A Editora Paz e Terra acaba de lançar, em parceria com a livraria Saraiva, duas caixas contendo a obra completa de Bertolt Brecht. As peças e fragmentos deixados pelo autor foram reunidos em 12 volumes, divididos em duas caixas. As versões originais foram traduzidas, entre outras pessoas, por Fernando Peixoto, Roberto Schwarz, Millôr Fernandes e Geir Campos.
Nessa reedição das obras brechtianas, seus trabalhos estão dispostos em ordem cronológica. No final, o leitor pode encontrar os fragmentos, que foram incluídos no último volume. A iniciativa é positiva, pois concentra toda a produção do autor e a torna mais acessível ao público, já que o valor de cada volume é reduzido em comparação com o preço de venda da unidade, embora “o custo barateado permite o acesso ao grupo econômico dos que têm dinheiro para pagar! Não chega a 20% da população”, comenta a pesquisadora Iná Camargo Costa. O preço das caixas da nova coleção é R$ 99,00.
O lançamento desse novo produto não passou batido, foi realizado um coquetel na loja da Saraiva situada no Shopping Pátio Paulista. Nele, os atores Celso Frateschi e Dagoberto Feliz apresentaram a leitura dramática da peça “O Mendigo ou o Cachorro Morto”. Em seguida, os presentes puderam presenciar uma homenagem à Fernando Peixoto, escritor, tradutor, ator e diretor teatral brasileiro, que se dedicou a estudar a obra de Brecht.
Iná Camargo reconhece a importância de eventos como este, embora saiba que o legado brechtiano não atinja grande parte da população brasileira: “considerando que ainda temos uma porcentagem grande de analfabetos até na universidade, isso depende de uma revolução completa no país e na educação. Enquanto isso não acontece, o trabalho só pode ser de formiga, mesmo, e de alcance restrito. Não devemos ter ilusões a respeito”, afirma.
O público presente era composto basicamente por membros da classe artística e intelectuais, que gostaram do que viram. Como forma de encerramento, foi iniciada uma mesa-redonda intitulada “Peixoto-Brecht”, com a presença de Christine Röhrig, tradutora de Brecht, e da especialista em dramaturgia Maria Silvia Betti, além do ator Celso Frateschi. Iná Camargo conta: “Saí da sessão inteiramente satisfeita, com a sensação de que um Seminário de vários dias sobre Brecht-Fernando Peixoto não esgotaria o assunto”.
Fonte Cooperativa Paulista de Teatro
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