"Liz" reestréia dia 12 de junho no Satyros UM
Após temporada no SESC, texto do dramaturgo cubano Reinaldo Montero é apresentado na Praça Roosevelt
No próximo dia 12 de junho, reestréia no Espaço d'Os Satyros UM a peça "Liz", escrita pelo dramaturgo cubano Reinaldo Montero, e dirigida por Rodolfo García Vázquez.
Após apresentações no SESC Paulista, a peça entra em cartaz na sede do Satyros, todas as sextas e sábados, 21hs, comemorando assim os 20 anos da companhia.
A peça rendeu a Reinaldo Montero o Prêmio Fray Luis de León, um dos mais importantes da Ibero América. Além deste, a montagem d'Os Satyros realizada em junho de 2008 em Havana foi eleita uma das melhores peças estrangeiras do ano, levando o Prêmio Villanueva, entregue pelo Departamento de Crítica e Investigação Teatral da Associação de Artistas Cênicos da UNEAC (União de Escritores e Artistas de Cuba).
"Liz", de Reinaldo Montero
O espetáculo "Liz" tornou-se um especial televisivo cubano, dirigido por Kiki Cavalcante, no Canal Educativo de Cuba. O convite veio diretamente de Abel Prieto, ministro da Cultura do país, após ter assistido uma apresentação do espetáculo em Havana.
"Liz" é o primeiro texto cubano montado pelo Satyros. O elenco é composto por Cléo De Páris, Ivam Cabral, Fábio Penna, Germano Pereira, Brígida Menegatti, Alberto Guzik, Silvanah Santos, Phedra D. Córdoba, Tiago Leal, Julia Bobrow e Chico Ribas. O cenário foi criado por Marcelo Maffei; a trilha sonora é de Ivam Cabral; e o desenho de luz é de Rodolfo García Vázquez.
A peça mistura história, lenda e realidade. Narra o momento em que a Rainha Elizabeth I é informada acerca das idéias heréticas que se debatem no círculo da Escola da Noite. Em "Liz", a verdade histórica é o que menos importa. A peça representa um painel caótico de um tempo de grandes tensões, emoções e descobertas. O poder e a grandeza de Elizabeth I são postos em destaque, assim como sua solidão e fragilidade.
Utilizando-se por vezes de um tom farsesco e de abstrações, a peça propõe uma profunda reflexão sobre a tristeza, a solidão e os erros implícitos na arte de governar a terra e o céu. Os personagens Raleigh e Marlowe fundam um antro de perversão, chamado A Escola da Noite, onde questionam a anestesia de Deus e a soberania de Liz.
"Uma peça que critica o poder, a cultura, as verdades oficiais. "Liz" é um dos mais importantes experimentos dramatúrgicos empreendidos no teatro hoje. E uma peça de espantosa modernidade, e de uma contundência que nos deixa de olhos arregalados", afirma Aberto Guzik.
Segundo Ivam Cabral, "Liz", de Reinaldo Montero, na encenação dos Satyros é uma peça hippie. Neo-hippie. "Teria tudo para ser escura, híbrida, triste. Nós a quisemos colorida. Trágica, mas esperançosa. No cenário, bambolinas se transformam em colchas de retalhos. Na trilha sonora, Janis Joplin, Velvet Underground, Roberto Carlos, Beatles. No coração dos atores, desejo de criar um espetáculo poderoso, intenso, inteiro".
Os Satyros, 20 anos
Fundada em 1989 em São Paulo por Ivam Cabral e Rodolfo García Vázquez, a companhia já traz nos primeiros trabalhos a marca da ousadia e radicalidade. A partir de 1992, num exílio voluntário, se transfere para a Europa onde se apresenta em importantes festivais, como Avignon e Edimburgo.
Em dezembro de 2000, Os Satyros retornam a São Paulo e se instalam na Praça Roosevelt, considerada na época uma das regiões mais perigosas da cidade, comandada pelo tráfico e pela prostituição. Os Satyros são considerados os responsáveis diretos pela sua revitalização, hoje um dos principais focos de agitação cultural da cidade.
A companhia atua em vários segmentos artísticos, seja na publicação de livros, na produção radiofônica, televisiva e cinematográfica. Anualmente realiza, na entrada da primavera, o evento "Satyrianas", que, em sua última edição, reuniu mais de 30.000 pessoas durante 78 horas de atividades ininterruptas.
Atualmente, Os Satyros possuem vários núcleos de trabalho, contando com mais de 50 profissionais. Ao longo destes 20 anos, atuaram em 15 países, produziram mais de 60 espetáculos e receberam prêmios internacionais e alguns dos mais importantes do teatro brasileiro.
Rodolfo García Vázquez
Fundador dos Satyros, diretor teatral e dramaturgo, tem desenvolvido sua carreira no Brasil e no exterior. Já trabalhou em mais de quinze países em projetos de instituições locais, além de apresentar os próprios trabalhos de sua companhia Os Satyros na Europa. Responsável pela elaboração e a reflexão sobre o processo de criação de Os Satyros, intitulada Teatro Veloz. Recentemente viajou para Bolívia, com o espetáculo "A Filosofia na Alcova", e para Cuba, apresentando a peça "Liz".
Serviço:
LIZ
Sinopse: Utilizando-se de um tom farsesco e de abstrações, a peça propõe uma profunda reflexão sobre a tristeza, a solidão e os erros implícitos na arte de governar. Os personagens Raleigh e Marlowe fundam um antro de perversão chamado A Escola da Noite, onde questionam a anestesia de Deus e a soberania de Elizabeth I.
Texto: Reinaldo Montero
Direção: Rodolfo García Vázquez
Elenco: Cléo De Páris, Ivam Cabral, Fábio Penna, Germano Pereira, Brígida Menegatti, Alberto Guzik, Silvanah Santos, Phedra D. Córdoba, Tiago Leal, Julia Bobrow e Chico Ribas
Quando: Sexta e sábado, 21hs
Onde: Espaço dos Satyros UM, pça Roosevelt, 214
Quanto: R$ 20,00; R$ 10,00 (Estudantes, Classe Artística e Terceira Idade); R$ 5,00 (Oficineiros dos Satyros e moradores da Praça Roosevelt)
Lotação: 70 lugares
Duração: 80 min
Classificação: 14 anos
Gênero: Drama
Temporada: 12 de junho a 29 de agosto
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