"O ovo e a galinha" de Clarice Lispector ganha o palco

SESC CONSOLAÇÃO APRESENTA "O OVO E A GALINHA"
BASEADO NO CONTO DE CLARICE LISPECTOR
 
Idealizado e interpretado por Angélica di Paula (Senhora dos Afogados, Prêt-à-Porter 9 e A Pedra do Reino) e dirigido por Vanessa Bruno (Prêt-à-Porter 9 e A Pedra do Reino). Iluminação de Lenise Pinheiro (indicada ao Prêmio Shell - 2007 pela luz de "Inocência"), trilha sonora de Edson Secco ("Circo de Rins e Fígados" de Gerald Thomas) e cenário da artista plástica Maria Fernanda Filardi.
 

Para homenagear os 90 anos de Clarice Lispector (nascida em 1920), o SESC Consolação apresenta, a partir do dia 18 de maio, o espetáculo "O Ovo e a Galinha", baseado em conto homônimo da escritora, com direção de Vanessa Bruno e interpretação e concepção da atriz Angélica di Paula.
         A peça, que traz o conto de Clarice na íntegra, transforma a narradora em uma mulher insone. Em sua casa, a realidade da personagem se desvanece, se esconde. Sonho, memória e vigília se alternam. Com a realidade suspensa, uma nova percepção surge quando ela vê um ovo.
         Num espaço cênico minimalista (2mx3m), com coreografia sutil (repetições de gestos e tensões baseadas em procedimentos do BMC - Body Mind Century), a ênfase é dada à palavra. O corpo da atriz vive um lugar de reflexão, angústia e indagação da personagem.
         Encenar o conto e encontrar a integração da aura de mistério da escrita e da própria Clarice com o mistério do teatro é a intenção do projeto de iniciativa da atriz Angélica di Paula. Nas palavras da atriz: "Encontrei Clarice Lispector, seus romances e contos, quando era muito jovem, pouco tempo depois de ter encontrado o teatro, onde comecei a trabalhar. Desde então, tenho vontade de promover um encontro entre ambos."
         Angélica di Paula e Vanessa Bruno se conheceram no CPT – Centro de Pesquisa Teatral, coordenado por Antunes Filho, onde trabalharam juntas em "Prét-à-Porter 9" (2008) e "Pedra do Reino" (2006). Angélica esteve à frente também em Senhora dos Afogados, como Moema, de Nelson Rodrigues, também sob direção de Antunes.
         A peça conta com iluminação da fotógrafa Lenise Pinheiro (indicada ao Prêmio Shell - 2007 pela luz de "Inocência"), trilha sonora de Edson Secco ("Circo de Rins e Fígados" de Gerald Thomas) e cenário da artista plástica Maria Fernanda Filardi.
         O espetáculo adulto "O Ovo e a Galinha" é primeira peça de um projeto maior, chamado Trilogia do Desconhecido, que encenará três contos de períodos diferentes de Lispector, promovendo o encontro desses dois mundos: a literatura de Clarice e o palco.
 
Ficha Técnica:
 
Espetáculo teatral: "O Ovo e a Galinha", do conto homônimo de Clarice Lispector
www.claricenopalco.blogspot.com
 
Sinopse:
De manhã, sobre a mesa da cozinha, mulher vê um ovo. Considerado o conto mais hermético de Clarice Lispector, "O Ovo e a Galinha" em versão para teatro, na íntegra.

Interpretação e idealização: Angélica di Paula
Direção: Vanessa Bruno
Preparação corporal: João Otávio
Iluminação: Lenise Pinheiro
Cenário e adereços: Maria Fernanda Filardi Ferreira
Figurino: Eliana Saletti
Trilha sonora: Edson Secco
Videomaker: Cris Lyra
Fotos material gráfico e designer: Vitor Vieira
Fotos de cena: Lenise Pinheiro
Operação de luz e audiovisual: Vitor Moreno
Assistente produção: Marcela Cappabianco
Produção Executiva: Carolina Rodrigues
 
Serviço:
Estreia: dia 18 de maio de 2010. Terça, às 21h.
Temporada: 18 de maio a 8 de junho. Terças, às 21h.
Duração: 50 minutos
Recomendação etária: a partir de 14 anos
Lotação: 50 lugares
Ingressos: R$ 10,00 (inteira); R$ 5,00 (usuário matriculado no SESC e dependentes, +60 anos, estudantes e professores da rede pública de ensino). R$ 2,50 (trabalhador no comércio e serviços matriculado no SESC e dependentes).
Local: Espaço Beta – 3º andar.
 
Perfil
:
Angélica di Paula (atriz / idealização): Formada pela Unesp em Lic. em artes cênicas , integrou o Centro de Pesquisa Teatral coordenado por Antunes Filho, de 2005 a 2008, atuando em "Senhora dos Afogados", de Nelson Rodrigues  como Moema,  em "Prêt-à-Porter 9" e em "Pedra do Reino". Participou das séries de tv: Trago comigo e Dilemas de Irene. No cinema:  "Transeunte" - Dir. Erick Rocha e "Boca do Lixo"- Dir. Flávio Frederico.
 
Vanessa Bruno (direção): atriz e diretora de teatro.
Formada em Cinema.  Participou durante cinco anos do Ágora - Centro de Desenvolvimento Teatral, trabalhando com o diretor Roberto Lage. Desde 2004 integra o grupo Macunaíma, do Centro de Pesquisa Teatral - CPT - coordenado por Antunes Filho. Atuou em "Prêt-à-Porter 9" e "Pedra do Reino". Há sete anos dirige seu grupo vocacional de teatro no Colégio Rio Branco, com  22 peças montadas. Dirigiu também o infantil "E Agora, João?" e "Pedro Paulo, Viola e Causos", musical do CEM com Paulo Freire. 
 
Biografia de Clarice Lispector
         Nasceu em Tchetchelnik, na Ucrânia, em 1920, e morreu no Rio, em 1977. Passou a infância no Recife e, em 1937, mudou-se para o Rio, onde se formou em direito. Estreou na literatura ainda muito jovem, com o romance Perto do Coração Selvagem (1943), que teve calorosa acolhida da crítica e recebeu o Prêmio Graça Aranha. Em 1944, recém-casada com um diplomata, viajou para Nápoles, onde serviu num hospital durante os últimos meses da Segunda Guerra. Depois de uma longa estada na Suíça e Estados Unidos, voltou a morar no Rio de Janeiro. Entre suas obras mais importantes estão as reuniões de contos A Legião Estrangeira (1964) e Laços de Família (1972) e os romances A Paixão Segundo G.H. (1964) e A Hora da Estrela (1977).
           Clarice começou a colaborar na imprensa em 1942 e, ao longo da vida, nunca se desvinculou do jornalismo. Trabalhou na Agência Nacional e nos jornais A Noite e Diário da Noite. Foi colunista do Correio da Manhã e realizou diversas entrevistas para a revista Manchete. A autora também foi cronista do Jornal do Brasil. Produzidos entre 1967 e 1973, esses textos estão reunidos no volume A Descoberta do Mundo, onde também se encontra o conto O ovo e a galinha.
         Escreveu a crítica francesa Hélène Cixous: "Se Kafka fosse mulher. Se Rilke fosse uma brasileira judia nascida na Ucrânia. Se Rimbaud tivesse sido mãe, se tivesse chegado aos cinquenta. (...). É nessa ambiência que Clarice Lispector escreve. Lá onde respiram as obras mais exigentes, ela avança. Lá, mais à frente, onde o filósofo perde fôlego, ela continua, mais longe ainda, mais longe do que todo o saber".
 
SESC Consolação
Rua Dr. Vila Nova, 245
Tel: 3234-3000



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