Exposição no MAC USP - Arte-Antropologia: Representações e Estratégias

 

Arte-Antropologia: Representações e Estratégias

Exposição no MAC USP busca identificar representações e estratégias artísticas que, apoiadas na questão da alteridade, se filiam ao campo da Antropologia

 

 

As aproximações entre Arte e Antropologia remontam ao século 19, período de constituição da Antropologia como área do conhecimento, quando a Arte acompanhou a nova ciência do Homem na busca pelo entendimento do outro. Arte-Antropologia, exposição que o MAC USP traz a partir do próximo dia 17 de maio, às 19 horas, apresenta esta relação a partir de 113 obras do acervo do Museu, com curadoria das professoras Cristina Freire e Helouise Costa.

 

Trocando preocupações e procedimentos, Arte e Antropologia são capazes de oferecer uma visão mais rica e aprofundada das relações de poder na sociedade. Assim, a exposição busca identificar – a partir do acervo do Museu – as representações e estratégias que as práticas artísticas utilizam para apoiar a idéia de alteridade, da busca, entendimento e valorização do outro. As curadoras selecionaram obras do acervo que cobrem desde o período modernista à arte contemporânea, com especial ênfase para a Arte Conceitual. São trabalhos de Di Cavalcanti, Tarsila do Amaral, Pierre Verger, Flávio de Carvalho, José Pancetti, Rubem Valentim, Artur Barrio, Felipe Ehrenberg, Julio Plaza, Regina Vater, Antoni Muntadas, Roberto Mícoli, Mario Cravo Neto, Rafael Assef e Misha Gordin,  entre tantos outros.

 

No campo das representações, a arte materializa visões de mundo de diferentes grupos sociais em momentos históricos específicos. "Nessa perspectiva, as políticas de representação são fundamentais, tanto para os artistas modernos, quanto para os antropólogos" observa Helouise Costa. O modernismo brasileiro é tomado nesta mostra como o lugar privilegiado da representação da diferença, próprio de uma elite sócio-cultural. A "brasilidade" buscada por esses artistas baseava-se em questões de raça, gênero e classe social, para construir  uma certa identidade nacional.

 

Já no campo das estratégias, a dinâmica das forças sociais, a crítica à ideologia, as práticas do espaço e a vivência do tempo, "são fundamentais para os artistas que se valem em seus trabalhos de instrumentos tradicionais da Antropologia, como diários de campo, entrevistas e questionários" diz Cristina Freire. Para a curadora, "a resistência da arte dos anos 1960 e 1970 à lógica do mercado é a base desse pensamento. Isso significa dizer que o ambiente físico, cultural e social, as experiências comuns, as redes de trocas sociais, a linguagem e seus sentidos implícitos estruturam as obras destes artistas".

 

Das representações às estratégias a exposição Arte-Antropologia transita entre o moderno e o contemporâneo sem esquecer que as obras pertencentes ao acervo de um museu trazem as marcas históricas das negociações, dos conflitos e das contradições que possibilitaram a sua institucionalização.

 

A exposição pode ser visitada até 19 de agosto de 2007, de terça a sexta das 10 às 18 horas, sábados e domingos das 10 às 16 horas. O MAC USP está localizado na Rua da Reitoria, 160, Cidade Universitária. A entrada é franca e as visitas orientadas, também gratuitas, podem ser agendadas no telefone (11) 3091.3328.

 

 

Exposição                  Arte-Antropologia

Curadoria                     Cristina Freire e Helouise Costa

Abertura                      17 de maio de 2007, 19 horas

Encerramento              19 de agosto de 2007

Funcionamento             Terça a sexta, das 10 às 18, sábado e domingo das 10 às 16 horas

Local                            MAC Sede – Rua da Reitoria, 160 – Cidade Universitária

Telefone                       (11) 3091.3039

Agendamento               (11) 3091.3328

                                   Entrada franca

                                   www.mac.usp.br

 

 

 

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