Nair Benedicto e II Mostra do Programa de Fotografia na Galeria Olido - abertura: 11/10

CENTRO DE FOTOGRAFIA DA GALERIA OLIDO APRESENTA EXPOSIÇÕES
DE NAIR BENEDICTO E II MOSTRA DO PROGRAMA DE FOTOGRAFIA
ABERTURA: 11 DE OUTUBRO

No dia 11 de outubro, o Centro Cultural São Paulo inaugura, na Galeria Olido
- Centro de Fotografia, a II MOSTRA DO PROGRAMA DE FOTOGRAFIA que reúne mais
três artistas selecionados pelo Programa de Fotografia do CCSP: Guilherme
Maranhão, João Castilho e José Frota. No mesmo dia, será aberta a individual
da fotojornalista NAIR BENEDICTO, artista convidada para a mostra.
Confira fotos da exposição:
http://www.centrocultural.sp.gov.br/imprensa/exposicaoolido.htm

Com curadoria de Salomon Cytrynowicz, Nair Benedicto apresenta uma
retrospectiva de sua carreira, com uma coletânea de 100 imagens da década de
1970 até os dias de hoje, passando por imagens de movimentos políticos e
sociais do Brasil. Em destaque, as séries que abordam temas como crianças,
índios e mulheres.

Na II Mostra do Programa de Fotografia, Guilherme Maranhão investiga um
caminho entre a fotografia e o lixo, aproveitando o que muitos consideram
inútil, em seu trabalho Plural.
João Castilho apresenta duas séries: Lote Vago mostra desempregados num
espaço vazio ocupando o tempo e enganando o tédio e em Linhas, o artista
utiliza fios de lã para intervir no espaço e criar geografias, cartografias
e diagramas.
José Frota, na obra Espaços Interiores, traz cerca de 15 imagens de locais
comuns, no entanto, buscando registrar pequenos detalhes.
Os artistas foram selecionados por um júri composto por Paula Trope, Juliana
Monachesi, João Musa e Martin Grossmann.

As mostras serão inauguradas no dia 11 de outubro, às 11h. A II Mostra do
Programa de Fotografia ficará em cartaz até 9 de novembro, e Nair Benedicto
permanecerá aberta ao público até 23 de novembro, na Sobreloja e 1º andar da
Galeria Olido, de terça a sexta, das 12h às 21h30, sábados, domingos e
feriados das 12h30 às 20h.

EXPOSIÇÃO NAIR BENEDICTO
Curadoria Salomon Cytrynowicz
Abertura: 11 de outubro, sábado, às 11h
Período: 11 de outubro a 23 de novembro

A fotógrafa paulista Nair Benedito nasceu em 1940, formou-se em Rádio e
Televisão pela Universidade de São Paulo em 1972, ano em que iniciou sua
carreira de fotógrafa profissional trabalhando para a Alfa Comunicações.
Ganhou destaque neste período, sendo a primeira mulher a registrar
manifestações, até então realizadas por homens. Nair Benedicto também foi
uma das primeiras a fundar uma agência de fotojornalismo no país. Com Juca
Martins, fundou em 1976, a Agência F4 de Fotojornalismo, que funcionou até
1991, quando então fundou a N Imagens.

Durante sua carreira passou a focar seu trabalho em classes minoritárias,
realizando trabalhos com crianças, mulheres, índios, sem-terra. Também
fotografou a cultura popular noturna, especialmente os grandes bailes de
forrós. Com a repercussão de seu trabalho, foi chamada pela Unicef, em 1988
e 1989, para registrar a situação da mulher e da criança na América Latina.

Suas fotografias integram os acervos de instituições renomadas, como o MoMa,
de Nova Iorque, Smithsonian Institute, em Washington, MAM/RJ e Coleção
Masp-Pirelli. Realizou exposições em São Paulo, Rio de Janeiro e em outros
países como França, Espanha, Cuba, Itália, Estados Unidos, Suíça, Equador e
México. Teve seus trabalhos publicados em importantes revistas como Veja,
IstoÉ, Marie Claire, Claudia, Ícaro, Vaccance, Stern, Paris-Match,
BBC-Ilustré, Zoom, NewsWeek, Time, GeoMagazinbe, SouthMagazine, Nuova
Ecologia, Ecos, Science, Figaro Magazine.

Nair Benedcito, por Salomon Cytrynowicz

Nair traz na ancestralidade italiana de seu sobrenome uma benção:
observar a humanidade com espírito crítico sereno, ora contundente, mas sem
sensacionalismo - uma erva daninha que dizimou as culturas globais do bom
jornalismo -, ora compassivo. Mais do que tudo, suas imagens celebram a
vida. A de sua família, gente da gente por consangüinidade ou afeição; a da
família humanidade, gente como a gente na luta, por vezes desumana, pela
sobrevivência. É com delicadeza e honradez que vê as pessoas que como ela,
Nair, lutam diariamente por dias melhores para toda a gente.
Da infância, longínqua memória, lembra de seu pai, Seu João, que se foi aos
seus quatro anos, em casa cuidando das crianças para que Dona Maria pudesse
ir dançar. Ela gostava muito de dançar. Caçula entre sete irmãs e um único
irmão, percebeu muito cedo as diferenças entre a criação de meninas e
meninos. Decidiu lutar por liberdade, ao lado de outras tantas mulheres de
sua geração. O áudio-visual "O prazer é nosso", uma projeção de slides com
narração e trilha sonora, estreou na SBPC de 1978, e, junto com "Não quer
ser a próxima", sobre a violência contra a mulher, circulou pelo Brasil no
circuito alternativo da resistência à ditadura militar. O exemplo veio de
Dona Maria, "uma brava mulher", viúva que cumpria uma tripla jornada de
trabalho e que, aos poucos e sabiamente, foi cedendo diante dos argumentos
da menina Nair.
1969.ECA/USP. O primeiro caminho de expressão escolhido foi o vídeo, mas a
produção independente, fora das grades redes de TV, ainda não era uma
possibilidade real. Prisão, tortura e, neste turbilhão, os 30 quadros por
segundo do vídeo foram lentamente desacelerando até ficarem estáticos. Virou
fotógrafa.
1979. Fundadora da Agência F4. Um grupo de fotógrafos de jornalismo decidiu
mudar radicalmente as relações de trabalho. Queriam formular e realizar as
pautas que consideravam mais importantes, ter o direito à posse, ao usufruto
e ao controle editorial sobre a própria produção e, apesar das discussões
intermináveis e não raro ríspidas, viver e trabalhar em um clima de
colaboração, um ambiente estimulante para a criação individual e coletiva,
atmosfera distinta da agressiva competitividade artificialmente induzida em
muitas grandes redações da grande imprensa. Estes fotógrafos criaram as
agências independentes em forma cooperativa. Na F4, entre as primeiras
pautas destacam-se a "A questão do menor", um trabalho documental sobre o
tema, nele incluído a antiga Febem, e a cobertura jornalística da ascensão
de um novo e combativo sindicalismo no ABC liderado por Lula, que iria
desembocar na criação do PT e mudar significativamente a política
brasileira. Ambos são títulos de livros editados em 1980. Por muito tempo a
mídia hegemônica ignorou solenemente estas pautas, e muitas outras, até o
sol arrebentar a peneira. Grande parte da documentação fotográfica deste
importante período está nos arquivos destas agências.
1991. Criou uma filha da F4, a N-Imagens, e agregou jovens fotógrafos. Neste
ambiente germinam as idéias de uma ação educativa por meio da fotografia, o
NAFOTO (Núcleo de amigos da Fotografia) e a criação do "Mês Internacional da
Fotografia de São Paulo", um grande evento bianual, que ocupa a cidade com
exposições, palestras e workshops.
As fotografias de Nair Benedicto são comunicativas, fruto do amadurecimento
consciente de seu engajado universo temático; a beleza reside na forma
simples e direta depurada ao longo dos anos. As imagens se encadeiam como a
vida, com momentos de extrema dor e indignação. Infância, adolescência, a
descoberta da sexualidade, o amor, a maternidade, e a maturidade. Uma
homenagem às bravas mulheres que lutam contra toda sorte de preconceitos e
injustiças.

II MOSTRA DO PROGRAMA DE FOTOGRAFIA
Centro Cultural São Paulo/Galeria Olido
Abertura: 11 de outubro, sábado, às 11h
Período: 11 de outubro a 9 de novembro

Saiba mais sobre os artistas participantes da II Mostra do Programa de
Fotografia:

Guilherme Maranhão
11.9298.8999 - refotografia@gmail.com
Guilherme Maranhão nasceu em 1975, no Rio de Janeiro. Reside e atua em São
Paulo. É bacharel em Fotografia pela Faculdade do Senac.

O artista investiga um caminho entre a fotografia e o lixo. Aproveita o que
os outros fotógrafos, pessoas e lojas consideram inútil, ou as sucatas que
os amigos guardam para ele. Seu trabalho está centrado na busca de
alterações do processo de formação de imagens técnicas e na subversão das
ferramentas produzidas pela indústria.

Participou de individuais na USP de Ribeirão Preto (1999); Gallery 44,
Toronto (2003); Itaú Cultural (2005) e Ateliê da Imagem (2008). Em
coletivas, destacam-se Centro Cultural São Paulo (1996 e 1998); KOR Gallery,
Kitchener (2002 e 2003); Espaço Viga (2003); Espaço Porto Seguro (2005);
FotoArte Brasília (2005); Tendal da Lapa (2005); IVAM, Valencia, Espanha
(2006/2007).

João Castilho
Mineiro, nascido em 1978, o artista vive e trabalha em Belo Horizonte. Para
a II Mostra de Fotografia apresenta a séries Lote vago e Linhas.

A série Lote Vago, de 2007, mostra desempregados num espaço vazio ocupando o
tempo e enganando o tédio. Durante um mês e meio freqüentei um lote vago ao
lado do Hotel Lafiabougou, onde estava hospedado, na periferia de Bamako,
capital do Mali. Sempre chegava ao final da tarde e fotografava num espaço
de tempo entre o dia que ainda não se foi e a noite que ainda não chegou.
Ao longo da nossa convivência fui levando objetos para o lote e junto com as
pessoas que o freqüentavam íamos criando situações em que estes objetos eram
utilizados.

Na série Linhas, de 2008, utilizo fios de lã para intervir no espaço. São
intervenções efêmeras realizadas na natureza para a câmera. Elementos
constitutivos das coisas e dos acontecimentos, as linhas formam geografias,
cartografias e diagramas. Dispostas sobre árvores, cupins, água, plantas,
arquitetura os fios de lã que intervêm na paisagem perturbam a ordem natural
das coisas rearranjando-as.

Participou de exposições individuais na Galeria de Arte, Belo Horizonte
(20070; Museu de Arte da Pampulha, Belo Horizonte (2006); e de coletivas na
Galeria Luisa Strina, SP (2008); Museu Bispo do Rosário Arte Contemporânea,
RJ (2008); Festival Internacional de Fotografia de Porto Alegre, (2008); 14º
Salão da Bahia, Museu de Arte Moderna da Bahia, Salvador BA (2007); Coleção
Pirelli/Masp de Fotografia, Museu de Arte de São Paulo, SP (2007); Centro de
Cultura Hélio Oiticica, RJ (2006); 5ª Biennale de la Photographie et des
Arts Visuel Liège, Bélgica (2006); OI Futuro, RJ (2005); Noorderlicht
Photofestival, Groningen, Holanda (2005).

José Frota
84-9481-7730 / zefrota.f14@gmail.com
Rua Praia de Guajirú, 9176 - Ponta Negra - Natal RN 59092-220

José Frota nasceu em São Paulo em 1965. Deixou a cidade em 1990 e fixou
residência em San Francisco, CA. Retornando ao Brasil em 2003 fixou
residência em Natal, RN. Cursou um ano de Ciências Sociais na PUC São Paulo
e um ano de Geografia na USP. Em 1997, concluiu Bacharelado em Geografia
pela University of Berkely, CA. Em 2005, fez especialização em Educação
Ambiental pelo SENAC, cuja monografia é uma proposta de se trabalhar a
linguagem fotográfica como instrumento de expressão e investigação do
indivíduo e sua relação com o entorno. Há três anos vem se dedicando
exclusivamente à pesquisa e desenvolvimento de trabalhos autorais em
fotografia.

Os rastros como metáfora do tempo e da vida marcam as fotos de José Frota.
Em "Espaços Interiores" José Frota explora seu interesse pela transformação
que o tempo e o homem imprimem aos espaços em que convive assim como os
diálogos estabelecidos com esses espaços. Buscando um grafismo nos rastros,
nas texturas, no intemperismo; espaços físicos assumem uma dimensão psíquica
revelando, sobrepostos no contexto de um ambiente
urbano-industrial-mecanizado, sinais de identidade e pertencimento,
conflitos e anseios, desejos e fé.
"Eu busco tensão nas imagens, desconstruindo os elementos visuais com que
me deparo para reorganizá-los e interpreta-los"; o trabalho é essencialmente
uma construção associativa; se distancia do literal e descritivo para
mergulhar em um universo mais subjetivo e ambíguo.
Como sublinha o jornalista e curador Eder Chiodetto, "mais que revelar o
existente, José Frota cria um paradoxo na linguagem da fotografia ao usá-la
como uma espécie de detector de ausências."
Nesta exposição, José Frota apresenta cerca de 15 imagens (50x75, 80x1,20 e
76x1,00), todas registradas em Natal, de locais comuns, como ambientes de
trabalho, uma capela, muros de rua. Registrar, em pequenos detalhes, lugares
que possuem uma história, que passaram por transformações e deixaram suas
marcas.

Foi selecionado para Residência no Projeto DENcidade - Funarte Conexões
(2008). Participou do XI Salao de Artes Visuais da Cidade de Natal
(2007-2008); além de exposição individual no Itaú Cultural (2007); e das
coletivas Prêmio Porto Seguro (2007); II Bienal de Porto Santo - Portugal
(2007). Ganhou os prêmios Porto Seguro de Fotografia na categoria Brasil
(2007); de seleção pelo projeto Portfolio Itinerante 2007 do Itaú Cultural;
e prêmio aquisição no X Salão de Artes Visuais da Cidade de Natal
(2006-2007).

SERVIÇO:
Galeria Olido/Centro de Fotografia
Sobreloja e Primeiro andar
De terça a sexta, das 12h às 21h30, e sábados, domingos e feriados das 12h30
às 20h
Entrada franca

Exposição Nair Benedicto
Abertura: 11 de outubro, sábado, às 11h
Período: 11 de outubro a 23 de novembro
II Mostra do Programa de Fotografia Centro Cultural São Paulo/Galeria Olido
Abertura: 11 de outubro, sábado, às 11h
Período: 11 de outubro a 9 de novembro

Galeria Olido
Avenida São João, 473 - Centro
Informações ao público: 3331.8399
www.centrocultural.sp.gov.br

PREFEITURA DA CIDADE DE SÃO PAULO
SECRETARIA DE CULTURA
CENTRO CULTURAL SÃO PAULO
Rua Vergueiro, 1000 - Paraíso - CEP 01504-000 - São Paulo - SP
www.centrocultural.sp.gov.br
Atendimento ao público: (11) 3383-3402
E-mail: imprensaccsp@prefeitura.sp.gov.br
Galeria de fotos: www.centrocultural.sp.gov.br/imprensa
Atendimento à imprensa: (11) 3383-3463/3464
Emi Sakai

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