"Bielski" recebe prêmio CPT de dramaturgia

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"Bielski" recebe prêmio CPT de dramaturgia
Em cartaz no Espaço Beta do SESC Consolação até o dia 1 de março, o espetáculo "Bielski" (release abaixo) recebeu o Prêmio CPT - Cooperativa Paulista de Teatro - de Melhor Dramaturgia para Antonio Rogério Toscano

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Saga de judeus bielorrussos é levada ao palco
do SESC Consolação
O espetáculo “Bielski”, da Cia. Levante, foi criado a partir da história real de refugiados no meio da floresta que construíram uma comunidade onde soldados nazistas não ousaram chegar.
Direção e Dramaturgia: Antônio Rogério Toscano.

 

Três homens. Irmãos. II Guerra Mundial. Refugiados no meio da floresta, sobreviveram. Ao todo, eram 1.200 judeus. Seus nomes eram Túvia, Asael e Zus Bielski.

Narrativa histórica, poesia, música, dança e performance são os campos explorados pela Cia, Levante para dar vazão às imagens sugeridas pela trajetória dos irmãos Bielski e os quase 1.200 judeus que sobreviveram em esconderijos erigidos comunitariamente nas florestas de Belarus nos anos finais da II Guerra Mundial. “Bielski” é o nome do novo trabalho da companhia que fica em cartaz até o dia 1 de março, no Espaço Beta do SESC Consolação, abrindo a temporada 2011 do projeto Primeiro Sinal. Por este espetáculo, Antonio Rogério Toscano recebeu o Prêmio CPT - Cooperativa Paulista de Teatro -  de melhor dramaturgia.
Escrito e dirigido por Antônio Rogério Toscano e direção de movimento e assistência de Juliana Monteiro, “Bielski” trata da história de uma família que, em meio à escalada de violência que dizimou mais de seis milhões de judeus durante a II Guerra Mundial, conseguiu organizar uma unidade de resistência em pleno território ocupado pelos nazistas e salvar centenas de judeus da morte.
Em 1941, após o assassinato de seu pai pelas forças nazistas, os três irmãos agricultores – Túvia, Asael e Zus – se esconderam nas florestas da região e passaram a abrigar amigos e parentes perseguidos pelos alemães.
Aos poucos, os Bielski foram conseguindo aumentar o contingente do grupo, com judeus resgatados nas aldeias e fugitivos vindos dos guetos da região e transformaram aquele conjunto esparso de pessoas numa verdadeira unidade dedicada a resgatar judeus e contra-atacar as forças invasoras.
Era a unidade Bielski, que chegou a contar com 1.200 pessoas vivendo na floresta. Um desses espetáculos que a História não pode ignorar.
Ao final da guerra, um número expressivo de judeus foi libertado do extermínio, após uma vivência que espelha simetricamente a imagem de Moisés a levar seus companheiros para uma nova Terra Prometida – aqui, em meio à floresta.
Por este espetáculo a Cia. Levante recebeu o Prêmio da Cooperativa Paulista de Teatro na categoria "Dramaturgia", para Antonio Rogério Toscano.
Sobre o espetáculo
A narrativa histórica sobre os Bielski ensina ao presente como a força da coletividade pode fazer emergir, em meio à perseguição e à morte, uma sofisticada teia de relações sociais capaz de criar alternativas de sobrevivência a grupos humanos que, fortalecidos pela interdependência, salvam-se do extermínio que teria sido inevitável caso optassem por horizontes solitários, constituídos individualmente. A Cia. Levante partiu deste material de pesquisa para elaborar, coletivamente, um trabalho alicerçado em valores extraídos entre artistas de diferentes linguagens.
As intervenções performatizadas sobre os relatos históricos concederam a licença para que os fatos fossem recriados sob uma ótica ficcional, compromissada com os acontecimentos factuais apenas na medida de sua contundência. Assim, nem tudo o que está em cena é verídico (do ponto de vista do real), mas absolutamente verdadeiro (do ponto de vista da criação).
Textos de Peter Duffy, Nechama Tec, Paul Celan, Heiner Muller, Kurt Yoss foram matrizes para a construção da dramaturgia espetacular, escrita no espaço, no tempo, no som e, até, na palavra.
Desconstruindo a imagem heróica dos Irmãos Bielski, estes fatos verídicos foram resgatados para a cena, com preservação de seus aspectos essenciais, inclusive em sua cronologia.
Além das demais linguagens de suporte, a dança foi o viés para a investigação da trajetória política dos Bielski. Não para inventar soluções, mas para desvelar imagens poéticas. Os massacres e progoms nazistas, assim como imagens judaicas do cotidiano, foram construídos em cena (sob a forma de pesquisa sistematizada) a partir dos materiais plásticos deixados por Lasar Segall. Imagens de sua representação da sensibilidade judaica e dos horrores da guerra foram trabalhadas como materiais de partida para a performatização e para a inspiração da escrita cênica.
Em cena, além dos atores-dançarinos, apenas alguns objetos: malas, casacos de inverno russos, etc. A manipulação dos objetos e a formalização da linguagem dançada são o que dão as margens para a derivação poética. O espaço é recortado por luz viva feita de focos brancos cruentos e de materiais cenográficos capazes de iluminar alternativamente a cena.
Do ponto de vista visual, poucas cores além do preto e do branco, desde os figurinos de Cláudia Schapira até os objetos e luzes que pretendem dar margem à visualização por meio do vigor imaginário.
A criação musical do espetáculo, de Cristiano Meirelles, foi baseada em dois parâmetros: a investigação da música como trilha, que se identifica com determinados territórios do espetáculo e se desenvolve à medida que estes também se desenvolvem; e a utilização dos antigos modos musicais gregos como matéria-prima das criações dos atores/diretores/compositores.
Em “Bielski” a busca na criação da trilha foi revelar as muitas possibilidades que os arranjos entre instrumentos e vozes, cantos e falas, ritmos e movimentos podem constituir de complemento e/ou guia do discurso narrativo. A entrada da música em cena acontece a partir dos múltiplos efeitos gerados ou por um coro só de vozes sem instrumentos, revelando a presença da identidade humana ou um arranjo só de instrumentos rítmicos que pulsam junto a uma coreografia, um solo melódico desacompanhado reforçando a ideia de solidão. Há por fim, como em todo o espetáculo, um tom, trazido da raiz da cultura judaica, que é a dimensão religiosa. Na música essa atmosfera leva as criações a se tornarem quase solenes. Cada canto, canto pulso marcado por uma alfaia, carrega um quê de hino, de salmo, de louvação, de pedido de perdão, de celebração da vida.

Sobre a Companhia
A Cia. Levante da Cooperativa Paulista de Teatro é um grupo formado por 5
atores que se encontraram no processo de formação da Escola Livre de Teatro de Santo André. Desde 2006, mantém atividades constantes de pesquisa e criação teatral, trabalhando com diferentes criadores em cada um de seus projetos.
Nesta caminhada, realizou um primeiro trabalho intitulado Almanaque de Araque, com texto de Antônio Rogério Toscano e direção de Ana Roxo. Após temporada no Teatro da Vila (Set/Out2007 – Vila Madalena/SP) e no Teatro Alfredo Mesquita (Ago/Set2008 – Santana/SP) –- esta segunda com apoio da Secretaria Municipal de Cultura/ Departamento de Expansão Cultural (DEC) – empreendeu a montagem de O Pássaro Azul, a partir da obra de Maurice Maëterlinck, com dramaturgia e direção de Antônio Rogério Toscano.
Desde o seu princípio, os estudos teóricos sobre o material expressivo do ator embasados no pensamento de Peter Brook vêm norteando o trabalho do grupo, tomando (ou ganhando o) corpo e, é evidente que em um contexto de precariedade econômica como o atual, pensadores do naipe de Brook e seu parceiro Yoshi Oida (que libertam o artista na mesma medida em que o reconhecem como fonte geradora de todos os potenciais de uma cena) tiveram papel fundamental nesta trajetória – assim como ideias lindas de brasileiros importantes como Rubens Corrêa, Luís Otávio Burnier, Tiche Vianna.
Mas foi com O Pássaro Azul o mergulho mais profundo que o grupo deu no sentido de desvendar materiais poéticos que permitam a exploração dos pensamentos do encenador Peter Brook em uma aventura da criação no espaço vazio, amparado por um jogo vivo, capaz de mobilizar sua imaginação – e a do espectador – para então tornar visível o invisível. Além de um trabalho até aqui focado na busca por um teatro que fale de perto à sensibilidade de jovens, que tenha o jogo como matriz para a depuração de uma linguagem própria (lúdica simples e poética).

FICHA TÉCNICA
Direção e Dramaturgia: Antônio Rogério Toscano
Direção de Movimento e Assistência de Direção: Juliana Monteiro
Direção Musical: Cristiano Meirelles
Assistente Musical: Carolina Nagayoshi
Preparação Musical: Cristiano Meirelles
Figurinos: Claudia Schapira
Iluminação e Cenografia: Wagner Antônio
Atores/ Criadores da Cia. Levante: Cleide Mariano, Conrado Gallucci, Cristiano Meirelles, Daniela Cavagis e Felipe Gomes Moreira.

Serviço
Estreia: Dia 7 de fevereiro de 2010. Segunda, às 21h.
Temporada: De 7 de fevereiro a 1 de março. Segunda e terça, às 21h.
Duração: 70 minutos
Faixa etária recomendada: 14 anos
Preços:
R$ 10,00 (inteira); R$ 5,00 (usuário matriculado no SESC e dependentes, +60 anos, estudantes e professores da rede pública de ensino). R$ 2,50 (trabalhador no comércio e serviços matriculado no SESC e dependentes).
Local: Espaço Beta – 3º andar. Lotação: 50 lugares
SESC Consolação
Rua Dr. Vila Nova, 245
Tel: 3234-3000
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Assessoria de Imprensa: Rita Solimeo Marin
Tel: 3234-3043

Rita Solimeo Marin
Assessoria de Imprensa Teatro Anchieta e SESC Consolação
Tel: 3234-3043

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