EXPOS individuais de Monica Rubinho e Rosana Paulino na Galeria Virgilio, SP - abertura 11 de maio

 
 

Galeria Virgilio inaugura mostras individuais das

artistas Monica Rubinho e Rosana Paulino

 

A Galeria Virgilio inaugura no dia 11 de maio, terça, feira, a partir

das 20h, as mostras individuais de Monica Rubinho e Rosana Paulino,

exibindo a recente produção das duas artistas.

 

 

Lugar do Quase Hoje

Na individual de Monica Rubinho são apresentadas 12 obras. São desenhos, fotos, objetos e instalações em que a artista apresenta sua história, seus sonhos, amores e pensamentos através de materiais como lenços, gravetos aplicados a gravuras e recortes fotográficos, conferindo a cada um deles a idéia de parentesco íntimo e coletivo. "É possível localizar em minhas obras momentos de deslocamento do tempo pela memória, permitindo uma diversificada possibilidade de leituras em que proponho experiências de cumplicidade e incômodo", revela.

Segundo a crítica Angélica de Moraes, que assina texto de apresentação da mostra, "a série atual de trabalhos extrai beleza da inexorável percepção da ausência irradiada desde o 'lugar do quase hoje'. Ou seja, um lugar fora do tempo e das contingências terrenas. Algo imaterial, em eterna suspensão, que podemos evocar, mas não mais habitar ou conviver. São tecidos imanentes da ausência, feito sudários".

O conjunto da obras reunidas na mostra refere-se a uma particularíssima percepção simbólica e afetiva dos objetos e de seus materiais. Assim, segundo Rubinho, "as árvores surgem como personagens fortes que, caladas e solitárias, carregam um dicionário de momentos através de seus corpos em diálogo poético com o entorno". Da mesma forma, a casa de madeira tem significados múltiplos para a artista, que, filha de um marceneiro, ora a representa como extensão das árvores, ora como o espaço de proteção e intimidade.

Para Angélica, "Mônica traz desdobramentos de um repertório denso, desenvolvido ao longo de uma sólida trajetória de quase duas décadas em que vem ressignificando coisas do cotidiano e as transformando em objetos-poema ou instalações-poema. Desta vez, ela trata daquelas coisas que assomam à água escura do esquecimento e fazem doer o nervo exposto das horas póstumas".

Para a artista, o limite entre o real e o devaneio está presente em sua obra como metáfora para situações ambíguas, uma espécie de gatilho para a realização de anseios polarizados entre o coletivo e o particular. Comuns como a necessidade contar sua própria história, de não ser enganado, poder sonhar, desejar e ter identidade; ou como o desejo de aconchegar-se, possuir um lugar com paredes, janelas e portas para morar, e outras pessoas para compartilhá-lo.

Em seus quase vinte anos de carreira, Monica Rubinho participou dezenas de exposições coletivas, dentre as quais se destacam: Intimidade, em 2009, no SESC Pompéia, SP; Entre Oceanos, em 2008, no Memorial da América Latina, SP; Sessão Criativa de Arte 2008 Brasil Japão, no Kawasaki City Museum, no Japão; A Cidade para a Cidade, em 2006, na Galeria Olido, SP; Fliessender Wasser, em 2006, na Galeria Schuster & Scheuermann, em Berlim; MAM na Oca, organizada pelo Museu de Arte Moderna de São Paulo – MAM SP, SP; Todos os Sonhos do Mundo, em 2005, na Bienal Internacional de Vila Nova Cerveira, em Portugal; Sempre Visível, no Centro Cultural São Paulo - CCSP, SP; Aquisições Recentes, em 2004, no MAM do Rio de Janeiro; Ciclo, no CCSP, SP; Half the World Away, em 2002, no Hallways Gallery, em Buffalo, EUA; Brasileños Contemporáneos, no Centro Wifredo Lam, em Havana, Cuba; Idéia Coletiva, na extinta Galeria Camargo Vilaça, SP; III Bienal de Artes Visuais do Mercosul, em Porto Alegre, RS; Emergente, na Embaixada Brasileira em Berlim, Alemanha; Paisagem Sublime, em 1999, no MAM SP; Vastos, em 1998, no Paço das Artes, SP; Panorama da Arte Brasileira do MAM SP, em São Paulo, Niterói, Salvador e Recife; Novos, nas galerias Camargo Vilaça e Ruth Benzacar, em Buenos Aires; Espelhos e Sombras, em 1994, no MAM SP; Mostra dos Selecionados do CCSP, em 1993; Polaridades e Perspectivas, em 1992, no MIS SP. Monica Rubinho tem obras nos acervos do MAM SP, MAM Rio, MAC de Goiânia, Museu de Artes de Santa Catarina e Centro de Arte Contemporáneo Wifredo Lam, em Cuba.

Tecido Social

Na segunda individual de Rosana Paulino na Galeria Virgilio são apresentadas 11 monotipias, três trabalhos em tecido e costurado e uma animação.  Comprometida com a profundidade das questões de sua produção, atenta à condição feminina e étnica, a artista lança mão de procedimentos como apropriação, justaposição e montagem para expressar-se poeticamente.

"Sempre pensei em arte como um sistema que devesse ser sincero. Para mim, a arte deve servir às necessidades profundas de quem a produz, senão corre o risco de tornar-se superficial. O artista deve sempre trabalhar com as coisas que o tocam profundamente", reflete Rosana.

Na série de monotipias Das Sombras – segundo ato, Rosana faz uma leitura de costumes das metrópoles brasileiras envolvendo estética a questões de exclusão e preconceito social, conferindo à sua arte status de discurso político. Assim, sua apropriação e montagem de imagens de domínio público transformam o senso-comum em signos inequívocos de repressões difusas, redundando numa denúncia da violência urbana. Violência que, atesta a artista, afeta indistintamente, porém de maneiras diferentes, todas as classes sociais. 

"Eu me aproprio de objetos do cotidiano ou elementos pouco valorizados para produzir meus trabalhos. Utilizo tecidos e linhas. Linhas que modificam o sentido, costurando novos significados, transformando um objeto banal, ridículo, em elemento de violência, de repressão", explica.  Dessa maneira, os painéis de monotipias sobre tecido costuradas à mão entram em diálogo com a série de obras sobre papel à medida que reverberam as condições de vida urbanas. Sua costura intencionalmente mal acabada e imperfeita, nesse caso, funciona como índice do relacionamento conflituoso das personagens e representações de que lança mão.

"Gritar, mesmo que por outras bocas estampadas no tecido ou outros nomes na parede. Este tem sido meu fazer, meu desafio, minha busca.", resume Rosana.

Rosana Paulino vive e trabalha em São Paulo. Desde o início de sua carreira Rosana vem se destacando por sua produção ligada a questões sociais, étnicas e de gênero. Seus trabalhos têm como foco principal a posição da mulher negra dentro da sociedade brasileira. A artista participou de diversas exposições, tanto no Brasil como no exterior. Em 1998 a viaja para Londres com bolsa de estudos do governo brasileiro para especialização em gravura no London Print Studio. Atualmente, Rosana é doutoranda em Poéticas Visuais pela Escola de Comunicações e Artes da USP.

Dentre suas principais exposições individuais destacam-se: Da Memória e das Sombras: As Amas, na Senzala do casarão do Parque Ecológico de Campinas, SP, em 2009; Mostra dos Selecionados do Centro Cultural São Paulo – CCSP, em 1994; A New Face in Hell e Álbum Desenho, na Galeria Adriana Penteado, em 1995 e 1997, respectivamente; Desenhos – Doações Recentes, no CCSP, em 2000; Colônia, na Galeria Virgilio, em 2004 e Rosana Paulino – Obra Gráfica, na Fundação de Artes de Ouro Preto, MG, em 2007.

Participou de diversas exposições coletivas no Brasil e no Exterior e no conjunto delas estão Roots and More. The Journey of the Spirits, no Afrika Museum de Berg em Dau, na Holanda, em 2009; Os Mágicos Olhos das Américas, no Museu Afro Brasil, SP; Panorama dos Panoramas, no Museu de Arte Moderna de São Paulo – MAM SP, em 2008; Distância e Proximidade – Projeto Toldos, na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa; Poéticas da Percepção, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro – MAM Rio; In someone else's skin, no Bard College, em Nova York, em 2006; Mulheres Artistas / Olhares Contemporâneos, no Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo – MAC USP; Áfricas-Américas: Encuentros Convergentes: Ancestralidad y Contemporaneidad, na Bienal de Valencia, na Espanha; Fotografia em perspectiva, no  MAM SP; Réplica e Rebeldia – Artistas de Angola, Brasil, Cabo Verde e Moçambique, organizada pelo Instituto Camões em Moçambique, Angola, Cabo Verde, MAM Bahia e MAM Rio, em 2006; Manobras Radicais, no Centro Cultural Banco do Brasil de São Paulo – CCBB SP; 60 pós 60, no CCSP, em 2005; Mostra de Abertura do Museu Afro Brasil, em São Paulo, em 2004; IV Bienal do Mercosul, em Porto Alegre, em 2003; Panorama da Arte Brasileira, Fotografia não Fotografia e São ou não são Gravuras, no MAM SP, em 2001; Bienal Brasil + 500 – Arte Afro-Brasileira, na Fundação Bienal de São Paulo, em 2000; Américafotolatina, no Museo de las Artes de La Univerdidad de Guadalajara, no México; Século XX – Arte do Brasil, na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa; 9ª. Bienal Internacional de Fotografia – BIF 99, no Centro de La Imagen, na Cidade do México; Heranças Contemporâneas II, no MAC USP, em 1998; e Panorama da Arte Brasileira, no MAM SP, em 1997.

A artista tem obras nas coleções do MAM SP, na Pinacoteca Municipal do CCSP, na Fundação Cultural Cassiano Ricardo, em São José dos Campos, SP, no Museu Afro  Brasil e no Museu Salvador Allende, em Santiago, Chile.

Serviço:

Evento: exposições individuais de Monica Rubinho e Rosana Paulino, Lugar do Quase Hoje e Tecido Social, respectivamente

Abertura: 11 de maio de 2010, terça-feira, a partir das 20 horas

Período expositivo: de 12 de maio a 05 de junho

 

Local: Galeria Virgilio

Endereço: Rua Virgílio de Carvalho Pinto, 426

CEP 05415-020, Pinheiros, São Paulo - SP

Telefone: (55 11) 3062 9446 / 3061 2999

Horários: de segunda a sexta, das 10 às 19h; e sábados, das 10 às 17h

Entrada franca

www.galeriavirgilio.com.br

 

Informações para a imprensa:

 

Décio Hernandez Di Giorgi

www.adelantecultural.com.br

dgiorgi@uol.com.br

MSN: deciogiorgi@yahoo.com.br

Tel.: (55 11) 3589 6212 / 8255 3338 (cel.)

 

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