Estreia de Abracadabra de Luiz Päetow abre temporada do Teatro Anchieta em 2010

 
 

ABRACADABRA
o novo espetáculo de Luiz Päetow
estreia no Teatro Anchieta do SESC Consolação
 
Espetáculo aposta no elemento surpresa como ferramenta da experiência cênica.
 

Abra cadáver Fecha cortina
Abracadabra estreia contínua

A peça ABRACADABRA, do ator e diretor Luiz Päetow, ganha sua primeira encenação no Teatro Anchieta do SESC Consolação. Serão 06 únicas apresentações, a partir de 18 de janeiro até 22 de fevereiro de 2010, sempre às segundas-feiras, às 21 horas.
 
A fórmula mágica do título corresponde à renovação teatral presente no projeto criado por Päetow, com o intuito de oferecer um outro caminho na dramaturgia e, principalmente, uma outra experiência cênica, questionando o limite do que entendemos por teatro e arte.
"Tudo indica que estamos (novamente) no ano de 2010, mas a bússola do Teatro, graças ao próprio segredo de sua origem, permite nos transportar ao infinito. A raiz dos Mistérios de Elêusis permanece desconhecida, mas ainda assim espantosamente já nos habituamos a ter acesso a todo tipo de detalhes referentes ao espetáculo que iremos assistir e, portanto, conseguimos usufruir apenas uma mínima fração da potência teatral, pois não devemos nos esquecer que o elemento surpresa (o sigilo) é uma ferramenta poderosa da experiência cênica", explica Päetow.
 
Abra...
Abra cada...
Abra cada um...
Abra cada um dos...
 
É esse o refrão perpétuo que dá ignição à máquina dos teatros, escancarando no palco o nosso buraco negro berço, onde a cartola vira cartilha da nossa catábase, onde o alfabeto nasce epitáfio às máscaras.
 
"Afinal, hoje, o real desafio do teatro não é mais transferir a cena às ruas ou trazer o espectador para o palco ou ainda incorporar as diversas mídias na tentativa de refletir o contemporâneo. No fundo, a grande busca é realizar a comunhão, explorar essa magia que é seu único verdadeiro sustento. E para isso, é preciso a morte completa do ator, é preciso o comprometimento total do ator e do espectador na abertura do instante. Assim, podemos traduzir, no espaço e no tempo, o mistério do encontro. O encontro da coxia com a cena, do oculto com a presença, da morte com a vida. Perfurar a vida com o que não é visto, permitir ao vivo o acesso à ausência de si. Desprogramar as nossas (dis)funções para revelar o outro lado", afirma o autor.
 
As 320 poltronas do Teatro Anchieta, a boca-de-cena de 10 metros de largura, os 5 metros de altura e os 16 metros de profundidade do palco, enfim, cada centímetro do espaço é preenchido pela luz que cada espectador se responsabilizar por iluminar. "Lanternas da história, somos responsáveis por aquilo que escolhemos enxergar. Desse modo, a encenação rompe suas barreiras de um solo com um único ator, e propõe ao espectador a vivência de uma experiência silenciosa e, principalmente, secreta".
 
Raras são as oportunidades da coxia perfurar o palco: no século passado, uma poderosa tentativa foi o butoh Kinjiki criado por Tatsumi Hijikata. E mais raro ainda são as vezes em que a coxia perfura a plateia: também no século passado, um caso ilustre foi a comunhão do cavalo com Nietzsche.
 
"Nesse nosso eterno fim-dos-tempos, só haverá democracia quando não houver diferenças, inclusive, entre coxia e palco, entre viver e morrer. Enquanto isso não for investigado e assimilado, o teatro seguirá tropeçando no higiênico papel de cobaia às ditas novas tecnologias e o resultado disso torna-se cada vez mais evidente em nossa obediência ao que se considera eficácia-arte-valores, em nosso deslumbramento de alta-definição dos aperfeiçoamentos, em nossa sedação de notícias e ausência de arremates, em nossa crença que só agora o mundo está mais rápido, em nossa exigência de uma história que estamos contribuindo à hipnótica evolução e autoimunização da máquina, excluindo da carroça os cocheiros-cavalos-passageiros, todos aqueles que ousarem paralisar a linha de produção. Enquanto isso, o resto do ser humano vai se habituando ao desaparecimento dos corpos, se ausentando da arte, se esvaziando da música rumo ao próprio extreme make-over, game-over".
 
Então qual o sentido de se reproduzir mais uma história, já que já há jazigos de histórias. Sendo assim, a dramaturgia do espetáculo é recriada a cada apresentação, tendo como âncora o texto CARTILHA-CATÁBASE, resultante das pesquisas de Luiz Päetow e que foi publicado, recentemente, na revista de literatura e artes Sibila a convite dos poetas Régis Bonvicino e Charles Bernstein. Aqui o link do texto na íntegra: http://tinyurl.com/luizpaetow.
 
Um registro contínuo da fricção entre metrópole e pólen, todos à espera do refletor cair em cima de nossas cabeças. Stand-up comet.
 
Sobre Luiz Päetow
Pesquisa a escrita da poesia no corpo e na voz do performer. Sempre com o foco na liberdade e radicalidade de expressões, vem trazendo à cena as obras de Sarah Kane, Gertrude Stein, Hilda Hilst, Clarice Lispector, Nathalie Sarraute, Georg Büchner, Samuel Beckett e Jean-Luc Lagarce.
 
Estudou na EAD-USP, onde atuou nos espetáculos Marat/Sade de Peter Weiss, dirigido por Francisco Medeiros; Sobre o Acordo de Bertolt Brecht, por Celso Frateschi; A Cozinha de Arnold Wesker, por Iacov Hillel; e À Margem da Vida de Tennessee Williams, por Odavlas Petti.
 
Em 1997, no CPT, encabeçou uma investigação de dramaturgia aliada à interpretação, que culminaria no projeto Prêt-à-Porter. Criou, dirigiu e atuou em cinco textos: Passageiros, Debaixo da Ponte, Cem Concerto (reunidos no primeiro formato apresentado dentro do evento CPT-Aberto), Horas de Castigo e Asas da Sombra (apresentados em Prêt-à-Porter 2). No CPT, foi professor do Curso de Introdução ao Método do Ator e, em 1999, inaugurou o Círculo de Dramaturgia, coordenando o primeiro ano do curso e dirigindo a Oficina de Dramaturgia Atoral. Trabalhou como ator e assistente de direção de Antunes Filho no espetáculo premiado com o Shell e o APCA de melhor direção de 1999: Fragmentos Troianos de Eurípides, excursionando pela Turquia e Japão.
 
Paralelamente, foi assistente de Daniela Thomas na montagem Da Gaivota, de Anton Tchekhov, com Fernanda Montenegro, Fernanda Torres e Antonio Abujamra. Em 2000, assinou a encenação e a dramaturgia da ópera The Fairy Queen de Henry Purcell, apresentada no Teatro Sesc-Anchieta. Em 2003-2004, atuou na primeira montagem brasileira do derradeiro texto de Sarah Kane, 4.48 Psicose, direção Nelson de Sá. Na sequência, foi escolhido por Cacá Carvalho e Roberto Bacci para integrar o grupo de pesquisa Casa Laboratório da Fondazione Pontedera, trabalhando na preparação do elenco. Em 2005, excursionou pela Alemanha com Os Sertões, recriação musical da obra de Euclides da Cunha pelo Teatro Oficina de José Celso Martinez Corrêa. Em 2006, criou o espetáculo-solo intitulado Peças, sua tradução para o texto inédito de Gertrude Stein com encenação de Marcio Aurelio, realizando temporadas em SP durante três anos e com passagens por diversos festivais. Em seguida, protagonizou o espetáculo Leonce e Lena, de Georg Büchner, dirigido por Gabriel Villela. No final do mesmo ano, assinou a criação, produção e atuação do Ciclo Gertrude Stein no Sesc Pinheiros, composto por palestras e performances de traduções suas para diversos textos de Gertrude Stein. Em 2007, atuou no espetáculo Matamoros, de Hilda Hilst, direção Beatriz Azevedo; e assinou a direção e adaptação da obra Água Viva, de Clarice Lispector, em Goiânia. Em 2008, a convite do diretor Rubens Rusche, protagonizou sua encenação intitulada Calando, composta por duas peças radiofônicas inéditas de Samuel Beckett: Palavras & Música e Cascando, dentro do 43° Festival de Música Nova, no Teatro Sesc-Anchieta.
 
Em 2009, assinou a encenação, a tradução e a iluminação do texto Music-Hall de Jean-Luc Lagarce.
 

Ficha Técnica

ABRACADABRA – Estreia dia 18 de janeiro de 2010, segunda-feira, 21 horas, no Teatro Anchieta do SESC Consoalação. Texto, direção, criação e atuação - Luiz Päetow. Produção – Ricardo Muniz Fernandes. Duração – 70 minutos. Recomendado para maiores de 14 anos. Temporada – segundas-feiras às 21 horas. Até 22 de fevereiro de 2010. Capacidade – 320 lugares - a cada sessão serão disponibilizados somente 50 lugares do teatro.
R$ 20,00 (inteira); R$ 10,00(usuário matriculado no SESC e dependentes, +60 anos, estudantes e professores da rede pública de ensino) e R$ 5,00 (trabalhador no comércio e serviços matriculado no SESC e dependentes).
 
Teatro Anchieta do SESC Consolação
Rua Dr. Vila Nova, 245,
tel. 3234-3000
 
Informações para a imprensa com:
Rita Solimeo Marin – Tel: 3234-3043 – até do dia 8 de janeiro - após esta data com Luiz Päetow – email: jqz@uol.com.br – Tel: 3214-3075

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