Museu da Língua Portuguesa promove curso gratuito sobre poetas incompreendidos pela literatura mundial
"Os Poetas Malditos" vai discutir autores e obras inovadoras
que demoraram a ser lidas
O Museu da Língua Portuguesa promove a partir do dia 7 de novembro o curso "Os Poetas Malditos: Rebelião, Transgressão e Ruptura". Ministrado por Claudio Willer, o evento é dirigido a estudantes universitários, professores, poetas, escritores todos aqueles que gostem de poesia. O curso acontece sempre às quartas-feiras, das 14h às 17h, totalizando uma carga horária de 12 horas/aula, terminando no dia 28/11.
O termo 'poetas malditos' designa autores que, por incompreensão de contemporâneos ou pela ação da censura, demoraram para ser lidos e aceitos; e que, subseqüentemente, exerceram influência como inovadores. À categoria 'maldito' são associadas outras como 'ruptura', 'tradição da ruptura', 'rebelião' e 'transgressão'. Pode ser entendida em contraste com a noção de 'olímpico': por exemplo, em meados do século XIX Baudelaire foi o 'maldito', e Victor Hugo o 'olímpico'; na literatura brasileira, na altura de 1900, Cruz e Souza foi 'maldito', e Olavo Bilac 'olímpico'.
Curso Poetas Malditos
O curso examinará poetas malditos em duas etapas. A primeira focalizará suas origens históricas, românticas e simbolistas. A segunda será sobre poetas malditos na literatura brasileira, do século XIX aos contemporâneos, e portuguesa, da geração de Orfeu até poetas dos nossos dias.
Tratará, não apenas de autores, mas de questões associadas ao sentido do termo. Por exemplo, sua atualidade; a existência de 'malditos' contemporâneos; e, principalmente, sua projeção além dos limites da criação literária, em movimentos de vanguarda, na contracultura, em rebeliões sociais.
Programa:
1. As origens históricas: Gérard de Nerval e a idéia do poeta amaldiçoado; Baudelaire: pessimismo, blasfêmias e provocações;
2. Os 'malditos' que anunciaram e prepararam a modernidade literária e as vanguardas: Rimbaud, as iluminações e a poética visionária; Lautréamont, a destruição e recriação da literatura;
3. Malditos na literatura brasileira: simbolistas, excêntricos e surreais; de Sousândrade, passando por Cruz e Souza, Maranhão Sobrinho e Dario Veloso, até contemporâneos como Roberto Piva;
4. Malditos na literatura portuguesa: a geração de Orfeu: Pessoa como poeta maldito; Sá Carneiro; Raul Leal e a transgressão: a geração surrealista portuguesa: Cesariny, António Maria Lisboa, Cruzeiro Seixas e outros poetas; Al Berto e contemporâneos;
5. Discussão final: validade, atualidade e futuro do poeta maldito.
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