O ritual do sete - Teatro SP

O Ritual dos Sete do Grupo Sensus, que estreou em 07 de julho, fará suas últimas apresentações na Casa das Rosas. O Espaço Haroldo de Campos de Literatura e Poesia despede-se do espetáculo nos próximos sábados, às 23h49min.

As apresentações acontecem na mansão da Avenida Paulista, numero 37, no Paraíso, em São Paulo, para 42 pessoas, o ingresso custa 14 reais e 7 para estudantes e aposentados, recomendado para 14 anos e fica em cartaz, somente até 28 de outubro.

A performance aborda os sete pecados, os sete incômodos, as sete vidas, sempre com o objetivo de buscar os segredos escondidos dentro de cada ser humano e interpretados pelo GRUPO SENSUS, que tem como principal característica, trabalhar poesias em conjunto com os sentidos. A direção é de Thereza Piffer, é inspirado nos 7 pecados capitais. Para isso, é utilizado poesias de Clarice Lispector (Nossa Truculência, Quero escrever o borrão vermelho de sangue e A não aceitação), Álvaro de Campos (Estou), Cintia Barreto (Cólera), Márcio Filgueiras de Amorim (Avareza), Paulo MontAlverne (Homenagem), Daizy Serena e Andre Soares (Dinheiro), entre outros.

A principal motivação da criação dessa encenação foi a constatação do ser humano como um ser tão contraditório e ambíguo, e que trava duelos consigo mesmo. A ilusão e a realidade, o desespero e a harmonia, a ação e a inércia, a vida e a morte, a riqueza e a pobreza reunidas e consumidas pela alma, ora racional, ora instintivamente. Emergir dos seus próprios sentidos é que dará o grande sentido ao espetáculo, nessa experiência poético-performática.

Os espectadores são divididos em grupos e acompanham a peça em sete cômodos diferentes. A direção é de Thereza Piffer e o elenco conta com Arnaldo Barone, Conrado Carmen, Dan Rosseto, Dênete Reis, Gabrielle Lopez, Fernanda Sophia, Flavio Cáceres, Gisele Porto, Marjorie Belanno, Ricardo Peres, Flavio Barolllo e Karina Yamamoto.

O Ritual dos Sete, sábados, às 23h49, R$ 14, 00 e R$ 7, 00 meio entrada, Casa das Rosas – Espaço Haroldo de Campos de Literatura e Poesia, Avenida Paulista, 37 – Paraíso, tel. (11) 3285-6986.

Os sete pecados capitais

São classificados como vícios e usados nos primeiros ensinamentos do cristianismo para educar e proteger os seguidores crentes, de forma a compreender e controlar os instintos básicos. Assim, a igreja classificou e seleccionou os pecados em dois tipos: os pecados que são perdoáveis sem a necessidade do sacramento da confissão, e os pecados capitais, merecedores de condenação.

A partir do início do século 14, houve uma popularização e uma mistura com a cultura humana no mundo inteiro, dos sete pecados capitais.

De acordo com o livro "Sacred Origins of Profound Things" ("Origens Sagradas de Coisas Profundas"), de Charles Panati, o teólogo e monge grego Evárius do Ponto escreveu uma lista de oito crimes e paixões humanas, em ordem crescente de importância (ou gravidade): a gula; a luxúria; a avareza; a melancolia; a ira; a acedia; a vaidade e o orgulho. Para Evárius, os pecados tornavam-se piores à medida que as pessoas ficavam mais egocêntricas, com o orgulho sendo o supra-sumo dessa fixação do ser humano em relação a si mesmo. No final do século VI, o Papa Gregório reduziu a lista a sete itens e juntou "vaidade" ao "orgulho", tirou "acedia" e adicionou "inveja". Para fazer seu próprio ranking, o pontífice colocou em ordem decrescente os pecados que mais ofendiam ao amor: o orgulho; a inveja; a ira; a melancolia; a avareza; a gula e a luxúria.

Mais tarde, outros teólogos, entre eles, Tomás de Aquino analisaram novamente a gravidade dos pecados e fizeram mais uma lista. No século XVII, a igreja substituiu "melancolia" – considerada um pecado demasiado vago – por "preguiça". Assim, atualmente se aceita a seguinte lista dos sete pecados capitais: arrogância (ou orgulho, extravagância, soberba); inveja (ou cobiça); ira; preguiça; avareza (ou ganância); gula e luxúria.


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