Teatro de Dança recebe Nucleares, de Mariana Muniz
Espetáculo baseado em estudo do artista Helio Oiticica
Foto: Cláudio Gimenez
De 12 a 15 de novembro, o Teatro de Dança (instituição vinculada à Secretaria Estadual de Cultura de São Paulo, gerenciada pela Associação Paulista de Amigos da Arte - APAA), recebe o espetáculo concebido pela atriz e bailarina Mariana Muniz: NUCLEARES. De 19 a 22 de novembro, o espetáculo faz nova temporada na Galeria Olido, com entrada franca.
O projeto é inspirado no trabalho Núcleos, do artista plástico tropicalista Hélio Oiticica. Na obra original, os núcleos consistem em estruturas de placas de madeira que pendem soltas, geralmente pintadas com cores quentes laranja, amarelo, vermelho. Estas se prendem a um teto ripado, em posições marcadas e numeradas, como uma planta. Trata-se de uma construção arquitetônica, de diversos níveis. Labirínticos, os núcleos são cavidades ambíguas, cabines que permitem a visão da obra no espaço e no tempo.
Nucleares é um projeto de dança contemporânea que aborda, através do movimento e da palavra, questões fundamentais da existência humana. Nessa concepção, a trilha sonora, de Ricardo Severo, inova na utilização da guitarra sobreposta a trechos dos textos de H.O., gravados na voz de Mariana Muniz. Aspectos inerentes ao ser humano, como o auto-questionamento, são tratados de forma bastante clara, tais como o medo e a necessidade de correr riscos ou de estar só, no meio da multidão. O rock, segundo o artista plástico Hélio Oiticica, foi a descoberta do corpo, já que é um tipo de música que se dança sozinho e da forma que se desejar.
O samba também foi inserido na trilha e, ainda de acordo com HO, é um ritmo que, diferente do rock, necessita de certa iniciação para ser corretamente compreendido e praticado, devido a sua influência religiosa. O espetáculo pode ser lido, ainda, como um retrato do homem moderno, vivendo em constante movimento e sofrendo com suas limitações.
De acordo com Tânia Marcondes, figurinista do projeto, os textos falados, que revivem a fala de Hélio Oiticica, são reverberados pelos movimentos do grupo, não no sentido de redundá-los, mas atualizando-os para o momento social que estamos vivendo, fazendo-nos refletir sobre a relação arte e sociedade.
Continuação do projeto iniciado pela Cia. Mariana Muniz de Teatro e Dança, o trabalho é o passo seguinte ao espetáculo Parangolés (2007/08), que também trouxe para o universo da dança a relação entre palavra e movimento, porém, focalizando o samba como objeto de pesquisa. Após a temporada no TD, o espetáculo volta em cartaz na Galeria Olido, gratuitamente, de 19 a 22 de novembro.
Mariana Muniz
Nascida em Pernambuco, Mariana começou seus estudos de dança clássica aos sete anos de idade. Formou-se pela Escola de Danças Clássicas do Teatro Municipal, no Rio de Janeiro, e há 35 anos tem se dedicado ao trabalho com dança contemporânea, tendo participado do Grupo Experimental do Balé da Cidade de São Paulo, criado por Klauss Vianna, entre outras companhias e escolas internacionalmente renomadas, como a Sorbonne, na França. Nos dois últimos anos, a bailarina tem desenvolvido, junto à sua companhia, um trabalho fundamentado nas obras do artista plástico brasileiro, Hélio Oiticica.
Hélio Oiticica (1939-1980)
Neto do anarquista, professor e filósofo brasileiro, José Oiticica, Hélio enveredou pelo mundo das artes, se tornando um dos artistas mais revolucionários de seu tempo, atuando como pintor, escultor e artista plástico. Nos anos 60, criou o Parangolé, que chamava de "antiarte por excelência". A obra consistia numa espécie de capa que só apresentava plenamente seus tons, formas e texturas a partir do movimento de quem o vestia, o que foi considerada uma escultura móvel. Hélio Oiticica foi, também, o criador do termo Tropicália nome que deu a uma de suas obras -, e ajudou a consolidar a estética do movimento tropicalista na música brasileira entre 1960 e 1970.
Ficha Técnica
CIA. MARIANA MUNIZ DE TEATRO E DANÇA
Concepção, Direção e Coreografia: Mariana Muniz
Assistência de direção e cenografia: Cláudio Gimenez Criadores - intérpretes: Bárbara Faustino, Danielli Mendes, Thais Ushirobira, Thalita Souza, Ronaldo Silva Participação especial: Mariana Muniz Trilha sonora: Ricardo Severo Iluminação: Domingos Quintiliano Figurinos: Tânia Marcondes Fotografia: Cláudio Gimenez
Design de Imagens: Osmar Zampieri Aprendizes: Murilo de Paula, Natacha Takahashi , Vanessa Gomsant e Lisane Albertini de Souza Professores Convidados: Carlos Avelino de Arruda Camargo, Toninho Macedo, Frederico Santiago, Karen Müller Design Gráfico: Paula Viana Assessoria de Imprensa: Canal Aberto Mídias Alternativas (cinemas): Massaini Cultural Produção Executiva: José Renato F. de Almeida
De 12 a 14 de novembro, Quinta e Sexta às 21h00 e Sábado às 20h00 TD - Teatro de Dança Avenida Ipiranga, 344 - Subsolo, Edifício Itália, São Paulo, SP, Brasil Telefone da bilheteria: 2189 2555 Informações: 2189 2557 Capacidade: 278 lugares Ingresso: R$ 4,00 e R$ 2,00 (meia) Estacionamento: R$ 15,00 com manobrista Ar-condicionado e Acessibilidade para pessoas com necessidades especiais De 19 a 22 de novembro, Quinta a Sábado às 20h00 e Domingo às 19h Galeria Olido Sala Paissandu 136 lugares Av. São João, 473 República Entrada Franca Tel.: (11) 3397-0171 |
Informações para imprensa:
Canal Aberto Assessoria de Imprensa
Márcia Marques - (11) 3798 9510 / 2914 0770 / 9126 0425
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