III Simpósio Internacional de Arte Contemporânea do Paço das Artes - programação

III Simpósio Internacional de Arte Contemporânea do Paço das Artes - programação

Experiências na Arte Contemporânea: campos, intersecções, articulações

25 a 27 de outubro de 2009

Paço das Artes
Avenida da Universidade 1, Cidade Universitária, São Paulo - SP
11-3814-4832
Iniciativa: Paço das Artes
Apoio: Canal Contemporâneo
Realização :Paço das Artes, Secretaria de Estado da Cultura, Governo do Estado de São Paulo

Diretrizes conceituais do Simpósio
Ana Tomé, Angela Santos, Daniela Bousso, Daniela Kutschat, Fernando Oliva, Graziela Kunst, Marcia Ribeiro, Martin Grossmann, Nelson Brissac e Priscila Arantes.

Desenvolvimento
Angela Santos, Daniela Bousso, Fernando Oliva, Priscila Arantes

Leia sobre o Simpósio abaixo da programação

Programação:

25 de outubro, domingo

15h30 - 16h
Palestra de abertura com o Secretário da Cultura, Secretário Adjunto, Daniela Bousso, Priscila Arantes

16h00 - 17h30
"Re-configurações no sistema da arte contemporânea."

Está previsto o desenvolvimento de uma análise dos principais fatos sócio-políticos econômicos nas duas últimas décadas (1989/2009), para a contextualização da experiência artística.

Esta primeira mesa volta-se também a uma revisão da história da arte nas últimas duas décadas, quando será desenvolvida uma análise que observa o sistema da arte desde o "boom" do mercado nos anos 1980 até os dias de hoje, abordando a crítica ao hedonismo Pós-Moderno, o início dos anos 1990 e a emergência das práticas relacionais colaborativas na arte.

Convidados: Rosalind Krauss

Mediação: Márcio Seligmann-Silva

Debatedor: Daniela Bousso e Priscila Arantes

17h30
Coquetel de abertura do simpósio


26 de Outubro, segunda feira

10h - 11h00
"Espaços, intercâmbios e cooperação no âmbito da arte."

Quais os novos espaços que a arte contemporânea vem designando para a sua manifestação hoje?

Criação de redes, relações com a universidade, mídia-labs, residências.

Quais os modos e processos de produção e institucionalização na arte?

A arte altera os formatos existentes no sistema da arte ou é o sistema da arte que altera os formatos artísticos?

Convidados: James Wallbank (Access-Space, Sheffield), Roberto Gomez de la Iglesia (Grupo Xabie, Espanha)

Cases:
Temporada na temporada (Roberto Winter e Luiza Proença),

Ocupação (Patricia Canetti [a ser confirmada]) ,com 10 minutos de relato.

Mediação: Gisele Beilgueman

debates

11h - 12h15
Debatedor: Marcos Moraes (FAAP)

11h - 12h15
almoço

Mesa I

14h - 15h30
"Estratégias para tempos de crise: economia criativa"

A crescente expansão das linguagens na arte levou a importantes intersecções entre diferentes setores da produção artística e da própria sociedade: mercado,design, indústria e turismo são algumas das áreas que confluem com as artes em busca de um traçado possível à sua sobrevivência e sustentabilidade. No entanto, este traçado ganha mais força a partir de planejamento político econômico desde o traçado urbanístico de uma determinada cidade.

De um outro lado, na ausência da inserção da arte em uma política pública de economia criativa, quais as estratégias que os artistas tem encontrado para a sua sobrevivência?

Quais as micropolíticas que podem gerar continuidade e sustentabilidade em tempos de crise? E quanto aos espaços culturais? Quais ações podem ser engendradas para uma atuação forte e que constitua a idéia de economia criativa?

Convidados: Jorge Fernandez Leon (Laboral, Espanha), Mike Stubbs (Fact, Liverpool)

Mediação: Marcelo Araujo (Pinacoteca do Estado de SP)


Debates

15h30 às 16h30
Debatedor: Patricia Canetti (Canal Contemporâneo)


Mesa II

14h - 15h30
"Imagem, arte e poder"

"A imagem é uma ressonância que surge na confluência de muitas instâncias, nas quais nosso espírito e visão constroem espaços. Partindo do princípio de que pensar é também produzir espaços..." (José Damasceno, artista visual)

Se levarmos em conta a força e a preponderância das imagens da mídia e como as mesmas atuam em nosso imaginário, a investigação aqui trata de uma tentativa de se verificar se e de que maneira as imagens artísticas podem constituir um imaginário crítico, que possa fazer frente às possíveis contaminações das imagens de guerra, do terrorismo, das imagens políticas e das imagens do poder presentes no nosso dia a dia via imprensa, televisão, Internet... e porque não a rádio?

Se as imagens artísticas possuem força poética e também ressoam no nosso imaginário, que espaços elas poderiam criar para fazer frente ao imaginário midiático? Ou prevaleceria, ainda, a idéia de autonomia da arte, isentando as imagens artísticas atuais de fazerem frente ao imaginário midiático?

Convidados: Paulo Viveiros (Portugal) e Tadeu Chiarelli (ECA-USP)

Mediação:Dora Mourão (ECA-USP)

Debates

15h30 - 16h30
Debatedor: Miguel Chaia (PUC-SP)

16h30 - 17h15
cofee break

17h15 - 17h45
Comunicações

17h45 - 18h15
Debates

27 de outubro, terça - feira

10h - 11h
"Confluências: Arte, tecnologia, indústria, design"

A arte contemporânea situa-se na encruzilhada estratégica da ciência e da indústria. As recentes formulações científicas apontam para o comportamento dinâmico e auto-organizado da matéria, para sistemas complexos operando em desequilíbrio. A indústria _ desde a fabricação de materiais básicos (como a siderurgia) até a produção de equipamentos eletrônicos e seus programas _ vem aplicando esse conhecimento na elaboração de um amplo dispositivo técnico, embutido numa infinidade de produtos e seus "modos de usar".

Como a arte tem se posicionado frente a formatação dos materiais e a padronização dos usos impostas pela indústria? Em que medida a arte se capacita para afirmar, nas suas relações com a ciência e a indústria, seus próprios princípios e procedimentos?

Palestrantes:Nelson Brissac

Mediação: Daniela Kutschat Hanns

11h - 12h
Debates

Debatedor: Cícero Inácio Silva

12h - 14h
Almoço

Mesa III

14h - 15h30
"Redes sociais, arquivo e acesso"

O advento da Internet potencializou as formas de relacionamento e diálogo entre grupos de artistas e pensadores. Uma rede de agenciamentos que hoje é constituída por afinidades ou ao redor de causas comuns também tem orientado estratégias entre artistas e instituições, para o desenvolvimento de práticas colaborativas que também envolvem a prática da educação. Nesta direção, o exercício de se pensar os arquivos vem também sendo potencializado, de forma a se ampliar o acesso à informação e conhecimento.

De que forma a arte tem se apropriado deste conhecimento? De que maneira este conhecimento tem beneficiado a sociedade? Como as instituições lidam com a noção de arquivo, colecionismo e práticas colaborativas?

De que maneira a formação de redes sociais atuam no desenvolvimento da arte?

Quais os problemas que as redes encontram atualmente com a legitimação da publicidade intelectual?

Palestrantes: Rogério da Costa e Alberto Lopez Cuenca

Mediação: Felipe Fonseca

15h30 - 16h30
Debates

Debatedor: Eugenio Valdes Figueroa (Casa Daros, RJ)

Mesa IV
14h - 15h30
"Imagens contemporâneas e imagens da arte contemporânea"

Levando em conta as imagens científicas, as imagens artísticas e o ato de projetar imagens, esta mesa visa o estudo sobre como se constituem as imagens da arte contemporânea.

De um lado, observa-se o desenvolvimento da imagem em movimento e a sua relação com o deslocamento do observador, ou receptor, gerando o que hoje se denomina de cinema expandido e os ambientes imersivos.

A multiplicação e diversidade da fabricação de imagens nos vários campos da cultura, em paralelo com a complexidade crescente tanto dos ambientes imersivos e da imagem em movimento no cinema expandido quanto das visualizações científicas vêm tornando problemática a especificidade estética das imagens da arte contemporânea.

Como se colocam as imagens da arte frente às imagens proliferantes com finalidades publicitárias e de entretenimento, de um lado, e frente às imagens complexas, voltadas para a sensorialidade imersiva e para a visualização do invisível, de outro lado?

Diante desse quadro, a defesa da especificidade estética das imagens da arte é ainda possível?

Palestrantes: Lucia Santaella (PUC-SP) e André Parente (RJ)

Mediação: Gilbertto Prado

15h30 - 16h30
Debates

Debatedor: Lucas Bambozzi

16h30 - 17h15
coffee break

17h15 - 17h45
Comunicações

17h45 - 18h15
Debates

18h15 - 19h
Encerramento com a comissão de diretrizes conceituais do Simpósio

Sobre o Simpósio

A partir dos anos 1970, a experiência da arte migrou de um campo de proposições artísticas específicas para uma prática desdobrada, ampliada, que opera na convergência de linguagens e em diálogo com outras esferas do conhecimento.

Simultaneamente, percebe-se um deslocamento no campo da crítica e da teoria da arte que vai encetar um discurso na transversalidade, em tempo de realizar leituras que acompanhem e contextualizem estas novas maneiras de se operar artisticamente.

Ao mesmo tempo em que teóricos como Rosalind Krauss, Raymond Bellour e Gene Youngblood sinalizam a expansão dos campos de ação artística a partir da intersecção das linguagens, a historiadora de arte Anne Cauquelin revê o circuito e o sistema da arte contemporânea a partir de confluências significativas com a área da comunicação.

Nos anos 1980, observa-se um crescimento importante do mercado de arte ao lado de recrudescimentos estéticos, como foi o caso da Transvanguarda e da revitalização da pintura, em detrimento das práticas conceituais, em uma empreitada que pode ser relacionada com as questões econômicas da era Tatcher –Reagan.

Nos anos 1990, começa a enunciar-se a crítica ao hedonismo Pós- Moderno e uma reação aos desígnios econômicos e de mercado colocados em voga pela globalização. As práticas artísticas voltam-se a estéticas relacionais e abre-se espaço para a arte pública, para as ações compartilhadas e processuais. A arte passa a se articular em uma instância extra-muros institucionais, no âmbito das cidades e a busca de espaços desprotegidos pelos artistas se intensifica.

Percebe-se um deslocamento da noção de lugar preponderante para uma visão mais fluida, que incorpora configurações políticas diferenciadas, bem como visões econômicas e de mercado. Com padrões de referência aos pedaços, a produção artística se rearticula ao mesmo tempo em que é inevitável a sua absorção pelo mercado. Observa-se uma corrida de curadores, instituições e galeristas em busca de organização para a manutenção de um sistema que se articula em função do capital. De um lado, exercita-se a conquista de novos espaços, ao mesmo tempo em que se combate a aceleração e a amnésia por meio de práticas que passam a reconsiderar possíveis utopias: outras articulações e novos espaços, aonde ganham força artistas que trabalham com arquivos, com articulações em redes, enfim, com novas formas de agenciamento no campo da arte, tais como os coletivos e os trabalhos colaborativos.

Ao quase completarmos a primeira década do século XXI transparece a urgência de repensar o sistema da arte, novas formações e configurações de espaço, sua circulação, difusão e produção em função de dois fatores: a crise econômica que hora se impõe e a força das imagens da comunicação e da mídia no mundo contemporâneo.

Como pensar os museus e os espaços da arte em consonância com a visão fluida que caracteriza o nosso tempo?

Os formatos de bienais e feiras têm se adequado a estas realidades?

Como as instituições poderão criar novas configurações de ação frente à crise econômica agora imposta?

Quais as estratégias que os espaços culturais e os artistas poderão adotar frente às situações de crise?

Quais os caminhos para se pensar a arte contemporânea em um mundo em que as imagens midiáticas têm se tornado cada vez mais freqüentes e impactantes?

É possível falar em economia criativa com referência à cultura e a arte? Esta seria mais uma utopia ou um campo de realidade?

É possível, ainda, falar em sustentabilidade? Quais as prováveis saídas para as artes e seu sistema?

Estas são algumas das proposições que o III Simpósio Internacional de Arte Contemporânea do Paço das Artes pretende investigar. As três edições do simpósio, se pensadas no conjunto, podem dar ao nosso público, composto de jovens artistas, teóricos, curadores, professores e jovens críticos uma idéia do que se fez e se pensou no campo da arte contemporânea nesta quase década de virada do milênio.

Ao dar seqüência à III edição do Simpósio Internacional de Arte Contemporânea, acreditamos que o Paço das Artes reitera a sua missão de "fomentar, exibir, refletir e difundir a arte contemporânea" através do debate sobre as práticas artísticas atuais e os seus desdobramentos.

Fonte: Canal Contemporâneo

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