração da transnacional, no qual o governo, proprietário de 12,5% das ações da empresa, tem assento ocupado pela ex-deputada Sandra Starling, do PT de Minas Gerais.

Essa camarilha que arrota filantropia diante da miséria

promovida pelo latifúndio, pelo capital monopolista nativo e estrangeiro, com esmolas sob o nome de Fome Zero, para a Aracruz, "disputada em Wall Street" (Carlos Lessa, ex-presidente do BNDES), resolveu emprestar 300 milhões de dólares, recursos esses oriundos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) e do Programa de Integração Social (PIS), a serem pagos após 2 anos de carência, em 54 parcelas, com juros de 3%, simbólicos, em se considerando que aos banqueiros Palocci faz questão de pagar 18%.

Se não bastasse, esses recursos, públicos, que deveriam estar voltados para a criação de empregos e atividades estratégicas, como o desenvolvimento tecnológico e a produção de alimentos, serão destinados ao plantio de 74.000 ha. de eucalipto somente da Aracruz, mais 17.000 ha. por terceiros. Como o plantio de eucalipto gera 1 emprego para cada 30 ha., ao contrário da produção de alimentos que gera 1 emprego para cada hectare, a gerência FMI-PT estará criando 3.300 empregos, e não 87.000, se a mesma importância fosse destinada aos camponeses pobres.

Mas o recurso não socorrerá apenas o plantio do eucalipto. Uma parte (...) será usada no "financiamento das ações sociais"... da Aracruz - leia-se publicidade, com a compra de órgãos de imprensa, cooptação de autoridades e manutenção de entidades que estão a seu serviço.

Apesar de usarem termos diplomáticos, os líderes tupinikins e guaranis não demonstram a menor confiança nas promessas da gerência FMI-PT.

Unem-se aos camponeses

A revolta dos índios tem servido como exemplo e inspiração para os demais setores espoliados, desde os estudantes, até os camponeses e os quilombolas do norte do Estado, unidos na luta pela recuperação das terras roubadas pela Aracruz. As classes dominantes locais passaram a demonstrar até certo desespero, fazendo um juiz de Aracruz estabelecer multa de 100.000 reais para cada apoiador das causas indígenas que adentrassem nas aldeias.

Dois chefes de verdade

Após conversações com o ministro da Justiça, dois chefes

indígenas concederam entrevista à AND, onde contam a história do seu povo, a luta pelo território e sua identidade cultural, e o entrelaçamento dessa luta para a construção de uma democracia de novo tipo no Brasil. Assim, dois jovens estadistas, grandes representantes de seus povos - o tupinikin Jaguaretê (cacique em Caieiras Velhas), e o guarani WeráT'Jecupé(cacique em Três Palmeiras) -, desferem uma a uma as verdades emanadas de seus povos.

AND - Qual é a origem dessa aliança entre os povos tupinikins e guaranis frente ao espoliador estrangeiro representado pela Aracruz?

Cacique tupinikin Jaguaretê - Os tupinikins e guaranis do Espírito Santo formam um povo, unido pelos laços históricos, de origem, de luta e de vida em comum. Os tupinikins, por ocuparem o litoral, de São Paulo até o sul da Bahia, foram os primeiros a ser massacrados com a chegada dos europeus. Durante muito tempo fugimos da aniquilação, restando aqui em Aracruz e região os últimos tupinikins. Esse é o nosso território, apesar dele ter sido muito reduzido. Hoje estamos reivindicando apenas 18.000 ha., todos eles ocupados pela Aracruz, enquanto que o governo homologou apenas 7.000 ha.

Cacique guarani WeráT'Jecupé - O povo guarani do Estado do Espírito Santo veio do sul do país, na década de 40, guiado pela líder religiosa Tatantin Guareté, minha bisavó. Ela teve a revelação de que em razão das ameaças dos grileiros e fazendeiros, interessados na erva-mate, deveríamos buscar outro lugar para viver. Os guaranis crêem que o Grande Espírito (Nhanderu), através de revelações aos mais velhos, aos religiosos, guia nosso povo na busca de uma terra sem males, melhor para viver no mundo, apesar dos guaranis também buscarem o espaço místico, que é a Terra sem Males (Mbae VeráGuaçu ).

Guiando nosso povo, minha bisavó veio caminhando. Ficava um ano, dois, em algum local, onde fundava aldeias que ainda estão lá porque sempre permanece alguém. Depois de São Paulo onde morreu meu bisavô, continuou. Parou em Parati, depois em Campos, depois em Krenake, em Minas Gerais, no vale do Rio Doce. Veio para o Espírito Santo, onde fez contatos com os tupinikins, que já sofriam com a violência da Aracruz.

Nesse tempo, minha bisavó e os clãs saíram dali e foram para Guarapari, no sul do Estado. Era época da gerência militar, e o SPI, Serviço de Proteção ao Índio, hoje Funai, à força, empurrou todos índios para os caminhões e os levaram para Minas Gerais. Lá num lugar chamado Fazenda Guarani, próximo de Governador Valadares, o SPI tinha essa terra demarcada como se fosse um presídio. Ali eram confinados os pataxós, guaranis, maxacalis e outros povos, tudo junto.

Então, depois de algum tempo - nessa época eu estava com 5 ou 6 anos -, os guaranis, guiados por suas tradições, resolveram sair de lá fugindo da vigilância do SPI. Chegamos então em krenake, onde vivem os descendentes dos botocudos, e depois em Caieiras Velha, aqui em Aracruz, onde estão os tupinikins. Nessa época, havia vários posseiros nas aldeias e as lideranças mais velhas começaram a lutar em busca de soluções para demarcação. Aí foi criada a luta conjunta.

AND - Como a Aracruz tomou as suas terras, e quais os malefícios para os povos originários e para a população local?

WeráT'Jecupé - Nos povoados das florestas - hoje só tem eucalipto -chegavam pistoleiros em caminhonetes. Sob ameaça de morte diziam para aqueles moradores que eles não eram mais os donos dali, que deveriam sair. Eles foram saindo e essas empresas devastando, ateando fogo para depois plantar eucalipto, transformando tudo num deserto verde, sem vida.

Jaguaretê - Por causa dessa destruição, hoje a gente não consegue mais sobreviver da natureza, porque além de transformarem em deserto, reduziram nosso território que, antes, era imenso. Agora, estamos confinados a apenas 7.000 ha.

AND - Depois dessa destruição da Aracruz, como vive o povo tupinikin/guarani?

Jaguaretê - A maior conquista do nosso povo foi a pouca terra que temos hoje, conquistada com muita luta. Primeiro, em 1978. Depois, teve a luta de 1998, e tem essa agora. A gente tem sobrevivido dentro dessa área, nós temos conseguido existir somente através da luta, e se não lutar, não consegue sobreviver. Como esse episódio que aconteceu no dia 20. A polícia fala que a gente está afrontando a Justiça, mas na verdade nós estamos apenas tentando sobreviver, resistir à política de eliminação, do governo e da justiça.

AND - Como exatamente é a atitude dos governos e da justiça em relação ao conflito?

WeráT'Jecupé - Os índios têm princípios. Quando os portugueses chegaram, os índios já estavam aqui. Todo o território estava habitado pelo índios. E depois vem a Constituição Federal, que diz no art. 22 que o índios têm direito sobre a terra. Historicamente os índios tem direito e no Espírito Santo tem as sesmarias, assinado por D. Pedro II, dando direito ao limite de terras que pega de Jacaraipe, na Grande Vitória, até Regência, foz do Rio Doce, no norte do Estado.

Infelizmente, todo esse território indígena foi invadido. Existem ali bairros, cidades, até fabricas, em cima dessas terras dos índios.

Quando os índios viram que na Constituição Federal existe o direito das terras, começaram a lutar, com a união dos tupinikins e guaranis. Graças a essa luta conjunta, estamos conquistando de volta o que é dos tupinikins e guaranis, e o território que foi estudado é nosso - que a Aracruz se recusa a devolver, dizendo que tem porque comprou. Essas pessoas, de quem ela comprou, tiraram as terras dos índios, invadiram as terras dos índios, porque a Constituição diz que a terra é nossa.

Jaguaretê - A justiça permanece do lado do poder financeiro. Do ponto de vista político há uma mudança em relação a nossa causa porque estamos mais organizados. Esses compromissos terão que ser cumpridos.

AND - Qual a participação da Aracruz e do governo na repressão aos povos indígenas?

Jaguaretê - Sobre a questão da violência é preciso ressaltar que a Aracruz é uma empresa muito poderosa, que tem uma influência muito forte dentro do governo, dentro do judiciário, e tem usado isso contra a nossa luta. Essa última ação, por exemplo, foi totalmente arquitetada pela Aracruz, acreditamos.

WeráT'Jecupé - Essa ação, dia 20, foi uma coisa armada de surpresa, arquitetada e bancada pela Aracruz. Ninguém foi avisado com antecedência. Já chegaram batendo e atirando nos índios, de helicóptero. E nós não vamos deixar passar sem uma resposta. Vamos exigir nossos direitos.

AND - Qual é a reivindicação, o objetivo maior da luta dos tupinikins e guaranis, do ponto de vista do seu território e do resgate do seu patrimônio histórico, cultural e econômico?

Jaguaretê - Hoje, basicamente, a relação do índio com sua terra é uma relação de um filho com a mãe. É diferente da relação dos brancos ricos com a terra, de que ela tem que produzir, gerar riqueza. Nós precisamos da terra para sobreviver. A gente pretende criar nossos filhos e os filhos dos nossos filhos naquela terra, e morrer naquela terra, para nós um lar, único. Falou-se inclusive uma vez de levar os índios para uma outra área, mas esse não é o nosso objetivo. Nós queremos a nossa terra, queremos viver em cima da nossa terra e, apesar dos contras, temos mantido nossa posição.

AND - Como as lutas dos povos tupinikins e quaranis, e de todos os povos originários, se identifica com a luta do povo explorado brasileiro, principalmente dos camponeses pobres na luta pela terra?

Jaguaretê - A gente entende que como nós fomos expulsos das nossas terras, muitos não índios como os camponeses pobres, também foram expulsos de suas terras. É uma situação semelhante à nossa a dessa classe, e nós temos trabalhado junto com eles, temos conversado, trocado experiências. E eles têm nos apoiado, em várias ações, inclusive para demarcar e construir as aldeias. A gente sente muito as realidades próximas. A gente se identifica muito com eles e eles com a gente. Estamos nos unindo para poder vencer essa política, em que só os mais ricos têm direitos.

AND - Pode-se afirmar que os inimigos dos povos originários e dos camponeses, como em geral inimigos do grande povo brasileiro, é o latifúndio e o grande capital transnacional?

Jaguaretê - Sem dúvida! Uma empresa daquele porte, fala que gera riqueza, mas é tudo para eles e entre eles. Nunca é dividida para a sociedade. É uma coisa feita só para os grandes "empresários". Como é uma empresa transnacional, o dinheiro vai para o estrangeiro. Na verdade, eles só exploram o país.

1 Pesquisa interessante sobre os guaranis foi realizada por Rosana Bond, em A saga de Aleixo Garcia, o Descobridor do império inca, Coedita, Rio de Janeiro, 2004, onde é descrita a viagem do primeiro europeu a chegar aos domínios incas, levados pelos guaranis a partir de Santa Catarina, pelo caminho de Peabiru.

2 A Aracruz, com apoio da imprensa local, tem feito afirmações infundadas, como as de que os tupinikins nunca habitaram aquela região, que já era de colonização italiana. Além dos primeiros colonizadores encontrarem esses povos em todo o Brasil, são inúmeros os registros históricos de sua existência na região, pelo que, em 1566 o jesuíta Brás Lourenço fundou uma catequese. Os imigrantes italianos, já no século 19, apenas usaram o rio Piraque-açu para adentrar no continente, fixando-se em terras mais altas, próprias para o plantio do café, muito além das áreas reivindicadas pelos índios. Ocorre que nos anos 60 do século passado as terras dos índios, ditas "devolutas", foram cedidas a cidadãos de elite do município de Aracruz - de descendência italiana - e, logo a seguir, numa operação cartorial, vendidas para a Aracruz.

Nota dos povos indígenas do Espírito Santo

Janeiro/2006

A Comunidade Indígena do Espírito Santo vem a público manifestar sua indignação com o massacre e a ação de extermínio praticada pela Polícia Federal no dia 20 de janeiro de 2006 no município de Aracruz/ES.

Informamos que ao longo da semana a Chefe substituta da FUNAI no ES foi informada da presença dos federais na área indígena para uma possível visita, devido à presença de uma nova delegada no comando da instituição no Estado.

Porém o que não sabíamos, tampouco a FUNAI do posto indígena, era de que tal visita era para o cumprimento de uma ação arquitetada estrategicamente através de um mandado de reintegração de posse expedido por um juiz federal do município de Linhares, norte do Espírito Santo, tendo como autora da ação a empresa Aracruz Celulose, parte envolvida na referida área do conflito.

É inaceitável, inacreditável, que ainda hoje em pleno século 21, somos caçados em nosso próprio território, inclusive com a destruição das nossas aldeias.

É também da ciência de todos que a área em questão encontra-se com suas resoluções tramitando nos tribunais em Brasília, e que na última reunião para tratar do assunto na Capital Federal, ficou pré-determinado um período de 120 dias, com término previsto para este tempo no final de fevereiro/2006. Este prazo foi cumprido rigorosamente pelas comunidades indígenas. Ficou acertado também que durante este tempo não haveria qualquer tipo de ação pelas partes envolvidas, ficando no aguardo de uma solução a ser expedida pelo Ministério da Justiça, o que não foi cumprido pela Empresa.

Portanto, o que vimos e sofremos foi um massacre, uma ação de extermínio literalmente, que através de ação impetrada pela Aracruz Celulose, um juiz federal de Linhares concedeu uma liminar com mandado de reintegração de posse de uma área como determina o documento Bloco 01-AR, próximo à COHAB - Coqueiral, área esta onde sequer temos a presença indígena e em uma ação violenta praticada por agentes federais, com ônibus das empresas do Grupo Aracruz, como presenciado por todos que estiveram no local, tudo isto sob os olhos da FUNAI-Brasília, inclusive o Ministério da Justiça a quem estão subordinados, tanto a FUNAI quanto a Polícia Federal. E se não bastasse tudo isto, tivemos ainda a Polícia Civil, de Aracruz, se negando a fazer exames de lesões corporais em alguns indígenas feridos que os procuravam e mais o repórter da TV Gazeta tentando omitir a verdade dos acontecimentos, alegando que ação dos federais se justificava devido à reação dos índios para com os policiais.

Por tudo isto, lamentamos e repudiamos o fato de que o Governo Lula, de quem esperamos ações favoráveis como a homologação de nossas terras, dê autorizações com mandado de extermínio para com nosso povo, para com a nossa raça. Na oportunidade condenamos e denunciamos estes atos de violência, selvageria e covardia para com os legítimos donos destas terras, e mais, como todo bom brasileiro, em busca dos nossos direitos, seremos fortes e não desistiremos nunca.

Comissão de Caciques e Lideranças Tupinikim e Guarani

 

17 - Comunidades negras reconhecidas. TO

Jornal do Tocantins -21/03/2006

A diretora substituta da Diretoria do Patrimônio Afro-Brasileiro, do Ministério da Cultura lembrou que as certidões são os primeiros passos da luta das populações remanescentes de quilombos

As comunidades de Chapada da Natividade e São José ( Chapada de Natividade), Malhadinha e Córrego Fundo(Brejinho de Nazaré), Morro de São João (Santa Rosa), Associação Comunitária de Quilombos de Barra da Aroeira (Santa Tereza), Redenção (Natividade), Laginha e áreas vizinhas a São Joaquim (Porto Alegre) receberam no último sábado, durante as ações do Governo mais perto de você, em Natividade, certidões de auto-reconhecimento.

A diretora substituta da Diretoria do Patrimônio Afro-Brasileiro, do Ministério da Cultura, Míriam Caetana Souza Ferreira, na ocasião lembrou que as certidões são os primeiros passos da lutadas populações remanescentes de quilombos. “As certidões fazem com que os governos saibam da existência dessas comunidades e que essas possam ter direito de todas as ações governamentais”. Edileuza Gonçalves de Almeida, representante da Chapada de Natividade, disse que a certidão é um documento importante no processo de reconhecimento das comunidades. “É bom para resgatar nossa origem.Antes eram desconhecidas, agora somos reconhecidos”, enfatizou.

 

18 - II Mostra de Literatura Afro-Brasileira. Belo Horizonte/MG

De 02 a 06 de maio de 2006, a Secretaria Municipal de Educação de Belo Horizonte realiza a II mostra de Literatura Afro-Brasileira. A mesma tem como objetivo divulgar a literatura de autores/as negros/as bem como de literaturas voltadas para a temática das relações étnico-raciais, cultura e história afro-brasileira e africana.

As atividades estarão destinadas aos profissionais da educação, estudantes da educação infantil ao ensino superior, comunidade em geral. As inscrições estarão abertas a partir do dia 05 de abril de 2005. Contaremos com a participação de escritores de Minas Gerais e outros estados, bem como de especialistas na temática.

As atividades previstas são: conversa com escritores, palestras, oficinas, apresentações culturais, sala de leitura, exposição, relato de experiência das escolas e organizações negras. Outras informações pelo telefone (31) 3277-8647.

Fonte: Núcleo de Relações Étnico-Raciais e de Gênero da Secretaria Municipal de Educação de Belo Horizonte

GRUPO DE ESTUDOS DA HISTÓRIA DO BRASIL - GEHB

 

19 - Governo define metas para atender quilombolas do Estado. PE

A ampliação do número de escolas, a melhoria da infra-estrutura das unidades já existentes e a criação de um método pedagógico que atenda à especificidade histórica das comunidades quilombolas (descendentes de escravos) são algumas das metas em discussão no Seminário Estadual Delineando Políticas Públicas, que foi aberto ontem e prossegue até sexta-feira, no Recife Park Hotel, em Boa Viagem.

O secretário de Educação, Mozart Neves Ramos ao abrir o encontro destacou que é preciso planejar com cuidado para que esses objetivos sejam alcançados. "Espero que durante o encontro seja feito um levantamento das escolas que precisam ser reformadas, do número de unidades que devem ser construídas para que todas as comunidades sejam atendidas e identificado o número de matrículas necessário para que nenhuma criança ou jovem fique fora da escola".

Ressaltou, ainda, que para este ano os investimentos da Secretaria de Educação e Cultura destinados às comunidades quilombolas chegam a R$ 1 milhão.

De acordo com o plano de metas, os recursos serão utilizados na melhoria de infra-estrutura das escolas, capacitação de professores e compra de material didático.

A representante dos quilombolas na Secretaria de Educação e Cultura, Fabiana Mendes, residente na comunidade de Conceição das Crioulas, em Salgueiro, no Sertão, destacou a importância do evento. "A partir dessas discussões, esperamos formatar uma política para a educação das comunidades quilombolas", afirmou. Com a iniciativa, Pernambuco passa a ser o primeiro Estado do Brasil a debater a questão educacional dos Quilombos.

Atualmente, somente a comunidade de Conceição das Crioulas, em Salgueiro, no Sertão, oferece uma escola com ensino médio. As demais possuem apenas o ensino fundamental de 1ª a 4ª séries. Em muitas comunidades, não há unidade de ensino. Neste caso, os alunos são encaminhados às escolas localizadas nos municípios mais próximos. Pernambuco conta com 92 comunidades quilombolas.

Programação

Hoje, como parte da programação do seminário, haverá uma palestra sobre cultura e nação africanas, proferida pelo pesquisador Manuel Nascimento da Costa. Na ocasião, o público terá a oportunidade de assistir à apresentação de músicas africanas no idioma Iorubá, uma prévia do CD que será gravado no Sítio de Pai Adão, também conhecido como terreiro Oba Ogunté, em Água Fria, Zona Norte do Recife.

O Sítio do Pai Adão e o terreiro de Mãe Menininha do Gantoá, na Bahia, são os únicos do país tombados como patrimônio estadual.

As discussões contam ainda com a participação de dois estudiosos dos quilombolas: o geógrafo Rafael Sanzio Araújo dos Anjos, um dos maiores pesquisadores da cultura afrodescendente e especialmente dos povos quilombolas, e Raul Geovanni da Motta Lody, antropólogo e professor da Escola de Artes do Rio de Janeiro, também responsável por toda discussão acerca do tombamento do terreiro de Mãe Menininha.

Fonte: http://www.fisepe.pe.gov.br/cepe/materias2006/mar/exec08290306.htm

 

20 - Concurso nacional escolheu projeto de reurbanização da Rocinha.

Patrícia Mariuzzo

Patrimônio – Revista Eletrônica do Iphan

31/01/2006

Foi publicado ontem resultado do Concurso Nacional de Idéias para Urbanização do Complexo da Rocinha, maior favela da América Latina, que ocupa uma área aproximada de 810 mil metros quadrados. A equipe vencedora foi a do arquiteto Luiz Carlos Toledo, do escritório MT Toledo Arquitetura. Promovido pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro e organizado pelo Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB), o concurso selecionou as melhores idéias para urbanização da Rocinha, visando melhorar a qualidade de vida da comunidade, composta por cerca de 70 mil habitantes. Segundo Toledo, o mais interessante foi a forma como projeto foi elaborado, contando com participação da comunidade desde o início. "Tínhamos dois moradores da Rocinha integrando nossa equipe, além disso fizemos várias reuniões com a comunidade para chegar num plano diretor. Eles sabem o que querem. Não há razão para que fiquem fora do processo", conta o arquiteto vencedor.

Segundo o arquiteto do IAB e consultor do concurso, Gerônimo Almeida Leitão, entre as principais demandas a serem consideradas pelos concorrentes estava a criação de um sistema de esgoto interligado à rede pública. No entanto, entre os critérios para avaliação das propostas, havia também a necessidade de contemplar aspectos sociais, como identificar o potencial econômico e social da comunidade: "O Concurso foi um grande desafio para os arquitetos que puderam trabalhar numa região com muitas particularidades. Por outro lado ele também confirma a incorporação das favelas à cidade. Melhorar as condições de vida desta população é pagar uma dívida social com estas pessoas".

Segundo Leitão, "a idéia do concurso foi gerar diretrizes gerais abordando estas e outras questões. Os problemas da Rocinha não podem ser resolvidos numa única gestão da prefeitura ou do Estado. As idéias tem que ter potencial para se transformar em orientações que permaneçam ao longo do tempo como referências para o poder público e com capacidade para articular as esferas municipal, estadual e federal, como um Plano Diretor", completa o arquiteto.

O projeto vencedor vai, entre outros aspectos, complementar o sistema viário da Rocinha. "Algumas ruas tem 70 centímetros de largura. Isso é menos que o corredor de um prédio", explica Toledo, que pretende estabelecer padrões mínimos para melhorar a circulação das pessoas. Outra idéia é a instalação de um mercado central para abrigar o pequeno comércio que fica espalhado na comunidade dando melhores condições de trabalho para os comerciantes. Também aparece no projeto uma preocupação com a imagem da Rocinha, traduzida na sugestão de destacar alguns espaços no conjunto da favela para futuro tombamento.

A equipe vencedora receberá um prêmio de R$ 60 mil e será contratada pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano para desenvolvimento do projeto, incluindo as etapas de diagnóstico, plano de desenvolvimento sócio-espacial e projeto básico. Segundo a Secretaria de Comunicação Social do Governo do Estado o projeto está orçado em 200 milhões de reais e deve levar de 18 a 24 meses para ser concluído. Foi inaugurada exposição, que vai até 28 de fevereiro, com todos os trabalhos apresentados. Vinte e oito escritórios de arquitetura e urbanismo de todo o país participaram do concurso. As equipes que ficarem em segundo e terceiro lugares recebem R$ 40 e R$ 20 mil.

O Concurso de Idéias para Urbanização da Rocinha repete a iniciativa feita na favela de Santa Marta, cujo projeto vencedor está em implantação, devendo ser concluído em meados deste ano. Para o arquiteto e urbanista Jorge Mario Jáuregui, que obteve o terceiro lugar no Concurso, a diferença fundamental entre um projeto que começa do zero, e um outro a ser implantado num lugar que já existe, como no caso do Complexo da Rocinha, é que se deve levar em conta as demandas da população local, o que estabelece condições completamente diferentes de abordagem, além de exigir uma equipe experiente e multidisplinar. "Devemos contemplar desde os aspectos físicos, sociais e ecológicos até aspectos relativos à segurança do cidadão, como parte de políticas públicas capazes de combater efetivamente o apartheid social, a chamada cidade partida entre asfalto e morro, entre incluídos e excluídos", completa o arquiteto.

 

21 - Compre todas as edições da revista RAIZ.

Procedimento:

Itaú

Titular: Editora Cultura em Ação

Agência: 4465

Conta Corrente: 02939-7

Valor:

1 revista: R$10,00  

2 revistas: R$ 15, 00

3 revistas: R$ 20,00

1ª possibilidade: Depositar, e enviar o recibo para o meu e-mail fabio@revistaraiz.com.br

2ª possibilidade: Fazer um depósito com identificação e mandar o número do código para este mesmo e-mail.

E quando eu recebermos o e-mail, embalamos a revista e enviamos por correio.

Coloque o nome completo e o CPF por favor.

Por enquanto esse é o único procedimento, emergencial. Mais pra frente faremos tudo isso pelo site.

Muito obrigado.

Abraços,

Fábio Rayel

Revista RAIZ.

 

 

O Boletim Famaliá, uma iniciativa da Manzatti & Simon – Produção e Assessoria em Cultura Popular LTDA. que circula as quintas-feiras com o objetivo de divulgar a agenda de eventos e as notícias sobre o universo das culturas populares.

Estamos formando uma grande rede de agentes interessados nas atividades deste setor específico da cultura e, por isso, às vezes, adotamos estratégias alternativas que podem ser confundidas com spam. Não é nossa intenção. Se a comunicação o desagradou de alguma forma, lamentamos o inconveniente e pedimos que responda a mensagem com a palavra excluir no título. Por outro lado, pedimos àqueles que usufruem das informações que cancelem as barreiras e filtros neste caso específico para que nossa tarefa seja facilitada.

Informações e colaborações através dos tel. (11) 3801-9853, ou ainda, famalia.producao@terra.com.br. É favor encaminhar o boletim para possíveis interessados, ou então, informar os dados para cadastro. Caso não queira receber o Boletim Famaliá,

Marcelo Manzatti

 

Nenhum comentário: