ESTRÉIA
NO ESPAÇO DOS SATYROS-2 DIA 12/04
JOANA EVANGELISTA
Médica presa por praticar abortos é tema central da nova peça de Vange Leonel, encenada pela companhia de teatro Os Satyros
Estréia 12 de abril, quarta-feira, às 21h,
no espaço dos Satyros 2,
Praça Roosevelt, 124.
Toda terça e quarta, às 21h
Joana Evangelista dos Santos, 38 anos, médica com especialização em ginecologia e obstetrícia, correto?
Joana acaba de ser presa por praticar abortos, é inquirida pelo delegado Carlos Darwin, que a acusa de tirar vidas e nos lembra no momento em que questiona a médica: - A doutora sabia que neste país, aborto é crime?, - que no Brasil católico, Igreja e Estado ainda estão atrelados às decisões que cabem à sociedade civil.
Entremeando o combate travado entre o representante da lei e da justiça e a médica, surge nesta relação um misto de carinho e admiração por parte de Darwin: Ela é arrogante, brava, corajosa, é íntegra, uma contraventora com integridade.
Ele parece se afeiçoar pela mulher que recebeu uma missão.
A missão e os Santos
Neste seu segundo texto para teatro, a autora Vange Leonel, música, dramaturga e colunista da revista da Folha de São Paulo, recria de forma livre a história da guerreira e hoje padroeira da França, Joana Darc.
Neste seu segundo texto para teatro, a autora Vange Leonel, música, dramaturga e colunista da revista da Folha de São Paulo, recria de forma livre a história da guerreira e hoje padroeira da França, Joana Darc.
Assim como a menina francesa de 17 anos que, regida pelos santos que lhe enviavam mensagens, combateu um exército de homens, Joana Evangelista também tem sua missão atribuída pelos mesmos Arcanjo Miguel e Santa Catarina de Alexandria.
Eles dizem que ela tem uma missão, foi escolhida para ajudar as mulheres e fazer o que tem que ser feito. Eu não tiro vidas, eu devolvo. Aborto é estratégia reprodutiva, diz Joana, depois de ouvir a voz dos santos.
Santa Catarina e Miguel permeiam todo o espetáculo como aparições oníricas e são vistos somente por Joana, a não ser Miguel, que em algumas cenas esconde sua imensa asa e aparece como o advogado da médica.
O amor, o estupro
Joana não está sozinha na cela, por ali perpassam o anjo, a santa - que num momento de desespero de Joana, lhe mostra o caminho do prazer como prova de amor e coragem. E o carcereiro, inferiorizado pelo delegado, se torna um animal primitivo e escanteado, não resistindo aos seus instintos, violenta Joana de maneira grotesca.
Joana não está sozinha na cela, por ali perpassam o anjo, a santa - que num momento de desespero de Joana, lhe mostra o caminho do prazer como prova de amor e coragem. E o carcereiro, inferiorizado pelo delegado, se torna um animal primitivo e escanteado, não resistindo aos seus instintos, violenta Joana de maneira grotesca.
Sem a pretensão de levantar bandeiras, a peça vai além do debate de posições. Não toma partido, preferindo deixar a reflexão para a platéia. Muito além disso, o que se tem em cena é a condição humana nas relações que beiram o desespero da solidão, da incompreensão, da crueldade, mas também do lirismo, do angelical e do sublime.
Ficha Técnica
Elenco: Alberto Guzik, Soraya Aguillera, Fabiano Machado, Nora Toledo, Laerte Késsimos
Elenco: Alberto Guzik, Soraya Aguillera, Fabiano Machado, Nora Toledo, Laerte Késsimos
Iluminação: Lenise Pinheiro
Figurinos: Fabiano Machado
Concepção Cenográfica: Ângela Barros
Trilha: Ivam Cabral
Direção: Ângela Barros
Realização: Companhia teatral do Satyros
Serviço
Onde: Espaço dos Satyros 2, Praça Roosevelt, 124.
Dias: Terças e quartas, às 21 horas.
Duração: 60 minutos.
Ingressos: R$20,00.
Lotação: 50 lugares.
Estacionamento: R$5,00
Sem acesso a deficientes.
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