Aramyz reestréia Stand Up Comedy de personagens no ESPAÇO CULTURAL AMADOdoDITO

 
Aramyz reestréia Stand Up Comedy de personagens no ESPAÇO CULTURAL AMADOdoDITO

 

"O que é comédia? Comédia é o uso de humor nas artes cênicas. Também pode significar um espetáculo que recorre intensamente ao humor. De forma geral comédia é o que é engraçado, que faz rir." – Aramyz.

 

 

Minhas Mulheres

Stand Up Comedy com personagens.

 

Texto, direção e interpretação: Aramyz. Supervisão Cênica: Antônio Ginco. Assistente de direção: Jardel Teixeira. 70min. Não recomendado para menores de 16 anos. Sozinho em cena ele interpreta oito personagens femininos.

 

"Minhas Mulheres" é uma comédia que joga com a comicidade na tragédia de cada um de seus personagens. No palco, o ator faz a transição entre as personagens por meio de figurinos, gestos e entonação; e critica tudo o que passar pela sua frente: a saúde, a prostituição, a igreja, a família e todas as instituições corrompidas pelo moralismo.

Elas são doces, meigas, tirânicas, mães, amigas, irmãs, amantes, todas as figurinhas carimbadas do nosso cotidiano. Cheias de dor, amor e alegria elas se expõem. Entre uma troca e outra é gasto apenas 30 segundos, incluindo figurinos, adereços, perucas. Em comum, apenas o coturno, para não nos deixar esquecer que todas são vistas pelo olhar de um homem. "Não é humor para criança... É humor de adulto que não tem medo da verdade... É um pé na cara do politicamente correto... Em determinados momentos é escrachado, poético, em outros: cáustico, corrosivo", comenta Aramyz.

"Minhas Mulheres" faz rir, mas também faz a pizza dar indigestão. Faz o seu refrigerante desentupir suas artérias. As mulheres de ARAMYZ em cena são:

Adriana Tokagada – comissária de bordo de uma Cia. em fase de 
experiência fazendo seu primeiro vôo. 

Barbara Glória – uma ex-atriz pornô que virou evangélica e agora vende 
rifa para angariar dinheiro para igreja. 

Cleonice – trabalha na área da saúde, mas avisa não ser sexy. Também 
não está em hospital pra  bajular ninguém que quer ser bem tratado; 
faz plano de saúde. 

Dona Alzira – a mãe de um gay. É uma personagem que dramatiza e faz pensar em meio à comédia. Uma mulher que aborda os problemas que toda mãe com um filho homossexual enfrenta e ao mesmo tempo, os benefícios de ser mãe de um. Nesse momento, ela o valoriza e escreve uma música para homenageá-lo. É a hora que a plateia para e reflete. 

Edcarla Cristina - tem apenas 8 anos e quer ser famosa, então faz um 
vídeo para o BBB. Gularmina Guinle – uma gordinha feliz, que critica o 
perfil anoréxico das nossas modelos. 

Gularmina Guinle – uma gordinha feliz, que critica o perfil anoréxico das nossas modelos.

Mãe Bendita - uma mãe de santo especializada em fazer trabalhos para a 
classe pobre. 

Ozerina – feia e fértil. 

"Os moralistas e piadistas de plantão diriam ser um humor afro-descendente. Sim, porque não têm coragem de dar o nome que as coisas têm..." explica Aramyz. 

 

ESPAÇO CULTURAL AMADOdoDITO

Rua Correia Dias, 161, Vila Mariana, a 50 metros da Estação de Metrô Paraíso, tel. (11) 5083-2218, 50 lugares, segundas-feiras às 21h, de 11/01/2010 até 22/01/2010. Ingressos: R$ 15,00. 

 

Contexto

 

A partir do primeiro momento da nossa concepção já entramos em contato com as mulheres, são elas que nos trazem ao mundo.

E com certeza é ela, a mulher, nosso primeiro e eterno amor. As defendemos, brigamos por elas, as quais serão sempre santas intocáveis. No mundo são nossas mães, eternizadas em Maria, mãe de nosso irmão mais nobre...

Depois vêm nossas irmãs, avós, tias, namoradas, musas e inconfessáveis desejos. Elas nos perseguirão e nós as perseguiremos por toda vida.

Elas são comissárias, enfermeiras, a gordinha sexy do segundo andar, a mulher feia que mora em frente que suspira quando passa por nós, a negra da cor do pecado e preferência nacional... Elas são as mulheres que povoam nosso inconsciente consciente.

O espetáculo Minhas Mulheres é composto de histórias curtas e flashes que exploram o universo feminino e suas carências, anseios, decepções e também o quadro amoroso.

No palco, afetos, desafetos, carreira profissional, escolhas, vida e morte. Temas universais, que afetam todas as mulheres, se refletem nas alegrias e tristezas exploradas na peça.

Por meio de um humor ácido e escrachado que Aramyz vê essas mulheres. Esse olhar inusitado, delicado e bem humorado sobre o universo feminino contemporâneo começou com um trabalho de pesquisa iniciado no espetáculo "Deboshow", que ficou seis anos em cartaz em São Paulo.

 

"Humor tem que ser engajado, de ser quente.

O meu objetivo é a identificação.

Procuro dar o meu recado através do humor

Humor pelo humor é sofisticação, é frescura.

Meu negócio é pé na cara." – Henfil.

 

Confira os vídeos dos personagens: www.ataquederiso.com.br

ARAMYS

 - Foto: João Valério - 0

Foto: João Valério

Por Adriana Del Ré

Aramyz está por toda parte. Integrante do Deboshow, do Confraria da Comédia e também dos Chutando o Balde, além de novelas na internet, ele se divide entre seus personagens e o stand up.
Formado pela Fundação das Artes de São Caetano do Sul, o ator paranaense sempre teve vontade de participar de um show de humor e, assim como aconteceu com outros atores, o Terça Insana foi uma inspiração.

Começou, então, a dar vida a seus personagens, como Pai Bingo e o polêmico enfermeiro Deodato, com o qual critica o sistema de saúde no País. "Adoro sentar perto das pessoas, porque é de onde saem as melhores coisas." Um dia, ele se aproximou de duas enfermeiras, porque tinha certeza que aquela conversa iria lhe render alguma boa idéia. Não deu outra: uma enfermeira virou para a outra e disse 'aí, eu falei... é UTI ou é necrotério'. O ator, claro, tratou de aproveitar aquela pérola.

Depois, foi a vez do stand up comedy cruzar seu caminho. Irriquieto, Aramyz passou a trabalhar em um texto dentro desse universo, só que não sabia o que faria na abertura. Marcelo Mansfield, expert em stand up, deu a dica: "Autoflagelo, fale de você". Ele seguiu o conselho. "O compromisso do comediante é com a verdade", ressalta o ator. "Todo stand up começa com autoflagelo." É nessas horas que o humorista escancara seus defeitos. Afinal, para rir do outro, deve-se começar rindo de si próprio.

Mas vida de stand up comedian não é das mais fáceis, admite Aramyz. É preciso estar antenado em tudo, como se o ator estivesse com uma lupa na mão. Toda atenção é importante, pois a notícia mais comentada da semana ou um escândalo envolvendo uma celebridade pode render a melhor tirada do espetáculo. Mas ele alerta para os riscos de se cair no mau gosto: uma vez perdida a platéia, ela nunca mais será recuperada.

Jardel Teixeira

 

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