MEC reconhece a primeira graduação em crítica e curadoria do Brasil

image

Descrição do curso

Após o impacto produzido pelas vanguardas no início do século XX, com produções muito heterodoxas, houve um desalinhamento com qualquer tipo de rotulação em relação as correntes artísticas, de modo que instituições oficiais da arte e da cultura, necessariamente, precisaram revetorizar os seus rumos. Além disso, o crescimento do mercado das artes tem aumentado e foi cada vez mais se profissionalizando, no contexto de uma economia de mercado, em permanente mudança. Desde o final da 2ª guerra mundial, com a transferência do centro econômico e cultural para Nova York, entendeu-se que arte é mercadoria. No caso do Brasil, a profissão de crítico e de curador existe de maneira desordenada, por não existir a formação universitária que faz dialogar  o  historiador, crítico e curador. Enfim, a profissão existe, mas não existe a formação profissional. E é nessa brecha que o curso se insere,   objetivando formar profissionais que sejam crítico-curador-historiador. Por isso, usarmos hífen e criamos uma palavra composta, pois acreditamos que assim conseguimos expressar que essa profissão não pode ser fragmentada, mas marcada por áreas que se complementam e um modo de pensar relacional.

No nosso caso de PUC/SP, possuímos um forte vinculo estrutural com o curso de Conservação e Restauro, com quem dividimos um forte tronco comum de disciplinas. Por isso, como acontece em outros países, cuja tradição em conservação e restauro é muito forte como mentalidade cultural, consideramos que toda a questão que envolve a discussão de bens patrimoniais é não pode estar dissociada das questões da Arte, da história, da crítica e da curadoria. A urgência desses estudos num país como o Brasil, é enorme. Para a mentalidade brasileira, em geral, a coisa velha não tem valor. Joga-se o velho ou antigo e ergue o que se chama de novo, ao menos é assim no caso da arquitetura. Basta para isso olhar para nossas cidades e observar as ações da especulação imobiliária. Mas, assistimos neste momento, um início de conscientização acerca do valor do patrimônio e para isso faço uso das palavras de Jacques Le Goff quem afirma que toda nação, país, estado que não sabe valorizar, preservar, conservar seu patrimônio é uma nação que sofre de problemas de identidade. Por isso, insistimos na necessidade de formação de recursos humanos para atuar num contexto de trabalho que une e faz dialogar a crítica, a história, a curadoria, o mercado, o museu, a conservação do patrimônio como forma de contribuição e participação da definição de memória e da identidade deste país.

Nosso foco e objeto de estudo é a esfera arte, ainda que nossos caminhos sejam tortuosos, como dissemos acima: não é um curso de História e Teoria da Arte, mas intimamente a ela ligado; não é um curso de Museologia, mas mantém diálogo com a área; não é um curso de Artes Visuais em seu sentido tradicional, mas também está ligado intimamente a esses cursos; não é um curso de Comunicação, mas com ela compõe também a rede de conhecimento. Essas áreas dão sustentação teórica e compõem o curso, mas a ênfase está na área de arte, em especial arte moderna e contemporânea.

Por isso, afirmarmos o nome do curso é Arte: História, Crítica e Curadoria.

Este curso possui um perfil transdisciplinar de modo a responder os problemas impostos pelo objeto artístico em permanente mudança e isso está impresso na estrutura e grade curricular do  curso. Essa inter-relação de áreas de conhecimento, ciências e vertentes teórico-metodológicas necessita  estar em uníssono no Projeto Pedagógico, caso o contrário, o curso perde o seu caráter, isto é, transforma-se em algo territorializado pelas disciplinas, perdendo, portanto, o projeto.

Objetivos gerais

1. Implantar na universidade brasileira um curso pioneiro que integra e dialoga o debate crítico ao histórico e ao curatorial para o campo das artes, como ações interdependentes e complementares;

2. Inserir os estudos das artes em uma abordagem que privilegia a complexidade dos objetos artísticos inseridos em seus contextos;

3. Dinamizar as relações, no campo da arte, entre os cursos de graduação e pós-graduação e toda concepção de educação continuada, num processo de permanente retro alimentação.

Objetivos específicos

1. Oferecer instrumentos teóricos para que o aluno compreenda a crítica, a história, a curadoria e a gestão como atividades que envolvem e refletem um trabalho de pesquisa e que são inseparáveis;

2. Propiciar o estabelecimento de nexos entre as diferentes perspectivas teórico-críticas oferecidas nas especificidades de cada disciplina;

3. Apresentar os diferentes procedimentos de análise a partir dos quais se constrói a critica de arte tendo em vista os seus fundamentos históricos e cognitivos;

4. Mapear o território dos usos e práticas contemporâneas, mantendo relação com a história da arte;

5. Investigar modos de leitura e interpretação que dêem conta dos graus de especificidade e complexidade dos objetos e temas contemporâneos.

LINK DIRETO: http://www3.pucsp.br/artecuradoria

(Se deixar de lembrar da novíssima graduação em Teoria Crítica e História da Arte - UnB )

 

Fonte Matheus Stein Carrier e http://www3.pucsp.br/artecuradoria

This work is licensed under a Creative Commons license.

Nenhum comentário: