Uma publicação de arte comparou as vendas recordes de verão, que acabaram de se encerrar em Londres, a andar sobre a água, embora as casas de leilões digam que não há nenhum milagre por trás dos preços estratosféricos que desafiam o ambiente econômico amplamente pessimista.
Três semanas de vendas nas galerias Christie’s e Sotheby’s, e em rivais de menor porte, terminaram na última quinta-feira (5/7). Mas enquanto os raros tesouros datando do século 14 até os dias de hoje eram rapidamente levados, uma grande quantidade de lotes bem menos desejados ficaram encalhados.
A Christie’s, maior casa de leilões do mundo, vendeu arte no valor total de 385 milhões de libras (US$ 600 milhões) e registrou recordes para obras de John Constable, Yves Klein e Jean-Michel Basquiat.
A Sotheby’s, sua rival mais próxima, arrecadou US$ 346 milhões, valor que sobe para US$ 411 milhões se for incluída a coleção de Gunter Sachs, vendida em Londres em maio. E também estabeleceu um recorde, para o artista espanhol Joan Miró, cuja obra “Pintura (Estrela Azul)”, de 1927, foi vendida por US$ 36,9 milhões.
No entanto, nesse mesmo leilão, os preços ficaram abaixo das expectativas, evidenciando o que alguns peritos consideram ser uma “desconexão” entre o melhor de tudo e tudo o mais à venda. “Quando se lê as manchetes, parece que tudo vai bem no mercado de arte. Não é assim”, disse Georgina Adam, colaboradora do Art Newspaper, em um artigo no Financial Times.
O apetite pelos tesouros mais preciosos está lá para todos verem. Em maio, a única cópia de “O Grito, de Edvard Munch, que ainda estava em mãos de particulares foi levada à venda pela Sotheby’s de Nova York. Depois de cerca de 15 minutos de intensa disputa, com acréscimos nos lances na casa dos milhões de dólares, foi arrematada por US$ 120 milhões, incluindo comissão, em um novo recorde para uma obra de arte em leilão.
Os dois recordes anteriores também eram recentes: “Nu, Folhas Verdes e Busto”, de Picasso, por US$ 106,5 milhões, em maio de 2010 (havia sido vendido por US$ 19,8mil em 1951; e, em fevereiro de 2010, “O Homem que Caminha”, escultura de Alberto Giacometti, por US$ 104,3 milhões.
O valor de negócios privados é ainda mais estonteante. Numa troca amplamente noticiada em 2011, mas ainda não confirmada, o Catar levou o famoso “Os Jogadores de Cartas’, de Paul Cézanne – a única versão que não está num museu – por US$ 250 milhões.
*Com informações da Reuters
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